HOJE
O que ele viu?
Por Marcel Pedroza
Transição forte, força nos rebotes e rotação maior: "De camarote” na vitória do Paulistano no Jogo 5 das semifinais, Guerrinha analisa rival do Mogi na decisão do NBB CAIXA
Guerrinha teve uma oportunidade de ouro de analisar de perto o rival do Mogi das Cruzes/Helbor nas Finais do NBB CAIXA. Com sua equipe já classificada, o treinador compareceu ao Ginásio Antonio Prado Junior e, à beira da quadra, acompanhou a dramática vitória do Paulistano/Corpore sobre o Sendi/Bauru Basket no Jogo 5 da série semifinal.
Obviamente os estudos entre as equipes vão muito além do que Guerrinha viu na noite da última segunda-feira. Só nesta temporada, Paulistano e Mogi se enfrentaram dez vezes – sete pelo Campeonato Paulista, duas pelo NBB CAIXA e outra pela Liga das Américas. Mas, é claro, que o treinador pôde observar de perto mais detalhes sobre o adversário na decisão.
“Eles têm um jogo de transição muito forte. Outra virtude dessa equipe do Paulistano é o rebote ofensivo e nós temos que parar isso, se conseguirmos tirar alguma dessas armas deles, assim como fizemos contra o Flamengo, temos grandes chances de vencer a série”, disse Guerrinha.
“Agora, se jogarmos e não conseguirmos neutralizar essas virtudes, eles terão uma certa vantagem por terem uma rotação maior. Não creio que o mando de quadra seja um fator nessa final, pois as duas equipes jogam bem fora e dentro de casa, então acho que as partidas serão decididas nos mínimos detalhes”, completou.
Dono de grande experiência no basquete nacional, Guerrinha disputará a decisão do NBB CAIXA pela segunda vez, a primeira com o Mogi – a outra foi na temporada 2014/2015 com o Bauru. E a trajetória até as Finais foi empolgante. Depois de ficar com o quarto luigar da fase de classificação, a equipe do Alto do Tietê eliminou o Banrisul/Caxias nas quartas de final e, depois, desbancou o Flamengo com propriedade nas semifinais.
Um dos grandes trunfos para a histórica campanha do Mogi até as Finais certamente foi a defesa. Segunda equipe que menos sofreu pontos na fase de classificação (71,3 por jogo), a equipe melhorou ainda mais nos playoffs e nos oitos jogos disputados sofreu em média 66,3 por jogo – menor índice entre todos os times.
“Acho que chegamos em um bom momento. Estamos trazendo muita defesa para o nosso jogo e vamos enfrentar um adversário que tem muito ataque e que também sabe jogar na defesa”, exaltou.
“Não é porque eles jogam em ritmo acelerado que vamos querer controlar o jogo, até porque isso é muito difícil no basquete. Você tem que controlar o rebote, controlar o um contra um, tirar o arremesso deles, tirar a qualidade, inverter algumas situações, acho que assim conseguimos controlar”, explicou Guerrinha.
Mas não é só de defesa que vive uma equipe de basquete e a qualidade ofensiva do Mogi tabém é notável. Comandado pelo “Big 3” Larry, Shamell e Tyrone, a equipe possui um estilo de jogo mais baseado no 1 x1. No entanto, o treinador sabe que a equipe precisará de mais “recursos” para atacar contra o jovem time do Paulistano.
“Nós temos uma equipe que também joga muito ofensivamente. Temos um bom jogo individual e temos que jogar muito sem bola, porque às vezes, a tendência do jogar é querer a bola para jogar no 1 x 1, isso desgasta muito para um jogo como por exemplo contra o Paulistano e eles teriam uma vantagem por ter mais rotação”, analisou.
Para exemplificar a diferença entre os dois times, Guerrinha personificou no duelo entre os alas/pivôs Tyrone e Nesbitt. Com físicos parecidos, os jogadores cumprem funções parecidas em suas equipes, mas o camisa 0 do Mogi é mais “carudo”, enquanto que o atleta do Paulistano é mais “tímido”.
“São times bem diferentes. Quando vamos contratar um jogador, você traria o Tyrone ou o Nesbitt? Pensando como técnico, eles têm personalidades diferentes, mas os dois são bons, cada um do seu jeito”, disse Guerrinha.
“Nós temos algumas coisas como, por exemplo, o fato de jogarmos muito bem fora de casa, muito por conta da Liga das América. Temos jogadores que tem esse perfil de serem muito competitivos. Já o Paulistano cresceu muito também por ter jogado a final ano passado e perdido e trouxe para essa temporada algumas modificações que têm dado resultado. Então acho que quem ganha é o basquete, esperamos para o bem do basquete uma final com cinco jogos e esperamos para nós três vitórias”, concluiu comandante mogiano.
O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, INFRAERO, Avianca, Nike, Penalty e Wewi e os apoios do Açúcar Guarani e do Ministério do Esporte.