HOJE
OBRIGADO, LDB!
Por Arthur Salazar
Arthur Salazar faz suas considerações finais sobre a Liga de Desenvolvimento de Basquete 2022
Artigo escrito por Arthur Salazar via Collab NBBxPosterizamos
A LDB acabou. Em grande estilo; com grandes histórias; cheia de gente; do jeitinho especial de sempre que conquista todo mundo e apresenta uma porrada de craques pro fã de basquete nacional.
Como parte dessa competição mais do que nunca, estive in loco no jogão decisivo. Logo no começo da partida, subi pra arquibancada e decidi que queria ficar perto da galera (abarrotada de jogadores dos mais diversos times) pra trocar aquela resenha clássica recheada de apostas e palpites. Por mais antiético que seja, o semi-jornalista aqui apostou com uma molecada que joga bola, e admito que sem dúvidas faria de novo!
Tem muita coisa que eu queria contar, a maioria não posso, mas dá pra garantir que o pessoal estava engajado em aproveitar os últimos minutos da competição mais apaixonante que eu conheço.
Tentei colar em todos os grupos possíveis. Passei o primeiro quarto com os jovens do Sub-17 de Sanja que torciam mais que qualquer outro bando e davam um senso de segurança nas estrelas do Sub-22 contagiante. Pra não me contaminar de fato, corri pra trocar ideia com alguns meninos do Corinthians e parabenizar a conquista do bronze. Com balde de pipocas e sorrisos, a maioria nem ligava pro jogo que acontecia metros à frente, o foco era na medalha que fazia da final um mero hiato entre a vitória e a premiação.
Me considero mais tímido, mas deixei a vergonha de lado e fui atrás de mais figuras durante o intervalo. Estive com jornalistas; atletas; fãs; boleiros; gente que vive do basquete de algum jeito. Todos animados. Todos ali.
No terceiro quarto me encontrei com um amigo mais próximo e mesmo com uma final pegada, consegui trocar figurinhas sobre a vida e sobre essa loucura toda que foi a LDB.
“Olha onde você tá, Arthur!”
“É… Quem diria né?”
“3 anos atrás você tinha cabelo e sonhos. Ainda bem que só perdeu o cabelo!”
Caiu a ficha! Todo mundo ali sonhava com alguma coisa…
Normalmente num jogo de basquete, tem 10 sonhos ao vivo e com motivações que se baseiam na eliminação de outros 5. O ambiente competitivo de uma quadra força essa conduta de superação. Mas ali no Henrique Villaboim o clima era outro… Quem se sentava na arquibancada azul também sonhava, de um jeito ou de outro era protagonista do espetáculo.
Entre o sonho e a realização, haviam jornalistas; atletas; fãs; boleiros; gente que vive do basquete de algum jeito; que via com os próprios olhos a força do basquete futuro. Em partes, se via o futuro ali. Se via a cena.
Deram os trinta minutos!
Decidi descer pra quadra pra aproveitar o último quarto ali de perto, já que tinha essa moral e não ia dar mole. Me emocionei de cara vendo a cena de um ginásio lotado, com a emoção que eu sonhava poder um dia ver coroando esses sonhadores. Pensei em tirar foto, mas acho que estava tão em clima de festa que nem consegui trazer o meu lado fotógrafo pra registrar esse momento. Mesmo assim, fiquei ali de canto pelos dez minutos finais.
Pisquei e a LDB acabou. Em grande estilo; com grandes histórias; cheia de gente; do jeitinho especial de sempre que conquista todo mundo e apresenta uma porrada de craque pro fã de basquete nacional; marcando os corações; lembrando que a gente não pode nunca parar de sonhar; dando esperança. Tomara que em 2023 eu possa estar de novo no meio disso tudo, juro que escrevo menos linhas e tiro mais fotos. Quem sabe eu deixo o cabelo crescer…