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O futuro do NBB:Márcio Santos

19-08-2020 | 06:10
Por Vinícius Guimarães

Força, técnica e personalidade: conheça uma das maiores promessas do basquete brasileiro

Eleito Pivô do Ano do NBB 2019/20, Rafael Hettsheimeir é uma das referências da sua posição no basquete brasileiro. Ele formou uma ótima parceria de garrafão com Lucas Dias, em Franca, e se conectava muito bem com Parodi e Elinho na armação. No entanto, nas viagens para jogos fora de casa, o companheiro de quarto do Hett não era um dos protagonistas do time, e sim um menino de 17 anos: Márcio Santos, um dos principais nomes da nova geração do basquete brasileiro.

“O Hett sempre me ajudou muito, me dava dicas e me cobrava bastante. Me zuava demais também e em várias viagens nós éramos companheiros de quarto. A gente criou uma amizade bem legal. É um cara 10”, disse o jovem, que também recebe grande suporte de Lucas Dias.

Integrado no elenco adulto desde 2018, Márcio tem treinado junto com grandes jogadores da sua posição (Marcos Limonti/Sesi Franca)

Se antes Hettsheimeir era o seu mentor, na próxima temporada ele será seu adversário. Isso porque o mestre se transferiu para o Flamengo e o aprendiz deve ter mais minutos de quadra sob o comando de Helinho.

“O Márcio é um garoto que evoluiu muito, trabalhador e dedicado, sempre querendo melhorar. Mesmo com o pouco tempo que estivemos juntos, ele já me mostrou que é um garoto promissor e com muito talento. Nesses dois anos eu pude perceber que ele está pronto para vir com tudo”, afirmou Hettsheimeir.

Nascido em Três Corações (MG), Márcio começou a jogar basquete aos oito anos na escola, em Sertãozinho (SP). Aos treze, realizou peneira no Sesi Franca Basquete e começou a construir a realização do sonho de se tornar jogador profissional.

 

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Impactante dos dois lados da quadra, Márcio consegue unir força e técnica como poucos. Ao lado de Adyel e Léo Abreu, outras duas grandes promessas da Capital do Basquete, o ala-pivô é um dos pilares do time que dominou a categoria 2002 da base paulista desde o Sub-14.

“Eu procuro ir atrás de todos os rebotes, nos dois lados da quadra. Acho que a defesa é um dos meus pontos fortes, já que consigo defender do um ao cinco. No ataque, sou agressivo e gosto de cortar bastante para a cesta, finalizar. Também tenho melhorado bastante meu arremesso nos últimos anos”, disse Márcio.

 

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Mesmo com toda essa dominância, em 2018 Márcio não teve vida fácil no seu primeiro ano de LDB, o principal campeonato das categorias de base do Brasil, que conta com o apoio do CBC (Comitê Brasileiro de Clubes) desde 2017. E foi isso que fez com que ele evoluísse.

“Foi um choque para mim na primeira LDB porque todo mundo era grande, do meu tamanho ou até maior que eu. Eu já não era o maior e o mais forte como acontecia na minha categoria. A LDB me fez ver que eu tinha que evoluir meu jogo, principalmente o meu drible e o um contra um de frente. Ser mais novo e jogar com caras mais velhos me agregou muito”, contou.

Um dos principais pivôs do NBB, Dikembe foi adversário de Márcio na LDB (Hedeson Alves/LNB)

Com médias de 15,1 pontos e 7,6 rebotes, o ala-pivô foi um dos principais jogadores de Franca no vice-campeonato na LDB de 2019. Na decisão contra o Pinheiros a decepção foi dupla, pois além da derrota, Márcio sofreu uma lesão no tornozelo e não pôde terminar a partida.

Depois de se recuperar, ele voltou às quadras para disputar o Sul-Americano Sub-17, o qual foi campeão e MVP, anotando 23 pontos e 11 rebotes na final contra a Argentina.

“Eu queria voltar comendo a bola. Fiquei parado por um tempo e queria mostrar porque eu merecia estar na seleção. Mas eu não posso dizer que eu ganhei o MVP sozinho. Sem meus companheiros de time e a comissão técnica, nada disso teria acontecido”, ressaltou.

A Seleção Brasileira conquistou o título do Sul-Americano Sub-17 de forma invicta (Divulgação/CBB)

Em fevereiro de 2020, Márcio foi convocado por Aleksandar Petrovic para a Seleção Brasileira adulta, junto com Gui Santos, do Minas, outro destaque da geração 2002. Além de toda experiência técnica adquirida dentro de quadra, com os melhores jogadores do Brasil, ele também voltou para Franca com outra mentalidade em relação a sua forma física.

“Quando fui para a Seleção, eles falaram que eu estava fora de forma e fiquei com isso na minha cabeça. Bitolei nisso, falei ‘realmente, tenho que melhorar para chegar aonde eu quero’. Durante o campeonato é mais difícil fazer uma dieta e um trabalho físico intenso, mas nessa quarentena eu busquei uma nutricionista e o preparador físico e fomos firme. Emagreci 7kg e tive uma melhora física notável”, afirmou.

A evolução de Márcio desde a primeira LDB é nítida e as expectativas para ele no NBB já eram altas por tudo que apresentou na base. Com mais esse progresso, na parte física, é questão de tempo para ele estar voando pelas quadras do principal campeonato de basquete do Brasil. Afinal, sua personalidade, como bem disse Helinho, também é um dos seus diferenciais.

“O Márcio é um jogador muito jovem, mas muito talentoso. Ele tem algumas características que eu considero muito importantes para um jogador de basquete. Seu repertório é muito interessante porque ele pode jogar em mais de uma posição. Tem o conhecimento técnico e até de leitura de jogo, mesmo sendo jovem. E acima de tudo, ele tem uma personalidade muito interessante de enfrentar qualquer situação que possa surgir na partida de forma imponente”, analisou o técnico de Franca.

O NBB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) e em parceria com a NBA e o CBC, e conta com os patrocínios oficiais da Budweiser, Unisal, Nike, Penalty, Plastubos, EY, VivaGol, IMG Arena e Genius Sports.