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O gringo mais mineiro da LDB

24-08-2023 | 02:14
Por Liga Nacional de Basquete

Conheça a história de N'Tio Diarra, o jovem pivô malinês que tem atraído muita atenção na LDB 2023

A alma da defesa mineira vem de Mali. No Minas Tênis Clube, quem comanda o garrafão é N’Tio Diarra, um jovem de 20 anos que, desde sua chegada em solo belo-horizontino, cativou o elenco e entregou uma energia necessária para que hoje a tempestade pudesse jogar mais uma fase final de LDB. Membro do time ideal de defesa da primeira etapa, N’Tio é uma das chaves do garrafão mineiro e tem cativado o público com seus tocos e enterradas.

Diarra é um daqueles talentos que nasceram para o basquete. O jovem malinense entrou no mundo da bola laranja aos 14 anos e apesar de começar mais tarde do que o normal, logo de cara se adaptou ao jogo e mostrou todo o seu talento. Conheça um pouco mais da história do pivozão e toda sua trajetória até pousar em terras mineiras:

N’Tio, como e quando você começou a praticar basquetebol? Como era praticado o esporte no seu país natal e como funcionavam os campeonatos?

“Comecei a jogar em 2016. Tinha um amigo que jogava pelo time da cidade e sempre que podia eu ia assisti-lo jogar, até o dia que me convidaram para entrar na quadra também e treinar com a equipe. Vi que esse era meu esporte quando no meu primeiro treino, no momento que me passaram a bola, eu consegui enterrar. Pensei comigo mesmo ‘tenho que jogar isso'”, afirmou Diarra.

“Em nosso campeonato local, contamos com quase 56 times, então conseguir brilhar logo de cara foi uma vitória pra mim. Joguei meu primeiro campeonato por Mali 1 ano depois de começar a praticar basquete. O campeonato aconteceu nas Ilhas Mauricio e foi lá que eu consegui ser campeão africano pela primeira vez, ainda no sub-18”, comentou N’Tio.

Em quantos países vocês já jogou e qual foi o seu favorito? Como chegou a proposta para jogar no Brasil e qual foi a sua reação quando isso rolou? 

“Joguei por muitos países, minha intenção com isso sempre foi me desenvolver ao máximo, conhecer as culturas, estilos de jogo, pra melhorar cada vez mais. Meus países favoritos foram Egito, Argentina, e claro, Brasil, que são os lugares que eu mais me acostumei com a cultura e o jogo”

“Quando eu finalizei meu contrato no Egito, voltei para o Mali, onde joguei pelo meu time de lá. Meu agente quem me sugeriu jogar no Brasil, disse que meu estilo de jogo encaixava bem com o daqui, eu sou um cara forte, que defendo muito. Sabia que o nível aqui era alto, que não seria fácil, mas aceitei e agora estou muito feliz, foi a escolha certa”

Qual a grande diferença entre o basquete brasileiro e o basquete praticado ao redor do mundo? No que isso pode te ajudar a evoluir?

“A grande diferença entre o basquete brasileiro e o da minha terra natal é a velocidade, aqui o jogo não para, é rápido. Isso é bom pra mim, sou um cara bem versátil, mas claro, tenho que me esforçar de uma maneira diferente do que estou acostumado. Na África, o jogo é na força, no contato. Uma coisa que eu preciso aprender a fazer por aqui é falar durante o jogo, me comunicar, isso é muito importante e tem sido muito difícil para mim. E claro, algo que eu sempre preciso melhorar é meu arremesso, isso ainda falta muito no meu jogo e acho que posso melhorar jogando por aqui”, disse Diarra.

O que você tem achado da cultura do Brasil e o que mais tem te atraído aqui? 

“A cultura aqui é algo incrível. Gosto da música, das pessoas, dos lugares, mas algo que é muito diferente pra mim é a comida. Estou demorando a me acostumar a comer aqui, sabe? A comida é muito boa, mas sou acostumado com a culinária africana, isso faz muita falta no meu dia a dia. Agora, o que eu amo aqui são as pessoas”

N’Tio Diarra é o melhor reboteiro e o segundo jogador mais eficiente da equipe mineira (Fabio Lapa/LNB)

Você pensa em continuar por aqui? O basquete brasileiro tem te atraído? 

“Eu não sei como será meu futuro e nem se vou conseguir continuar aqui, mas nesse momento minha cabeça está focada apenas aqui. Quero vencer com a equipe do Minas, sei que temos um bom time, um elenco completo, temos de tudo no nosso plantel. Acredito no que podemos fazer e aonde podemos chegar. Podemos ser campeões, acredito muito nisso, esse é meu objetivo, não cheguei no Brasil apenas para passear, cheguei para ser campeão”

Você fez parte do time ideal de defesa da fase de classificação da LDB e o Minas conseguiu uma bela classificação para a fase final. Quais são as suas expectativas e as expectativas do time para o momento de decisão?

“Quero fazer parte desse time novamente. Eu quero provar meu talento para todo mundo, sei que essa é a oportunidade para mostrar aos fãs que eu jogo bem, que posso fazer o time jogar bem e chegar mais longe. O objetivo é ser campeão, mais sei que fazendo minha parte, o time só cresce”

Se você pudesse mandar uma mensagem para todos os torcedores do Minas, qual seria?

“Torcedores, acreditem no time. Jogamos um pelo outro, queremos o título e vamos jogar um pelo outro. Acreditem”.

O jovem malinense está se destacando na Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB), considerada o maior campeonato de base do país. A trajetória de N’tio Diarra é marcada por sua versatilidade, experiência internacional e carisma dentro do vestiário. O futuro do malinês cruza com o bom desempenho da equipe mineira na competição e as expectativas que ambos estão criando é muito boa.

DNA de formador

A LDB é uma competição que tem como objetivo fomentar o basquete de base no Brasil e revelar novos talentos para o esporte. Ao longo de sua história, já revelou diversos jogadores que se destacaram no cenário nacional e internacional do basquete, como Bruno Caboclo, Lucas Dias, Cristiano Felício, Yago Mateus, Georginho de Paula, entre outros.