HOJE
No papel…
Por Liga Nacional de Basquete
E na prática? Técnicos e jogadores das equipes rivais avaliam o Flamengo, o time mais badalado da próxima temporada do NBB
O tricampeão é o Uniceub/BRB/Brasília. O São José/Unimed aparece credenciado pela campanha que o levou ao vice-campeonato na temporada passada. O Pinheiros/SKY sempre é um time competitivo. Paschoalotto/Bauru surge como um candidato a emergente. Unitri/Universo, Vivo/Franca, Icatu/Minas, Cia do Terno/Romaço/Joinville e Winner/Kabum/Limeira têm de ser respeitados pela tradição, além de outras equipes, que podem até não ser muito faladas, mas têm condições de surpreender. Agora, não há dúvidas nesta temporada do NBB: a equipe mais badalada e de que se espera mais dentro da quadra é a da Flamengo, com sua grande reformulação no elenco e na comissão técnica, com contratações de peso para voltar a conquistar o título da competição mais importante do basquete nacional.
Mas se quem gosta de basquete, mesmo não sendo torcedor do Flamengo, está ansioso para ver o que o rubro-negro vai fazer no NBB, o que dizer então daqueles que vão enfrentar a equipe carioca. O que os rivais estão pensando a respeito da movimentação que o campeão da primeira temporada fez para retornar ao topo? Como será o entrosamento? O que esperar dentro de quadra? Sentem medo, respeito? Como enfrentá-los e, principalmente, como superá-los?
O site do NBB ouviu personagens de sete times diferentes (Brasília, São José, Pinheiros, Bauru, Uberlândia, Franca e Limeira) para saber o que eles pensam sobre o novo Flamengo. As opiniões foram diversificadas, mas quase todas trilharam para o mesmo ponto: é uma equipe forte na teoria, mas que terá de ganhar forma dentro da quadra.
Confira o que os rivais pensam da versão 2012/2013 0 km do Flamengo.
Alex, ala/armador do Brasília
“O Flamengo desmontou a equipe que tinha na temporada passada, e ficaram poucos jogadores. Fez várias contratações de peso: pegou Marquinhos e Olivinha, do Pinheiros, trouxe o Benite, do Limeira, e o Kojo e o Shilton, do Joinville. Eles fizeram um catado no Brasil e montaram um time, pelo menos no papel, forte. Juntando com Caio Torres, Marcelinho e o Duda, que ficaram da equipe passada, formam um elenco forte. Mas isso é no papel. A gente não sabe como vai estar em quadra.”
Régis Marrelli, técnico do São José
“No meu modo de ver, Flamengo e Brasília são as maiores forças do basquete nacional no momento. O Flamengo tem um time muito forte, com grandes jogadores e um grande técnico. Souberam dosar bem a questão da parte técnica com a física. É uma equipe muito bem montada, mas tem de ver na prática. Brinco dizendo que é como um casamento, não tem como saber onde vai dar. Nós, técnicos, sempre tentamos passar nossas melhores ideias, mas há casos em que não dá certo. Tem de dar liga. Só que teoricamente, pelos jogadores inteligentes que contratou, o Flamengo tem tudo para se encaixar.”
Helio Rubens, técnico do Uberlândia
“Vai haver muito equilíbrio na temporada deste ano. Pelo menos cinco equipes vão disputar o título. Sobre o Flamengo, eles formaram um time com jogadores de excelente nível técnico, mas isso não significa que eles já ganharam. Na vida e no esporte, é natural nos surpreendemos com o que não temos expectativa e nos decepcionarmos com algo que criou muita expectativa. Quantas vezes já vimos isso? Essa é a beleza da competição. Temos de ver como vai ser o dia a dia do time, como o trabalho será introduzido, como vai ser o condicionamento, o conjunto. E o mais importante: como eles vão se defender? Atualmente, a defesa é o ponto-chave para vencer no basquete. Vai depender das características de cada um.”
Shamell, ala/armador do Pinheiros
“É um bom time, sem dúvidas. Mas eles precisam se entrosar, precisam criar a química entre eles, como costumamos falar nos EUA. Também será necessário ver quais serão as opções do técnico deles, o entrosamento dos jogadores. Mas é favorito, sim.”
Lula Ferreira, técnico do Franca
“O Flamengo impôs uma modificação importante e profunda tanto de seu elenco, como de sua comissão técnica. O Neto é um técnico jovem, mas com uma carreira promissora e já brilhante. Ele é trabalhador, se tiver tempo para trabalhar bem esse time, vai ter sucesso. O Flamengo recorreu a jogadores de alto nível. É lógico que nesse primeiro momento eles vão ter de correr atrás do entrosamento, algo que o Brasília e o São José já têm. O desafio do Flamengo será conciliar o talento individual com o coletivo. Se isso prevalecer, vai ser um time fortíssimo, osso duro de roer.”
Guerrinha, técnico do Bauru
“É um elenco muito bom. O Flamengo está com uma roupagem nova para esta temporada, mas o time do NBB passado também era muito bom. Não acho que essa nova equipe seja infinitamente superior da que eles tinham no NBB 2011/2012. Faltou alguma coisa. Montar um novo time vai ser um desafio dele. Eu particularmente acho importante a manutenção de uma equipe, conta bastante em época de decisão. Veja o sucesso do Brasília, com uma geração que se conhece desde a época do COC/Ribeirão Preto e sempre muito motivada. Tempo de equipe dá muita coisa, mas é óbvio que não pode cair na mesmice e ficar acomodado.”
Demetrius Ferracciú, técnico do Limeira
“O Flamengo é um dos favoritos, mas hoje isso é na teoria. Ainda não vimos na prática. É difícil de analisar, eu prefiro analisar uma coisa mais concreta. Mas sem dúvidas é um time montado para chegar na final do NBB, disputar o título, tem condições plenas para isso. Vai ser uma equipe com potencial ofensivo muito grande e com bastante variação de jogada. Pode ser uma potência brasileira e sul-americana do basquete.”
E para quem estiver ansioso para a estreia do Flamengo no NBB, marque na agenda: será no dia 24 de novembro, contra o Garoto/Vila Velha, no Espírito Santo.