HOJE
O caminho do tri
Por Liga Nacional de Basquete
Domínio na primeira fase, vitórias emocionantes na semi e brilho de Deryk na final contra o San Martín; confira a trajetória do Brasília até o título da Liga Sul-Americana
A trajetória do UniCEUB/Cartão BRB/Brasília até o título da Liga Sul-Americana 2015 começou logo na eliminação da equipe nas quartas de final do último NBB, em que os candangos tiveram sua pior campanha na fase de classificação em toda sua história na competição (10º lugar) e terminaram a disputa na sexta colocação geral. Apesar da campanha irregular, o time da capital do país garantiu vaga na Sul-Americana e com isso ganhou a oportunidade de se redimir.
Para a temporada 2015/2016, o Time de Lobos foi ao mercado e trouxe cinco reforços – os armadores Deryk Ramos, ex-Limeira, e Jefferson Campos, que estava no EC Pinheiros, os alas Diego, ex-Palmeiras, e Pilar, vindo do Paulistano/Corpore, e o pivô André Coimbra, que disputou o último NBB pelo Franca. Além disso, a equipe manteve no elenco seus principais atletas, como o armador Fúlvio, o ala Arthur, os alas/pivôs Guilherme Giovannoni e Cipolini, e o pivô Ronald.
Após boa preparação na Argentina, onde fez uma turnê de amistosos, a equipe do técnico José Vidal teve como primeiro compromisso oficial na temporada a própria Liga Sul-Americana. Em Santiago (CHI), o esquadrão do Distrito Federal ficou com a liderança do Grupo B do torneio ao levar a melhor sobre Quimes (ARG), por 93 a 76, e Colo-Colo (CHI), por 79 a 64, nas duas primeiras rodadas. Mesmo com a derrota para o Atenas (URU) na rodada final, por 101 a 91, a classificação à próxima fase e a liderança da chave já estavam garantidas.
Na fase semifinal, realizada em Montevidéu (URU), o Brasília teve como adversários o Obras Sanitarias (ARG), o Malvin (URU) e novamente o Quimes (ARG). Desta vez, o time brasileiro venceu todos os duelos, ficou com a liderança do Grupo E e avançou à grande final. Na primeira rodada, sufoco contra o Obras (72 a 68). Depois, confirmação da vaga na decisão com o emocionante triunfo sobre o anfitrião Malvin (URU), decretado com enterrada de Ronald nos últimos segundos (77 a 75). Já classificados, os candangos fecharam sua participação na fase com novo triunfo sobre o Quilmes (73 a 69).
Com a vaga na final garantida, o Time de Lobos somente aguardou a definição do adversário do Grupo F, que contava com a presença de dois clubes brasileiros, o Mogi das Cruzes/Helbor e o Franca Basquete. Infelizmente, nenhum deles conseguiu o acesso à decisão, que ficou nas mãos do San Martín, invicto antes da disputa pelo título, com seis vitórias em seis partidas na Sul-Americana 2015 (100% de aproveitamento).
Mesmo com o retrospecto positivo dos argentinos, o Brasília partiu pra cima e começou a final vencendo. Atuando ao lado de sua torcida, no Ginásio da ASCEB, a equipe comandada pelo técnico José Vidal levou a melhor sobre os “hermanos” de maneira dramática, com bola de 3 de Deryk nos segundos finais da prorrogação, pelo placar de 94 a 92. No final, Deryk deixou a quadra com expressivos 28 pontos, sete assistências e com a moral lá em cima.
Como teve a melhor campanha antes da decisão, o San Martín foi dono do mando de quadra na final e por isso teve o direito de disputar as duas partidas finais da decisão em sua casa. Mas nem o mando de quadra foi capaz de parar o Brasília. Em Corrientes (ARG), a equipe do Planalto Central se impôs, chegou a abrir dois dígitos de diferença no placar, mas contou com nova bola de 3 pontos de Deryk praticamente no estouro do cronômetro para vencer o Jogo 2, por 82 a 79, e ficar com o tricampeonato da Liga Sul-Americana.
Ao final do segundo duelo, no qual somou 19 pontos e foi o cestinha do Brasília mais uma vez, Deryk Ramos, de apenas 21 anos, foi eleito o MVP da Final da Liga Sul-Americana. Somando as duas partidas da decisão, o armador acumulou média de 23,5 pontos e foi considerado “o cara” do título da agremiação da capital do Brasil. No total, Deryk foi o quarto maior anotador do torneio, com 104 pontos e média de 13,0 tentos por partida.
Mas não há como falar do tricampeonato do Brasília sem falar de outros nomes cruciais na conquista, como Ronald, Jefferson Campos e, é claro, Guilherme Giovannoni. O primeiro mostrou uma evolução assustadora em relação aos anos anteriores e foi um verdadeiro monstro na Sul-Americana, com direito inclusive a bola da vitória sobre o Malvin que selou a classificação candanga à final do torneio.
Jefferson, um dos reforços do Brasília para esta temporada, também apresentou uma confiança e um volume de jogos que impressionaram a todos. Titular em algumas oportunidades, o ala/armador de 24 anos somou médias de 8,8 pontos na Liga Sul-Americana e foi uma das principais cartas na manga do excelente elenco do técnico José Vidal.
Já Giovannoni foi o Giovannoni de sempre. Decisivo e dono de uma experiência pouco vista por aí, o camisa 12 do Brasília liderou a equipe em diversos momentos decisivos e, mesmo aos 35 anos, provou que ainda tem fôlego para conquistar cada vez mais conquistas. E não só nos pontos que ele se destaca. Nas duas partidas da decisão, Guilherme foi o responsável pelas assistências nas duas bolas de 3 pontos decisivas de Deryk, o que mostra sua coletividade e extrema leitura de jogo.
E por falar em leitura de jogo, como não citar o armador Fúlvio, que superou uma torção no tornozelo sofrida no Jogo 1 da Final e comandou o Brasília com tamanha maestria não só em Corrientes, mas em toda a Liga Sul-Americana. Já o experiente ala Arthur também foi um dos heróis da conquista, principalmente no primeiro duelo, em que retornou às quadras após quase um mês parado e registrou 21 pontos, sendo 16 deles no terceiro quarto.
Cipolini, Pilar, André Coimbra, Diego Pinheiro, Victor Pureza, Bruno Felipe e todos os demais componentes do elenco, incluindo os integrantes da comissão técnica, também tiveram suas parcelas de contribuição, sejam elas dentro ou fora de quadra. Essa união e força do grupo fizeram do Brasília um grande merecedor deste título e mostra que a equipe está no caminho certo para fazer um grande NBB e retomar o caminho das conquistas em que sempre se encontrou.
Confira os resultados do Brasília na Liga Sul-Americana 2015:
Primeira fase – Grupo B (Santiago – Chile) – 13 a 15 de outubro
Quilmes de Mar del Plata (ARG) 76 x 93 UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília
UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília 79 x 64 Colo-Colo (CHI)
UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília 91 x 101 Atenas (URU)
Fase semifinal – Grupo E (Montevidéu – Uruguai) – 10 a 12 de novembro
Obras Sanitarias (ARG) 68 x 72 UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília
UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília 77 x 75 Malvin (URU)
Quilmes de Mar del Plata 69 x 73 UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília
Final – Brasília x San Martín de Corrientes (ARG)
Jogo 1 – em Brasília (DF) – UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília 94 x 92 San Martín
Jogo 2 – em Corrientes (ARG) – San Martín 79 x 82 UniCEUB/Cartão BRB/ Brasília