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Adeus, Grego

04-02-2022 | 12:37
Por Liga Nacional de Basquete

Dirigente foi presidente da CBB entre 1997 e 2009 e esteve à frente no processo de chancela da Confederação à Liga

O Basquete brasileiro está de luto. Morreu na manhã desta sexta-feira (04/02), Gerasime Nicolas Bozikis, ex-presidente da Confederação Brasileira de Basketball (CBB).

Natural de Atenas, na Grécia, o Grego, como ficou amplamente conhecido, chegou ao Brasil ainda com 16 anos. Aqui, construiu sua carreira no basquete brasileiro dentro e fora das quadras. Como jogador, defendeu as cores do Sírio, Botafogo, Nova Friburgo, América e Tijuca Tênis Clube. Atuando como dirigente, foi presidente da Federação de Basquetebol do Rio de Janeiro (1985 – 1996); diretor de Basquete do Botafogo; presidente da CBB (1997-2009) e da Consubasquet, instância máxima do basquete na América do Sul. Além disso, também fez parte do Comitê e Conselho de Ética da FIBA – Federação Internacional de Basquete.

Durante seu mandato na CBB, Grego foi um dos responsáveis pelas tratativas entre a entidade e a Liga Nacional de Basquete (LNB), em 2008. Ele esteve à frente no processo que culminou na chancela da Confederação para criação e a institucionalização do NBB como principal campeonato de basquete masculino no Brasil, agora organizado pela LNB.

 

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Delano Franco, atual presidente da Liga Nacional de Basquete, lamentou a morte do dirigente, exaltando a crença do Grego, ainda lá atrás, no projeto ambicioso e inovador da LNB para o basquete nacional.

“Como presidente da Confederação Brasileira de Basketball e um apaixonado por este esporte, o Grego vislumbrou no projeto da Liga Nacional de Basquete, logo no início da nossa trajetória, um caminho consistente para a profissionalização e desenvolvimento da modalidade. Somos muito gratos por todo o apoio que nos deu. Lamentamos seu falecimento e nos solidarizamos com seus familiares e amigos neste momento difícil”, frisou.

Presidente da LNB nesse período, Kouros Monadjemi também lamentou a morte do amigo.

“Lamentável essa notícia do falecimento do Grego. O basquetebol brasileiro perdeu uma de suas figuras mais ilustres nestes anos todos. Quero aqui, em nome da Liga, dizer que jamais esqueceremos a visão e a ousadia que ele teve em nos dar a chancela. Prometi a ele que a liga estaria a serviço do basquete brasileiro, nunca como um divisor de águas entre as duas partes (CBB e LNB). Essa promessa eu mantenho e lamento profundamente essa perda”, disse o ex-presidente da LNB, que completou:

“Não importa se na sua vida, na sua trajetória, ele recebeu críticas ou elogios a sua gestão. Da minha parte, o considero um dos baluartes do basquete brasileiro. Minhas condolências, meus sentimentos mais profundos a toda a família, esposa e filhas que também o acompanharam durante toda essa trajetória. Fique com Deus e cuide de nós lá de cima”, finalizou.

Da esquerda para a direita: Orlando Silva, Kouros Monadjemi e Gerasime Bozikis no evento de fundação da LNB (Acervo/LNB)

Lula Ferreira, Coordenador Técnico do Sesi Franca Basquete, trabalhou na CBB como treinador da Seleção Brasileira masculina (2003 -2007) durante o mandato de Grego na entidade. Para ele, o basquete sofreu uma grande perda após a morte do dirigente.

“Hoje o basquete está mais triste. O Grego era um apaixonado pelo esporte. Era o maior comandante do basquete brasileiro e se dedicou a essa modalidade, inclusive em prejuízo da família, sacrificando muitos dias de lazer e companhia da família em prol do basquetebol. Não mediu esforços para melhorar nossa estrutura e ele gostava da parte técnica, de propiciar a melhor condição possível para treinamento. Sempre se esforçou para isso. Todo mundo está triste. Eu estou triste, o basquete está triste. Um apaixonado pela modalidade se foi. Um grande abraço para meu amigo Grego”, disse.

Lula Ferreira foi técnico da Seleção Brasileira durante o mandato do Grego na CBB (Divulgação/LNB)

Paulo Bassul, Diretor Técnico Operacional da Liga Nacional de Basquete, foi outro que, assim como Lula, trabalhou lado a lado com Grego na CBB. Na época, Bassul comandava a Seleção Feminina Adulta de Basquete (2007-2010).

“Ao longo de muitos anos de convivência desenvolvi gratidão, respeito e carinho pelo Grego. E tudo isso junto explica a tristeza enorme que senti quando recebi hoje a terrível notícia do seu falecimento. Era uma pessoa dedicada ao basquete e que entendia da modalidade”, disse Paulo Bassul, que completou:

“Quase a totalidade da minha carreira na seleção brasileira foi durante a gestão dele e sempre tivemos grande respeito mútuo. Durante meus 10 anos de trabalho na Liga, ele exerceu cargos em entidades internacionais e nosso ótimo relacionamento permaneceu intacto. A conquista da última medalha olímpica do Brasil e a chancela da Confederação para o nascimento da Liga Nacional de Basquete ocorreram na sua gestão e seremos eternamente gratos por isso”, finalizou.

A LNB agradece toda a contribuição e empenho do Grego ao basquete brasileiro. Lamentamos a perda e oferecemos aos amigos e familiares nossas sinceras condolências.