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Qual escolher?
Por Juvenal Dias e Marcius Azevedo
Oitavas de final do NBB CAIXA colocam frente a frente Sergio Hernandez, com Flamengo, contra Rodrigo Barbosa, com Caxias do Sul Basquete; conheça um pouco do estilo dos técnicos
A quarta série das oitavas de final dos playoffs do NBB CAIXA está para começar, com o duelo entre Flamengo (2º) e Caxias do Sul Basquete (15º). Grandes mentores das campanhas, seus respectivos treinadores, Sergio Hernández e Rodrigo Barbosa, têm origens e vivências diferentes dentro do basquete, portanto pensam o jogo de forma distinta. A série Opção Tática vem para apresentar todos os coaches que estarão nas oitavas de um modo diferente. A cada um foi apresentado duas opções de jogadas ou sistema de marcação, transições e outras situações de jogo e eles tiveram que fazer suas escolhas. Além disso, quais os perigos que o oponente guarda. Veja o comparativo das respostas para entender um pouco do que cada time vai apresentar já nesta quarta-feira (23/04).

Sergio Hernández mostrou uma filosofia de jogo diferente para o Flamengo, vindo da cultura argentina. Foto: Paula Reis / CRF
Passe quicado para dentro e enterrada ou passe extra para fora e bola de três?
Sergio Hernández: Prefiro o passe extra para a bola de três, porque tem mais a ver com o estilo de jogo do basquete argentino.
Rodrigo Barbosa: Prefiro o passe extra para uma bola de três pontos, porque para ter o passe extra, esse jogador conseguiu infiltrar, então cria uma dinâmica legal de ataque, uma infiltração, um passe para fora, um passe extra, e a cesta de 3. Acho que ela fica bem bacana dentro do contexto do jogo.
Jogo físico ou jogo de habilidade?
Sergio Hernández: Jogo de habilidade, porque é o que acostumei desde pequeno. Na Argentina, o jogo físico ou muito atlético não é a principal característica.
Rodrigo Barbosa: Atualmente, o jogo é físico. Mas eu tenho preferência e valorizo muito a habilidade dos jogadores, acho que isso é a grande mágica do basquete, a habilidade que cada um tem para achar a melhor forma para poder atacar a cesta.
Defesa sólida com rápidos contra-ataques ou ataque trabalhado e com arremessos precisos?
Sergio Hernández: Se tiver que escolher um, prefiro uma defesa sólida com rápidos contra-ataques, porque é o estilo que mais gosto.
Rodrigo Barbosa: O ideal seria os dois. Defender forte, uma defesa sólida com possibilidade de vantagem numérica, contra-ataque. Quando não tem isso, eu tenho um ataque equilibrado e uma distribuição boa da bola para que tenha um arremesso mais equilibrado. Se eu tiver que escolher um dos dois, eu vou optar pelo ataque equilibrado, porque o ataque equilibrado vai te dar uma volta defensiva melhor, mas se pudesse ter os dois seria o ideal.

Rodrigo Barbosa, do Caxias do Sul Basquete, é o primeiro técnico que mostra preferência por um ataque trabalhado. Foto: Matheus Magnani
Qual jogada te dá mais satisfação quando vê sendo executada pelo seu time?
Sergio Hernández: Todas as jogadas que envolvem ataques secundários. O bom uso dos primeiros sete ou oito segundos da posse. O jogo coletivo bem executado é o que mais me dá satisfação e me mostra que estamos no caminho certo.
Rodrigo Barbosa: A jogada que me dá mais satisfação é quando eu vejo que o time todo se movimenta em sincronia e a bola passa de mão em mão. Ela cria uma dinâmica legal e passa de mão em mão dentro daquilo que é trabalhado e é bem executado na hora do jogo. O jogo coletivo é o que me encanta mais nisso tudo.
Marcação por zona ou individual?
Sergio Hernández: Individual. Acredito que é a base de todas as defesas, embora não descarte o uso de outras formas de marcação.
Rodrigo Barbosa: Individual. Trazemos o jogo para quem vem no um contra um, para a individualidade do jogador, para o desafio de conseguir defender ou atacar o adversário. A defesa individual te coloca em uma situação de maior exposição, mas também de melhor execução.
Quais são as principais armas que vê no adversário que vai trabalhar para neutralizar?
Sergio Hernández: Sempre buscamos neutralizar as características que deixam o adversário confortável e feliz. Se gostam de correr e arremessar de três, trabalhamos para tirar isso deles e, assim, diminuir a autoestima ao longo do jogo. Toda a fase regular e a preparação de uma equipe têm como base tentar vencer o maior número de jogos possível para estar bem posicionado. Mas também é fundamental a construção de uma identidade, porque o objetivo é chegar aos playoffs na melhor forma física, técnica, tática e mental. E estamos convencidos de que o Flamengo chega justamente assim: no seu melhor momento. Agora esperamos conseguir traduzir isso em quadra, respeitando cada adversário e cada jogo, indo passo a passo, sem projetar demais. São muitas séries de playoffs, todas em melhor de cinco jogos, e é preciso ter muita concentração, foco e também paciência.
Rodrigo Barbosa: Para enfrentar uma equipe tão qualificada como é o Flamengo, imagino que o jogo coletivo vai ser o principal para nós para que possamos neutralizar a qualidade deles como jogadores. É um time formado para chegar às principais colocações, tem jogadores de muita qualidade. Vamos precisar nos defender muito bem, sustentar o máximo possível com individualidades e depois o coletivo na ajuda, tanto das questões defensivas, como na parte ofensiva também para que tenhamos bons espaços e boa dinâmica para atacar.
O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Penalty e UMP e apoio oficial Infraero, IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.