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NBB Caixa

Entrevista: Paulo Jaú

17-05-2024 | 06:02
Por Liga Nacional de Basquete

Técnico do Bauru não vai mudar as características do time, mas também sabe que para vencer o rival nas semifinais do NBB CAIXA não pode ir de 'peito aberto'

O Bauru Basket se garantiu na semifinal no jogo 5 contra o R10 Score Vasco da Gama e agora terá pela frente o Flamengo. A série melhor de cinco jogos começa neste sábado, às 15h, no ginásio do Tijuca Tênis Clube. Antes do início do mata-mata, o técnico Paulo Jaú participou de um bate-papo com os jornalistas Marcius Azevedo e Juvenal Dias, da Liga Nacional de Basquete, e Gustavinho Lima, Nezinho e Allana Glauco, comentaristas do NBB CAIXA.

Paulo Jaú assumiu o Bauru Basket com o NBB CAIXA em andamento. Foto: Andrews Clayton/Bauru Basket

Pensando lá atrás, nos seus melhores sonhos, ali quando estava como técnico do sub-13 do Jacareí, você pensava que, nesse momento, poderia estar em uma semifinal de NBB CAIXA?
Uma satisfação enorme chegar a esse momento. Realmente, nem nos meus melhores sonhos, eu poderia imaginar ou poderia projetar que eu poderia estar hoje à frente de um Bauru Basket, chegando em uma semifinal de NBB. Nós sabemos, NBB CAIXA Desse ano com 19 equipes, maior NBB da história. Participei desde o primeiro, depois fiquei fora alguns anos e eu havia perdido o espaço, tinha perdido o mercado no NBB. Estava fazendo um trabalho de categoria de base em Jacareí: sub-13 e sub-18. A gente não imaginava um momento algum, como eu digo, eu sou um profissional do basquete. Eu trabalho aonde eu tenho oportunidade, tem emprego. Isso é me levou até essas categorias de base para poder chegar até o Bauru para poder, através de um convite do Jorge (Guerrinha) para poder ser assistente dele lá, mas não tinha, em momento nenhum, projetou isso ou imaginou que pudesse chegar a essa condição hoje.

Como pretende moldar seu ataque no primeiro jogo contra o Flamengo, com as possíveis lesões de Brite e Anderson Rodrigues?
Nós todos sabíamos que seria uma série longa, era o quarto contra o quinto. Os dois, praticamente, com a mesma campanha e também os dois que acho que ninguém também apostaria que os dois pudesse chegar nessas condições. Até estava brincando com o Léo (Figueiró), antes da gente fazer as quartas de final, estávamos conversando a respeito disso. Ninguém, nem ele projetava o time dele e nem eu projetava o meu a chegar nessas condições, mas nós conseguimos isso através do trabalho dentro de quadra, com o crescimento da equipe durante a competição, jogo a jogo, sendo muito forte dentro de casa, tendo uma consistência muito forte dentro de casa. São 21 jogos e 18 vitórias dentro de casa, apenas três derrotas. então isso deu uma consistência para o time. E o time foi criando (casca).

Durante o decorrer da competição, muitos jogos que nós vencemos, nós estamos perdendo de 10 pontos, 15 pontos. O time foi, através da sua resiliência, através daquilo que a gente tinha proposto para a equipe, buscando o jogo a jogo, momento a momento, defesa a defesa para a gente poder construir nossas vitórias. Com o Vasco não foi diferente. No quinto jogo, até na preleção, a gente conversou, o assunto foi ‘nós precisávamos ter o mental muito forte’. Nós temos uma liderança muito forte dentro de quadra, que é o Alex, eu até falei para ele: ‘hoje não é dia da gente cobrar muito firme quem erra, nós temos que trazer o cara para perto da gente’. A gente precisa passar segurança, porque hoje ninguém pode errar. Hoje é o jogo que não pode errar, hoje o emocional tem que estar bem e todo mundo tem que estar confiante naquilo que está fazendo, mesmo quando a gente errar. E a gente olhava no semblante dos jogadores, dentro do vestiário, que todo mundo estava entendendo aquilo. Sabia que aquela proposta do emocional estando forte, tudo que acontecesse podia acontecer dentro da partida, naquele São Januário lotado, quinto jogo. Muitas vezes, muitos ali não jogaram um playoff, de quinto jogo, com esse peso de decisão. Nós temos muitos jogadores que nunca passaram por isso.

O Vasco também tinha jogadores que não tinham passado por esse momento. Sabia que isso ia pesar em algum determinado momento. A gente procurou trabalhar bastante esse lado emocional do jogador, porque sabíamos que, dentro de quadra, jogando basquete, a gente vinha fazendo uma boa série. Mesmo nos jogos que nós perdemos, nós tivemos bem o controle do jogo. Isso era uma coisa que estava muito claro para gente. A nossa preocupação do quinto jogo era realmente o emocional. Como aconteceu durante o jogo, a equipe perdeu o Anderson, depois perdeu o Brite, na sequência, perdeu o Jeremy e nós ficamos ali, com a nossa rotação. O time ficou pequeno. Nós conseguimos nos ajustar ali, ofensivamente, com algumas situações pontuais. A coisa foi acontecendo, conseguindo defender bem, conseguindo controlar o jogo. Se percebia que a equipe, ganhando ou perdendo, ela estava centrada, sabendo que estava acontecendo. Ela não se abalou com a saída desses principais jogadores. Esse foi um ponto fundamental.

Para o jogo contra o Flamengo, nós não vamos mudar nada. Independente se nós não vamos ter ainda o Brite e o Anderson, nós não vamos mudar aquilo que a gente vem fazendo que é a essência do time. Só que nós sabemos que não dá para chegar, enfrentar um Flamengo de peito aberto. Flamengo tem muita força, tem um elenco profundo, é um time que ataca muito rebote de ataque, é um time que joga com muita posse de bola, joga com muito volume de jogo. Precisa jogar com o Flamengo diferente. Toda vez, se for enfrentar o Flamengo de igual para igual, de peito aberto como a gente diz, a chance de vencer é muito pequena. Nós temos que ter uma estratégia de jogo diferente. Nós temos que jogar como nós jogamos outros jogos contra o Flamengo. Jogo controlado, valorização da posse da bola, ter uma boa defesa, manter nossa defesa, que é uma defesa bem consistente, também os nossos rebotes. A gente sabe que nosso rebote é um ponto que todo mundo ataca. Nós precisamos ter essa consistência dos nossos rebotes, porque o rebote, ele é a consequência da nossa defesa. Não adiante se defender bem e perder o rebote. Então, sua defesa não foi tão boa assim. É nisso que a gente vai procurar trabalhar para esse primeiro jogo com o Flamengo.

Paulo Jaú vê o Bauru Basket pronto para enfrentar o Flamengo. Foto: Wilian Oliveira/ Foto Atleta

O quanto essa descarga emocional de uma vitória no quinto jogo na casa do adversário pode ser benéfico ou maléfico para sua equipe?
Pode ter essa descarga, se falar ‘dever cumprido, chegamos aqui, nosso dever está cumprido’, nós não vamos fazer uma boa série. E tem o lado nós chegamos, mas vamos ver onde a gente pode chegar. Vamos no inesperado, ninguém apostava na gente. Então, isso também pode encorajar o grupo a falar ‘nós podemos’. Foi que o Pedro me falou na hora que acabou o jogo. Ele me deu um abraço e falou ‘ninguém acreditava na gente e nós chegamos nós estamos aqui’, isso é bacana. Isso é uma coisa que eles mesmos sabiam, que ninguém apostava. E nós sabíamos também, nós jogávamos muito aberto lá, vamos devagar, vamos jogo a jogo, vamos conquistar nosso espaço, vamos passo a passo. Tem esses dois lados, sim. Vou trabalhar que hoje nós já conversamos no treino a respeito disso. Se chegamos até aqui, vamos tentar dar mais um passo, dentro das nossas condições, da nossa da nossa realidade, vamos fazer um bom jogo aqui na no sábado. Vamos levar para o nosso ginásio, que eu tenho certeza que o nosso torcedor vai estar lá, nos esperando de braços abertos com o Panela bombando, lotado, para nos apoiar, onde nós somos muito fortes. Ainda não acabou. Já deu essa descarga, já passou, já teve o dia de folga ontem, e, agora, retomar novamente, pensando nessa semifinal.

Três pontos de vantagem para o Bauru. Bola do Vasco no segundos finais. E vocês tomam uma bola de três pontos do corner. A sua orientação era fazer a falta em baixo para evitar o arremesso de três pontos e o que você acredita nesse tipo de situação?
O combinado era fazer a falta. Nós tivemos dois erros ali. Nós tivemos o erro do Jeremy não ter feito a falta e nós tivemos um outro erro que foi onde o Gemada baixou a linha. Não gosto da ajuda, quando ele faz a ajuda baixa, eu gosto que faça a ajuda na linha alta, na linha do jogador, porque é um passe muito mais difícil. O Marquinhos não passava aquela bola de frente. Ele ia ter que fazer, talvez um ‘lob pass’, não faria um passe frontal. Se ele (Gemadinha) tivesse na linha alta, mesmo se ele tivesse ajudando naquela bola, a bola não chegaria no Cauê, ou chegaria com mais dificuldade para ele. Nós erramos em não fazer a falta e erramos na rotação. Ali, o combinado é falta, porque a gente fala a bola pune. Quando você não faz essa falta, o cara mata a bola. E nós já tivemos a experiência em outras vezes. Nós admitimos o erro, ficou público, nós não temos esse problema de falar, não, aonde teve o erro. E se tiver uma outra, não acho que vá acontecer novamente.

O quanto ter caras como o Larry Taylor e o Alex nesse momento que errou ajuda a apagar e seguir mais rapidamente para a próxima jogada?
Ajuda muito. Eu falo que tenho dois líderes diferentes. O Alex, como é um cara que cobra, um cara exigente, um cara que não admite, provavelmente, o erro defensivo. Ele não aceita o erro defensivo, ele é muito forte, muito contundente. O Larry tem uma liderança mais calma, mais tranquila. Essas duas lideranças são fundamentais, hoje o sucesso do Bauru Basket passa muito por essas lideranças. Porque alguns trabalhos de desgastes, eu não tenho em alguns momentos, eles já fazem ali. Entro em outro momento, em outra circunstância. Às vezes, muito mais de trazer o cara e falar ‘fica tranquilo’. Acredito que todo mundo é importante no nosso grupo, o Felipe que está fora, que está lesionado, o Gustavo que está fora, são meninos que fazem muita falta para nós hoje. O grupo, em determinado momento, você vai precisar dele. Precisa manter esses caras motivados, precisamos manter esses caras acreditando que eles vão jogar, que eles podem jogar, que eles podem definir aquela bola, que eles vão entrar no momento decisivo. Essa é a minha função, da comissão técnica, função do Everton. A gente está ali dando esse suporte para eles. Mas o time que não tem uma liderança, a gente fala da liderança não ser só do técnico, você precisa ter uma liderança dentro da quadra. Esses caras são a nossa extensão lá dentro. Eu tenho isso aí com eles, tenho essa afinidade. Eles têm essa liberdade de pontuar dentro do jogo ou em uma preleção ou na montagem do nosso plano de jogo, um determinado jogo. Antes de fechar o plano de jogo, a gente já conversa. Converso com eles, depois converso com os outros. O que eu falo, minha prancheta aceita tudo, ela nunca falou não para mim. Ela nunca falou que eu estava errado. Principalmente nesses momentos cruciais do jogo, da temporada. Tudo isso eu vejo que é muito importante, sim, essas lideranças.

Falando do Alex, como que é ali, quando a gente não vê na quadra?
É uma figura, é uma resenha. Estava lá no café da tarde, só na resenha, batendo papo, brincando, um cara super alto astral. Gosta muito da resenha, gosta muito de sacanear. Me sacaneia muito pela final de São José e Brasília. Não tem não tem resenha que ele não fala daquela final. Ele é um cara que leva o grupo para cima, um cara super do bem, um cara que gosta de sacanear, gosta de brincar, aceita as brincadeiras, é um cara muito positivo para o grupo. Tem muita história, se ele for conversar contar todas as histórias, só ele fala. Se deixar, só ele vai falar mesmo, ele vai contar que ele levou vantagem que ou outros levaram desvantagens. Eu que estou tendo a oportunidade de trabalhar com ele pela primeira vez e os mais jovens lá que estão com ele, aprendem muito, principalmente a dedicação que ele tem. Ele só vai parar de jogar o dia que ele perder essa vontade mesmo, essa gana que ele tem de ganhar, de estar ali. Os caras que jogaram muito tempo sabem, é sacrificante, nós estamos aqui no hotel desde sexta-feira.

Acabou o jogo quinta, nós jantamos, entramos no ônibus e viemos embora para cá. Estamos aqui, longe da família. É um cara que não precisa mais provar nada. Ele faz porque ele gosta, ele tem esse prazer. Em quanto ele tiver esse prazer, vamos desfrutar disso porque tem muita coisa ali que, principalmente para os mais novos, é querer ganhar, não aceitar a derrota. Querer ganhar todo tempo e é uma coisa que os jovens hoje, jogadores jovens precisavam aprender com essa geração. Não se ganha a qualquer custo, mas se ganha trabalhando, se dedicando e querer ganhar. Não posso achar uma derrota normal. Falar: ‘perdi, é mais um jogo’. Não, não é mais um jogo. Acho isso legal, porque nem no treino ele quer perder. Às vezes, ele briga, cobra, a bola não tocou em mim, tocou no outro. Ele não quer perder essa bola, ele não quer perder quem vai começar atacando. Parece que são coisas bobas, mas não são. São coisas que você vai colocando, vai incutindo no dia a dia, no grupo que é querer vencer. Essa mensagem que ele passa é muito bacana.

Paulo Jaú afirma que tem sido ótimo trabalhar com Alex Garcia. Foto: Andrews Cleyton / Bauru Basket

A intensidade defensiva é uma marca registrada das da sua equipe e, nesse primeiro jogo contra o Flamengo, é um aspecto muito importante. Como você considera em parar o Gabriel Jaú?
Tem algumas nuances táticas, alguns jogadores, algumas características que nós vamos precisar trabalhar para minimizar esses pontos fortes. Principalmente o jogo interno, o jogo do poste baixo. O jogo da segunda bola, a segunda chance, que é muito forte lá. Em cima disso, o tempo todo com volume de jogo (já tem a qualidade técnica) ainda tendo mais volume. A probabilidade de ser competitivo com uma equipe dessa é pequena, se você não minimizar esses fundamentos do jogo. A nossa filosofia é defender forte. Defender forte defender a quadra inteira e minimizar esse jogo interno lá embaixo da cesta. No ataque, ter um ataque mais consistente, mais valorização de posse de bola, porque, como é um time forte nos rebotes, o rebote é a saída rápida, no balanço defensivo. A nossa defesa vai começar no nosso ataque. Primeiro, é valorização da posse da bola, e, segundo, é não ter essa transposição de quadra defesa-ataque rápida, principalmente não deixando eles criarem vantagem. Mas, geralmente, eles criando essa vantagem, eles vão explorar essa vantagem, vão atacar nessa vantagem. Nisso, o Flamengo é muito diferenciado dos outros times, com essa vantagem.

Como você acha que está a sua equipe fisicamente, depois desse playoff de cinco jogos? Ela está apta a fazer a defesa agressiva forte?
Fazendo essa defesa alta, também é uma maneira que a gente pode controlar o Flamengo a levar o jogo do cinco contra cinco. Porque eles não podem ter essa liberdade de fazer a bola correr rápido. Mais do que chegar nesse ataque tão rápido, principalmente, é chegar no ataque com vantagem. Se nós temos que parar essa bola lá, é lá no começo. Nós temos que esperar a situação do Anderson e a situação do Brite para ver. O time está bem fisicamente. Chegou bem, mostrou nos playoffs, está muito bem porque nós marcamos o Vasco a quadra inteira, subimos a defesa em todos os jogos. Nesse ponto a equipe está muito bem preparada, mas nós precisamos ver como vai ser até sábado a condição desses dois atletas. Mas o meu objetivo é subir a defesa e fazer realmente o Flamengo jogar cinco contra cinco. Não podemos deixar o Flamengo jogar em transição, jogar em transição, ele é muito forte. Eles sabem explorar, o time tem qualidade, espaça bem a quadra. É um ponto forte que nós temos que trabalhar para segurar para poder ser competitivo durante esse primeiro jogo.

A última derrota do Flamengo foi justamente contra Bauru. Quais foram os méritos, quais foram as chaves dessa vitória? Você vê o Bauru como azarão nessa série?
Foi um baita jogo, jogo muito bem jogado. E quando nós conseguimos conter o Flamengo, a não jogar em transição, tanto que foi um dos poucos jogos do Flamengo que time teve o menor número de rebotes de ataque do que o adversário. Com isso, nós minimizamos essa saída rápida, tiramos esse volume deles, de correr a quadra. No cinco contra cinco, tivemos uma defesa bem consistente. Foi onde nós conseguimos ter a defesa consistente e conseguimos correr a quadra, que é uma situação forte da nossa equipe. A nossa equipe corre muito bem a quadra. Então não uso o termo azarão, porque eu acredito que azarão parece que aquele que chegou ali sem méritos. Acho que nós chegamos na semifinal com muito mérito, devido à nossa campanha no campeonato. No segundo turno, nós tivemos apenas três derrotas. Fizemos um returno para brigar lá no alto na tabela. Eu acredito que o Flamengo tem hoje o favoritismo por ter um elenco mais profundo, foi uma equipe já montada para chegar nessa conquista. Lava um leve favoritismo, mas eu não coloco o nosso time como azarão. Coloco como uma equipe que conquistou esse espaço para estar hoje jogando uma semifinal.

Como usa o fator Panela de Pressão na semifinal?
Nós começamos o primeiro turno com oito vitórias em casa, mas tínhamos sete derrotas consecutivas fora de casa. A equipe não estava se encontrando fora de casa. Estava fazendo bons jogos, mas não estava conseguindo fechar os jogos, chegava naquele momento clutch e não estava conseguindo fechar os jogos. Conseguir virar essa chave lá em Mogi, numa prorrogação que poderia ter sido evitada. Depois ganhamos de São José e tinha mais um jogo para fechar o turno, que foi depois do Natal. Fizemos um bom jogo lá em Franca. Aí entramos no segundo turno muito bem, já conquistando vitórias contra Paulistano e São Paulo fora de casa. Viemos para casa e chegamos até 11 vitórias consecutivas em casa. Perdemos essa sequência para o Vasco, em um jogo que também tivemos dominando e tomamos uma bola no final do Paulichi. Então o fator Panela de Pressão é muito forte. O torcedor está motivado por ver uma equipe competitiva, que não se entrega. A gente pode estar perdendo de 15 pontos, 12 pontos, 10 pontos e continua lutando até conquistar uma vitória. Então ele empurra e impulsiona o tempo todo. Aquele jogo do Super 8 foi jogo único, na casa do Flamengo. Agora é uma série. O Flamengo tem o primeiro jogo em casa, mas nós temos dois dentro do Panela e, com certeza, vamos mostrar a nossa força, diante do torcedor, onde o retrospecto favorável e isso dá uma esperança maior para o torcedor.

O que espera do primeiro jogo?
Um jogo de basquete de alto nível, bem jogado, entre duas equipes de grandes camisas, times de camisas pesadas do NBB, com muita história e jogo com muita defesa, o Flamengo defende muito bem. Acredito que esse vai ser o ponto alto dessa série.

Quais são suas referências no basquete? O que gosta de assistir?
Eu gosto muito do basquete europeu, gosto muito da Euroliga. Gosto muito do basquete mais tático. Apesar de que o basquete mudou muito.  Gosto muito do jogo do cinco contra cinco, mas hoje está ficando cada vez mais escasso, tem de jogar muito em transição. Estou tentando buscar jogar em transição o máximo possível. Mas eu gosto de um jogo mais controlado, gosto de jogo mais organizado, uma quadra mais espaçada, cada uma sabendo sua função, o momento para quem é a bola naquela situação. De onde vem, onde pode vir uma ajuda, como fazer essa bola chegar onde queremos, onde podemos criar vantagem. Gosto muito do jogo argentino, bem jogado, cadenciado. Eu sou um homem um pouco ainda do basquete antigo. Gosto ainda ter o controle do jogo, não gosto que o jogo fique descontrolado por muito tempo. A gente tem de entender o que é jogo de transição, o que é um jogo rápido, o que é um jogo descontrolado, onde vira terra de ninguém. Tenho a minha referência mais no basquete europeu, mas tem algumas coisas da NBA, que eles fazem agora nos playoffs,  mudam as táticas, então você começa a ver algumas coisas que talvez você consiga implantar na sua própria equipe, sempre dentro das características dos jogadores que você tem à disposição.

Para encerrar, gostaria de falar de algo especial que tem envolvido o Bauru, que é o encontro de lendas. Tivemos Alex x Marquinhos nas quartas de final e agora Alex versus Olivinha…
Essa série das quartas, com o Marquinhos e Alex, eles protagonizados muitos duelos no passado recente. É muito bacana você ver os dois ali dentro de quadra, como os dois se respeitam. Isso é uma coisa muito bacana. O Alex é um cara que defende duro, marca duro, mas é sempre respeitoso. Você vê o respeito que um tem pelo outro, foi um fator que engrandeceu a série de quartas de final. Você não vê em momento nenhum um ato de deslealdade por nenhuma das partes. Acho que isso foi muito bacana. Quem ganhou com isso foi o torcedor que viu essa série longa, com Marquinhos tendo o último lance livre. Ele faz e o Alex vai lá e faz dois lance livre. Os astros dessa série protagonizando essas bolas finais. Isso foi muito bacana. Agora nós vamos ter com o Olivinha, que já disse que essa é sua última temporada. É uma cara que não tem o que falar, um cara entregou dentro de quadra, sempre com muita vontade e determinação. Um cara que conquistou muita coisa, respeitadíssimo, então acredito que vai ser uma coisa bacana também. Ele está tendo mais minutos agora, tem jogado mais, tem protagonismo também e acredito que quem vai ganhar com isso é o torcedor.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e Loterias Caixas, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Sportsbet.io, Penalty, EMS e UMP e apoio IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.