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NBB Caixa

O futuro candango

28-12-2016 | 09:59
Por Liga Nacional de Basquete

Quase um ano a frente do Brasília, Bruno Savignani analisa o 2016 do time e traça perspectivas para 2017; confira entrevista completa do treinador

Bruno Savignani, técnico do Brasília

Campeão do NBB CAIXA como jogador, Bruno Savignani analisa sua primeira temporada com técnico e faz planos para o Brasília em 2017 (Jéssica Santana/Universo-Vitória)

Com apenas 34 anos de idade, Bruno Savignani vive sua segunda temporada à frente do UniCEUB/BRBCARD/Brasília. Efetivado após a saída de José Carlos Vidal, no meio do NBB CAIXA 2015/2016, o jovem treinador comandou a equipe candanga a boa campanha na reta final da fase de classificação e só foram interrompidos na série semifinal, diante do Gocil/Bauru Basket.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, o patrocínio da SKY e os apoios do Ministério do Esporte e da Avianca.

A frente do time desde o início de uma temporada pela primeira vez em sua curta carreira, Savignani comanda o Brasília a vice-liderança do NBB CAIXA 2016/2017 até então. Com oito vitórias em 11 jogos, o time da capital federal está atrás apenas do líder Flamengo.

Confira a entrevista completa de Bruno ao nosso site:

LNB: Após chegar no meio de um turbilhão, como é comandar o Brasília desde o início de uma temporada?

Bruno Savignani: Com um pouco mais de experiência e bagagem. Tenho certeza que preciso continuar trabalhando bastante para continuar evoluindo e assim estar fazendo meu trabalho da melhor maneira possível. Se possível, quero conseguir fazer com que meu time jogue da maneira com que acredito e que isso possa trazer para nós muitas vitórias.

LNB: Como é para você ter no elenco jogadores como Fúlvio, Guilherme Giovannoni? Você sendo um treinador novo, tem alguma troca entre vocês ao longo do jogo?

Bruno Savignani: Com certeza. Eu vejo de forma muito positiva ter no elenco o Guilherme e o Fúlvio, são dois jogadores que dispensam comentários, não só pela experiência, mas também pela conduta e a forma como os dois enxergam o basquete. Acho que é uma troca constante entre nós. No dia-a-dia a gente troca bastante informação e ideia, e eu sou um técnico que acredito que dividir as responsabilidades, dar espaço para os jogadores falarem, ajuda na criação de um grupo saudável.

LNB: Ano passado a gente viu uma evolução meteórica do Deryk. Ao que você acha que se deveu toda essa evolução dele?

BS: Não tem mistério. Além do talento, ele é um garoto que trabalha muito duro. Acho que isso que é importante, trabalhar duro, escutar bastante os mais velhos, e ele é um garoto que observa bastante, escuta muito e tem uma capacidade de absorção de conhecimentos muito grande, isso me impressionou muito. Você fala com ele ou mostra algo para ele e no mesmo momento ele tem a capacidade de absorver e botar em prática. Também acho que se deve a oportunidade de ele atuar com grandes jogadores, como o Guilherme e o Fúlvio, que fez com que ele crescesse muito e ganhasse muita segurança.

Deryk, do Brasília

“Além do talento, ele trabalha muito duro”, palavras de Bruno sobre Deryk, que evoluiu muito sobre o comando do treinador (Brito Junior/UniCEUB)

LNB: Se na última ele já foi um dos principais jogadores do time, o que podemos esperar do Deryk para temporada 2016/2017?

BS: Com certeza ele vai continuar evoluindo. Tem alguns aspectos do jogo que ele ainda tem espaço para crescer e ele vem trabalhando em cima disso. A gente vem mostrando muitos vídeos para ele, conversando bastante e eu espero que ele continue tendo todo esse poder de decisão que teve na temporada passada.

LNB: Em Limeira ele era um armador e aqui ele se tornou um ala/armador. Onde você conseguiu enxergar essa mudança e como foi esse período de transição por parte do Deryk?

BS: Acho que foram questões de circunstância. Além de toda evolução, ele se tornou um cara imprescindível para a gente dentro de quadra, seja na posição 1 ou 2. Não foi uma mudança estratégica, mas sim a necessidade de ter ele como titular. Ainda acredito que ele tem muita capacidade para jogar na posição 1. Ele demonstra isso nos treinos, sendo um cara mais versátil e mudando de estilo quando temos um outro armador dentro de quadra.

LNB: Falando do Brasília. O que a gente pode esperar deste time para a temporada, com a chegada de muitos reforços?

BS: O Brasília é um time que vem mostrando que gosta de trabalhar duro e com certeza vai incomodar muita gente. Nós conseguimos montar uma equipe muito equilibrada, principalmente por ter vários jogadores que jogam em mais de uma posição, isso é uma variável dentro das partidas e eu vejo com muito bons olhos. Temos um time um pouco mais físico que no ano passado e isso também é uma vantagem.

LNB: Em relação a título, qual é o pensamento do Brasília?

BS: Eu não tenho dúvida nenhuma que a gente tem um bom elenco, um bom grupo, mas isso quem vai nos dizer é a quadra, é jogo a jogo, é a evolução que a gente vai demonstrar como equipe, a forma como a gente vai lidar com os momentos de dificuldade, que com certeza virão. Então eu acho que é um processo e seria muito imaturo da minha parte falar simplesmente que nosso time vai brigar pelo título. Se a gente fizer tudo isso que eu disse e nos dedicarmos 100% dentro de quadra, naturalmente nós vamos ter mais vitórias e nos credenciaremos para disputar o título.

LNB: Você ganhou um NBB CAIXA pelo Brasília como jogador. Qual é o sentimento, agora como técnico, de voltar a brigar por este título?

BS: A sensação é excelente da lembrança dos momentos que eu vivi como jogador. Obviamente como técnico eu tenho os meus objetivos e um deles é de ser campeão do NBB CAIXA. Vou trabalhar duro todos os dias e fazer o que eu posso e o que não posso para eu poder chegar lá. Se for nessa temporada, excelente, mas eu tenho um caminho muito grande ainda por percorrer.

LNB: Quais são suas ambições pessoais como treinador?

BS: Me consolidar como técnico e isso obviamente se passa por conquistar títulos. Então, eu acho que uma coisa está interligada a outra e eu vou continuar estudando bastante, trabalhando bastante, para chegar lá.

LNB: Para chegar nesta posição de técnico do Brasília, quais foram as pessoas que mais te ajudaram, com quem você mais aprendeu?

BS: Com certeza com o José Vidal. Eu passei um período muito grande com ele e ele que me deu a oportunidade de ser assistente técnico dele e posteriormente foi ele quem me colocou nessa posição de técnico. Também tiveram outros treinadores quando eu era jogador que certamente ajudaram no meu entendimento, mas também eu não posso deixar de falar sobre o ano que passei com o Sergio Hernandez. Foi um ano que eu aprendi muita coisa, ele é um cara que dispensa comentários, é só olhar para o currículo dele.

Ao lado de seu assistente Bruno Savignani e José Vidal, Hernandez acompanhou alguns jogos da segunda etapa da LDB 2013 (Brito Júnior/Divulgação)

Ex-auxiliar de Sergio Hernandez (centro) e José Vidal (direita), Bruno destacou a importância de ambos para sua carreira (Brito Júnior/UniCEUB)