HOJE
Adeus, Grego
Por Liga Nacional de Basquete
Dirigente foi presidente da CBB entre 1997 e 2009 e esteve à frente no processo de chancela da Confederação à Liga
O Basquete brasileiro está de luto. Morreu na manhã desta sexta-feira (04/02), Gerasime Nicolas Bozikis, ex-presidente da Confederação Brasileira de Basketball (CBB).
Natural de Atenas, na Grécia, o Grego, como ficou amplamente conhecido, chegou ao Brasil ainda com 16 anos. Aqui, construiu sua carreira no basquete brasileiro dentro e fora das quadras. Como jogador, defendeu as cores do Sírio, Botafogo, Nova Friburgo, América e Tijuca Tênis Clube. Atuando como dirigente, foi presidente da Federação de Basquetebol do Rio de Janeiro (1985 – 1996); diretor de Basquete do Botafogo; presidente da CBB (1997-2009) e da Consubasquet, instância máxima do basquete na América do Sul. Além disso, também fez parte do Comitê e Conselho de Ética da FIBA – Federação Internacional de Basquete.
Durante seu mandato na CBB, Grego foi um dos responsáveis pelas tratativas entre a entidade e a Liga Nacional de Basquete (LNB), em 2008. Ele esteve à frente no processo que culminou na chancela da Confederação para criação e a institucionalização do NBB como principal campeonato de basquete masculino no Brasil, agora organizado pela LNB.
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Delano Franco, atual presidente da Liga Nacional de Basquete, lamentou a morte do dirigente, exaltando a crença do Grego, ainda lá atrás, no projeto ambicioso e inovador da LNB para o basquete nacional.
“Como presidente da Confederação Brasileira de Basketball e um apaixonado por este esporte, o Grego vislumbrou no projeto da Liga Nacional de Basquete, logo no início da nossa trajetória, um caminho consistente para a profissionalização e desenvolvimento da modalidade. Somos muito gratos por todo o apoio que nos deu. Lamentamos seu falecimento e nos solidarizamos com seus familiares e amigos neste momento difícil”, frisou.
Presidente da LNB nesse período, Kouros Monadjemi também lamentou a morte do amigo.
“Lamentável essa notícia do falecimento do Grego. O basquetebol brasileiro perdeu uma de suas figuras mais ilustres nestes anos todos. Quero aqui, em nome da Liga, dizer que jamais esqueceremos a visão e a ousadia que ele teve em nos dar a chancela. Prometi a ele que a liga estaria a serviço do basquete brasileiro, nunca como um divisor de águas entre as duas partes (CBB e LNB). Essa promessa eu mantenho e lamento profundamente essa perda”, disse o ex-presidente da LNB, que completou:
“Não importa se na sua vida, na sua trajetória, ele recebeu críticas ou elogios a sua gestão. Da minha parte, o considero um dos baluartes do basquete brasileiro. Minhas condolências, meus sentimentos mais profundos a toda a família, esposa e filhas que também o acompanharam durante toda essa trajetória. Fique com Deus e cuide de nós lá de cima”, finalizou.
Lula Ferreira, Coordenador Técnico do Sesi Franca Basquete, trabalhou na CBB como treinador da Seleção Brasileira masculina (2003 -2007) durante o mandato de Grego na entidade. Para ele, o basquete sofreu uma grande perda após a morte do dirigente.
“Hoje o basquete está mais triste. O Grego era um apaixonado pelo esporte. Era o maior comandante do basquete brasileiro e se dedicou a essa modalidade, inclusive em prejuízo da família, sacrificando muitos dias de lazer e companhia da família em prol do basquetebol. Não mediu esforços para melhorar nossa estrutura e ele gostava da parte técnica, de propiciar a melhor condição possível para treinamento. Sempre se esforçou para isso. Todo mundo está triste. Eu estou triste, o basquete está triste. Um apaixonado pela modalidade se foi. Um grande abraço para meu amigo Grego”, disse.
Paulo Bassul, Diretor Técnico Operacional da Liga Nacional de Basquete, foi outro que, assim como Lula, trabalhou lado a lado com Grego na CBB. Na época, Bassul comandava a Seleção Feminina Adulta de Basquete (2007-2010).
“Ao longo de muitos anos de convivência desenvolvi gratidão, respeito e carinho pelo Grego. E tudo isso junto explica a tristeza enorme que senti quando recebi hoje a terrível notícia do seu falecimento. Era uma pessoa dedicada ao basquete e que entendia da modalidade”, disse Paulo Bassul, que completou:
“Quase a totalidade da minha carreira na seleção brasileira foi durante a gestão dele e sempre tivemos grande respeito mútuo. Durante meus 10 anos de trabalho na Liga, ele exerceu cargos em entidades internacionais e nosso ótimo relacionamento permaneceu intacto. A conquista da última medalha olímpica do Brasil e a chancela da Confederação para o nascimento da Liga Nacional de Basquete ocorreram na sua gestão e seremos eternamente gratos por isso”, finalizou.
A LNB agradece toda a contribuição e empenho do Grego ao basquete brasileiro. Lamentamos a perda e oferecemos aos amigos e familiares nossas sinceras condolências.