HOJE
O futuro do NBB:Gui Santos
Por Vinícius Guimarães
Altura de pivô, habilidade de armador: conheça uma das maiores promessas do basquete brasileiro
Leandrinho e Alex formaram uma das melhores duplas da história do NBB na última temporada. Apesar da idade avançada (37 e 40, respectivamente), os alas com passagens pela NBA e quase duas décadas de Seleção Brasileira terminaram no Top 10 de eficiência e levaram o Minas até o G-4 na tabela de classificação.
Ambos devem seguir brilhando pelas quadras do NBB por mais uns bons anos, mas infelizmente, a hora de parar chega para todos os jogadores, até os craques. E enquanto muitos se perguntam quem poderá substituí-los, poucos sabem que as estrelas veteranas já começaram a preparar a nova geração. Em Belo Horizonte, a passagem do bastão teve início nessa última temporada. Quem vai disparar? Gui Santos, que tinha apenas um ano de idade quando Leandrinho, seu companheiro de time, foi escolhido no Draft da NBA em 2003.
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“Eu aproveitei demais. Sempre gostei muito de observá-los jogando, as tomadas de decisão e os movimentos. Tento reproduzir algumas coisas que eles fazem, pratico muito para aperfeiçoar e chegar no nível deles. Qualquer dúvida que tinha eu perguntava e eles me respondiam. Foi uma troca de conhecimento muito grande, me ensinaram muito. Quando eu errava alguma coisa o Alex vinha e brigava comigo, mas sempre cobrando porque sabia que eu poderia render mais”, disse o jovem jogador.
O basquete sempre esteve na vida do ala/armador de 2,01m, que praticamente nasceu com a bola laranja nas mãos. Gui Santos é filho do ex-jogador Deivisson, que disputou o NBB pelo Sesi Franca, Araraquara e São José.
“Meus pais jogavam e eles se conheceram pelo basquete. Desde pequeno eu ia nos treinos do meu pai e acompanhava na beirada da quadra. Na última temporada da carreira dele, em São José, foi quando eu comecei a jogar competitivamente, com 11 anos”, afirmou.
Depois da aposentadoria do pai, em 2013, a família Santos se mudou para Brasília. Gui passou a defender o Clube Vizinhança e foi um dos grandes destaques do Campeonato Brasileiro Sub-16 pela equipe do Distrito Federal. O grande desempenho chamou a atenção do Minas, que em 2018 se tornou a casa de uma das maiores promessas do basquete brasileiro.
Com ótima estatura para jogar nas posições de armação, Gui Santos impressiona por sua versatilidade. Habilidade com a bola, arremesso, visão de jogo e infiltração estão no seu repertório, mas não quer dizer que também não faça o trabalho sujo. Isso foi comprovado em 2018, na primeira vez que ele disputou a LDB, o principal campeonato das categorias de base do Brasil, que conta com o apoio do CBC (Comitê Brasileiro de Clubes) desde 2017.
“Nos primeiros jogos eu não tive muita minutagem, mas dois companheiros se machucaram e o técnico confiou em mim na rotação. Não joguei na minha posição de armação, estava mais na três ou quatro. Por isso me esforcei muito nos rebotes, na defesa e também consegui matar umas bolas”, lembrou.
Já na LDB de 2019, o ala/armador assumiu um protagonismo muito maior e foi o líder da equipe do Minas. Aos 17 anos, suas médias foram de 14,5 pontos, 6,4 rebotes e 2,6 assistências no campeonato sub-20. Meses depois, no final do ano, ele foi um dos principais jogadores da Seleção Brasileira que conquistou o Sul-Americano Sub-17.
Em fevereiro de 2020, Gui Santos foi convocado por Aleksandar Petrovic para a Seleção Brasileira adulta, junto com Márcio, de Franca, outro destaque da geração 2002. Foi mais um passo no processo de renovação do basquete brasileiro. A promessa do Minas totalizou 11 pontos nos dois jogos contra o Uruguai, válidos pelas eliminatórias da Copa América de 2021.
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Para a próxima temporada, a expectativa é de ele tenha um lugar fixo na rotação e uma minutagem constante no NBB pela primeira vez na carreira.
“O Gui é um jovem muito talentoso, dedicado e com potencial altíssimo. Na temporada passada, por ainda estar na escola e diversos outros motivos, ele não conseguiu acompanhar totalmente a rotina da equipe adulta, e com isso seu espaço ficou reduzido. Conversei bastante com ele sobre isso e este ano tem tudo para ter uma evolução excelente. Conto com o Gui como uma peça importantíssima na rotação da equipe nesta temporada e tenho certeza que ele está pronto para este momento”, disse Léo Costa, técnico do Minas.
O NBB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) e em parceria com a NBA e o CBC, e conta com os patrocínios oficiais da Budweiser, Unisal, Nike, Penalty, Plastubos, EY, VivaGol, IMG Arena e Genius Sports.