HOJE
Parabéns é pouco!
Por Liga Nacional de Basquete
Federação Paulista de Basketball (FPB) completa 90 anos de uma grandiosa e extensa história dentro do basquete brasileiro
O mês de abril é de festa para a Federação Paulista de Basketball. Na última quarta-feira (24/04), a entidade máxima do basquete no Estado de São Paulo comemorou seu 90º aniversário. Fundada no dia 24 de abril de 1924, a FPB carrega uma extensa história, que praticamente se interliga com a vida do basquete brasileiro.
Não é difícil de se dizer que o basquete paulista, de uma maneira geral, é, sem dúvidas, o mais forte e importante no cenário da modalidade no país. Uma das provas disso é a quantidade de títulos nacionais que as equipes do Estado de São Paulo acumulam em relação aos outros estados.
“Deixamos para as gerações futuras, uma grande história de conquistas da Federação Paulista de Basketball. A entidade foi responsável por homens e fatos que engrandeceram o basquete em nosso Estado e em nosso país também”, declarou o Sr. Toni Chackmati, presidente da FPB desde 2000 até os dias de hoje.
Inicialmente nomeada Federação Paulista de Bola ao Cesto, a entidade filiou-se à Confederação Brasileira de Basketball (CBB) em 1937 e foi obrigada a mudar seu nome, por força de uma determinação do Conselho Nacional de Desportos e passou a se chamar Federação Paulista de Basketball (FPB). Desde então, domina o cenário nacional.
Ao todo, foram disputados 47 Campeonatos Brasileiros oficiais. De 1965 a 1989, a competição era chamada de Taça Brasil de Basquete, depois, passou a ser conhecido por Campeonato Brasileiro de Basquete, nomenclatura que durou até 2008, até o surgimento do Novo Basquete Brasil (NBB), desde então o principal campeonato do país na modalidade.
Dos 47 campeonatos nacionais realizados, 33 terminaram com títulos de clubes paulistas. Dentre eles, o maior campeão da história é Franca, dono de 11 títulos brasileiros, seguido pelo lendário E.C.Sírio, com sete, por Monte Líbano e Corinthians, ambos com quatro, Rio Claro, duas vezes campeão, além de COC/Ribeirão Preto, Bauru, Tênis Clube de São José e Palmeiras, todos com um título.
Além de ser soberano em matéria de títulos nacionais, o basquete do Estado de São Paulo também é grande pioneiro na arte de revelar atletas não só para os cenários nacional e internacional, mas principalmente para a Seleção Brasileira. Inúmeros jogadores de alta relevância na modalidade surgiram, cresceram e consagraram suas carreiras atuando no basquetebol paulista, como Amaury Pasos, Wlamir Marques, Menom, Edvar Simões, Ubiratan Maciel, Hélio Rubens, Paulinho Villas-Boas, Oscar Schmidt, Marcel de Souza, Chuí, entre tantos outros.
Nascido em São José dos Campos (SP), Ubiratan Maciel, por exemplo, foi o primeiro jogador da história a representar o basquete brasileiro em um clube do exterior, o Sprungen, da Itália. O ex-pivô da Seleção Brasileira, que atuou apenas por times paulistas em sua carreira, foi também o primeiro jogador da história da modalidade a fazer parte do Hall da Fama do Naismith Memorial Basketball, que também conta com Oscar Schmidt e a ex-jogadora Hortência Marcari, ambos oriundos do basquete paulista.
“O basquete paulista sempre teve uma grande importância no cenário nacional. Em São Paulo, os campeonatos de base são bastante fortes e isso faz com que o Estado sempre revele uma grande gama de jogadores, além de sempre fomentar bastante a modalidade. Tanto na capital quanto no interior tivemos muitos jogadores que tiveram ou ainda têm carreiras brilhantes”, afirmou João Fernando Rossi, diretor de esportes olímpicos do Esporte Clube Pinheiros e vice-presidente da Liga Nacional de Basquete.
Além dos ex-atletas, muitos jogadores nascidos em solo paulista fazem sucesso e representando as cores do Estado de São Paulo fora do país nos dias de hoje, como Marcelinho Huertas, armador da Seleção Brasileira e do Barcelona (ESP), Leandrinho Barbosa, jogador do Phoenix Suns, da NBA, Nenê Hilário, pivô do Washington Wizards, também da NBA, e Rafael Hettshemeir, pivô do Unicaja/Malaga (ESP).
“O Brasil é um país de dimensão muito grande e essa regionalização é necessária para o desenvolvimento de qualquer modalidade esportiva. E no basquete não é diferente. O Estado de São Paulo tem alta participação nesse processo de evolução do basquete nacional e sempre foi uma das grandes potências dentro do país. O Estado sempre teve um campeonato muito forte e isso deu forças para que muitos jogadores, que hoje estão brilhando pelo mundo, fossem revelados por aqui”, disse o técnico Lula Ferreira, hoje no Vivo/Franca, mas que dirigindo o extinto COC/Ribeirão Preto se sagrou pentacampeão paulista entre 2001 e 2005.
E a lista não para por aí. Muitos jogadores de destaques nos dias de hoje do NBB deram seus primeiros passos nas categorias de base de clubes do Estado de São Paulo, tais como os membros do “trio de ferro” do UniCEUB/BRB/Brasília – Alex Garcia, Nezinho, Guilherme Giovannoni –, todos nascidos no interior paulista, além de Caio Torres, do São José/Unimed, entre muitos outros. Ao lado da grande quantidade de atletas em atividades, o basquete paulista também tem alta representatividade no quadro de equipes participantes do NBB – na atual temporada, nove dos 17 times que disputaram o campeonato são do Estado mais populoso do Brasil.
“O basquete paulista hoje é uma potência dentro do NBB. Apesar de os títulos terem ficados com equipes de outros Estados – Flamengo (RJ) e UniCEUB/BRB/Brasília (DF) são os únicos campeões –, os times paulistas sempre participam do NBB com times de grande calibre e engrandecem ainda mais nosso campeonato”, explicou Rossi.
Atualmente, a FPB conta com 63 clubes filiados e possui campeonato de todas as idades, tanto no masculino como no feminino. Entre os homens, a entidade organiza competições Sub-12, Sub-13, Sub-14, Sub-15, Sub-16, Sub-17, Sub-19 e Adulto (A-1 e Primeira Divisão), enquanto que entre as mulheres são disputadas as categorias Sub-13, Sub-14, Sub-15, Sub-17, Sub-19 e Adulto (A-1 e Primeira Divisão).
Para comemorar seus 90 anos de vida, a Federação Paulista de Basketball lançou uma revista comemorativa, na última segunda-feira, durante a premiação dos melhores da temporada 2013.
“É com enorme satisfação que apresento a todos indistintamente, em especial aos amantes do basquete, esta nova revista que dá continuidade e enaltece a história da FPB”, disse o presidente Chackmati.
História do Campeonato Paulista
O primeiro Campeonato Paulista de Basquete Masculino promovido pela FPB foi realizado em 1925 e teve como campeão o Clube Espéria. Esta competição, que logo foi nomeada de Campeonato Metropolitano por envolver apenas equipes na capital e Grande São Paulo, seguiu este formato de maneira ininterrupta até 1977. O maior vencedor é o Corinthians, com 17 conquistas ao todo. Paralelamente, a partir de 1940, foi organizado o primeiro Campeonato do Interior, que teve como primeiro campeão o Grêmio Varnhagen, de Sorocaba (SP). Dentre os clubes interioranos, o maior campeão do torneio é o Franca Basquetebol Clube, com 11 títulos, sendo sete deles conquistados em nome do antigo Clube dos Bagres.
Depois de passar muito tempo dividido entre capital e interior – os campeões de cada competição até disputavam uma final “Estadual”, o Campeonato Paulista passou a ser disputado por equipes de todo o Estado a partir de 1977. Desde então, o campeonato é disputada pelas principais equipes de São Paulo e é considerado o maior estadual do Brasil.
Na “era moderna” do Campeonato Paulista, o maior vencedor é Franca, que soma oito títulos. Enquanto isso, duas equipes da capital paulista possuem sete troféus da competição em sua coleção e ocupam a segunda colocação no quesito: Palmeiras e Sírio. O último campeão foi o Paschoalotto/Bauru, após derrotar o Paulistano/Unimed, em mais uma decisão entre interior e capital.
Além do Campeonato Masculino, a competição entre mulheres também possui um longo histórico. Disputado desde 1931 e também com um início somente com equipes da capital, o Campeonato Feminino Estadual se unificou a partir de 1980 e tem a equipe de Ourinhos, dona de sete títulos, como sua maior campeã.
A arbitragem é outra categoria em que a FPB também possui grande destaque. Sempre com árbitros participando das principais competições internacionais, a entidade pode se orgulhar de ter colocado três nomes em finais de Jogos Olímpicos: Renato Righetto, Antonio Carlos Affini e Carlos Renato dos Santos, o Renatinho. Recentemente, Marcos Benito representou o Estado de São Paulo na arbitragem dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 e trabalhou em uma das semifinais da competição masculina. O árbitro, que faz parte do quadro do NBB, está escalado para a Copa do Mundo deste ano, a ser realizada na Espanha.