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Polivalentes

09-10-2014 | 10:14
Por Liga Nacional de Basquete

Com equipe reformulada e recheada de atletas multifuncionais, Pinheiros chega para sétima edição do NBB com nova característica e confiante em boa campanha

Nos últimos anos, o Pinheiros/SKY carregou consigo a fama de time extremamente ofensivo, tendo como principal característica o alto poder de fogo no ataque, a facilidade em pontuar. Hoje com novo técnico e mais seis contratados, a equipe da capital paulista mudou seu perfil e agora possui um caráter mais defensivo, eficaz e flexível, muito por conta da versatilidade e multifuncionalidade de seus jogadores, principalmente os recém-chegados.

As novidades no plantel pinheirense para a sétima edição do NBB ficam por conta do ala/pivô Felipe Ribeiro, que veio do Basquete Cearense, do quarteto ex-Mogi das Cruzes/Helbor, Marcus Toledo, Jason Smith, Jefferson Campos e Ted Simões, e do pivô Douglas Kurtz, contratado junto ao Unitri/Pilhas Energizer, além, é claro, do técnico Marcel de Souza.

Da temporada passada, permaneceram no elenco apenas os alas/armadores Joe Smith e Humberto, o ala/pivô Lucas Dias, os pivôs Morro e André Bambu, além do armador Paulinho Boracini, que se recuperou de lesão e está de volta às quadras após quase oito meses de tratamento.

“É uma formação nova. O Pinheiros contratou vários jogadores, que estão vindo de diferentes lugares. A gente sabe que não é fácil esse entrosamento. A proposta do clube é muito bacana, a estrutura é muito legal, e temos certeza que vamos dar muito trabalho no NBB. Acho que, nesse primeiro ano de formação, podemos surpreender positivamente e tentar almejar as primeiras colocações”, falou o ala/pivô Felipe Ribeiro, um dos reforços pinheirenses para esta temporada.

Pinheiros chega para o NBB7 com uma nova filosofia de jogo e pronto para surpreender (João Pires/LNB)

Pinheiros chega para o NBB7 com uma nova filosofia de jogo e pronto para surpreender (João Pires/LNB)

Dos 13 atletas que formam o atual elenco do Pinheiros, 11 podem ser considerados multifuncionais e exercer mais de uma posição em quadra. Os únicos jogadores de função fixa são os pivôs Douglas Kurtz e Morro, de 2,13m e 2,09m de altura, respectivamente. Tirando os gigantes do garrafão, todos possuem a característica de atuar de diferentes maneiras e situações de acordo com a circunstâncias do jogo.

“O time basicamente tem jogadores que cobrem diversas posições e a gente também caprichou bastante nos fundamentos de jogo, nos arremessos, para procurar sempre o jogador em melhor situação de decidir. Eu não substituo o jogador por posição, eu substituo pela qualidade dele e pelo que a gente precisar na hora. Então a gente vai fazendo vários quintetos. Hoje temos uns quatro ou cinco. Nós vamos de acordo com o momento do jogo”, contou o técnico Marcel de Souza.

“Podemos surpreender, pois podemos aparecer com formações que os adversários não estão esperando. Temos jogadores que podem fazer as posições 1 e 2, outros fazendo 2 e 3, outros que fazem 3 e 4. Então acho que isso dá uma flexibilidade maior pro elenco”, falou Marcus Toledo, de 2,03m de altura, pode atuar tanto aberto quanto mais dentro do garrafão.

Companheiro de posição de Toledo, o também ala/pivô Felipe Ribeiro, de 2,01m de altura, é um dos jogadores mais versáteis do elenco do clube do Jardim Europa, pois tem habilidade suficiente para jogar mais aberto, como um ala da posição 3, e porte físico para ser referência no garrafão em caso de uma formação com time mais leve em quadra.

Outros jogadores de estatura alta que podem atuar tanto dentro quanto mais fora são André Bambu, que possui um bom chute de longa distância e força para brigar na área pintada, o jovem ala/pivô Lucas Dias, de 2,07m, exímio arremessador de 3 pontos e com altura suficiente para jogar como 4.

“Nós procuramos sempre duas coisas: ou se igualar ao adversário, ou se desigualar ao adversário. Por exemplo, o Paulinho e o Joe podem jogar tanto na armação quanto na ajuda da armação, assim como os dois podem jogar juntos. O Marcus (Toledo) pode jogar tanto dentro quanto fora. Mas temos alguns especialistas na posição, por exemplo o Kurtz só pode jogar dentro”, disse o técnico Marcel .

Excelentes condições de trabalho e dedicação dos jogadores são fatores fundamentais para o "reinício" triunfal de Marcel de Souza no Pinheiros (João Pires/LNB)

Novo técnico do Pinheiros, Marcel deu nova cara ao time e explora ao máximo a versatilidade dos atletas (João Pires/LNB)

Mas não são só os gigantes que são considerados polivalentes. Pelo lado dos atletas de fora, Paulinho Boracini, Jefferson Campos, Georginho e os irmãos Joe e Jason Smith podem atuar tanto quanto como armadores como escolta, fazendo os papeis tanto de organizadores como de definidores, pois todos possuem bons arremessos de longa distância, assim como ala Ted Simões, que por sua vez, é um franco atirador, mas tem força suficiente para atuar de 3.

Já o jovem Humberto pode ser considerado um armador diferente. Com 19 anos, o jogador tem 1,94m e contraria a lógica dos armadores contemporâneos, que costumam ser mais baixos. O garoto, por outro lado, é alto, com passadas largas, facilidade de infiltração e bom arremesso, virtudes que o permitem atuar na posição 2 e até na posição 3, como ala, onde sempre atuou nas categorias de base.

“Esse ano temos 12, 13 jogadores considerados adultos, e por esse lado, o Marcel tem uma grande variedade. Já vimos ele jogando com um time com Joe (Smith) armador e quatro ‘cavalos’ na quadra, ou com três pequenos e um time leve, na correria. Então acho que se a gente souber usar isso e saber o que encaixa melhor com cada equipe, podemos um sucesso nessas escolhas”, falou Paulinho Boracini.

“Isso (formação) é por conta do meu jeito de ver o jogo. O atleta tem que jogar em mais de uma posição, dominar os fundamentos e depois a gente treinar qualquer coisa. Isso funciona quando o jogador faz isso. Esperamos jogar no máximo da nossa capacidade no NBB. Se conseguirmos isso qualquer resultado será bom”, analisou o treinador pinheirense, contratado para substituir Cláudio Mortari, que virou supervisor da equipe.

O Pinheiros, do também polivalente Jefferson Campos, fez a melhor campanha da fase de classificação do Paulista 2014 (Murilo Amadei/LSB)

O Pinheiros, do também polivalente Jefferson Campos, fez a melhor campanha da fase de classificação do Paulista 2014 (Murilo Amadei/LSB)

Renovado, versátil, polivalente e eficaz, o Pinheiros fez sua estreia oficial na temporada 2014/2015 no Campeonato Paulista e, para uma equipe quase toda reformulada, o desempenho pode ser considerado bom.

A equipe do técnico Marcel de Souza encerrou a primeira fase na liderança do Grupo B, com oito vitórias e duas derrotas (80% de aproveitamento), a melhor campanha entre todos os times na etapa de classificação da competição. No entanto, na fase de mata-mata, o time da capital não manteve as boas atuações e foi eliminado pelo Franca Basquete, por três jogos a zero.

“Chegamos para essa temporada com muita gente nova. Em certos momentos não conseguimos encaixar essas peças novas no Campeonato Paulista, mas acredito que o Pinheiros ainda tem muita coisa pra mostrar nessa temporada”, falou Marcus Toledo.

O que mais chamou a atenção, no entanto, foi a nova característica do time, que agora, tem na marcação seu ponto forte. Na edição passada do NBB, por exemplo, o time pinheirense teve a quarta pior defesa do campeonato, com média de 81,7 pontos tomados por jogo e, além disso, tinha como trunfo principal o alto volume no ataque, principalmente com o ala norte-americano Shamell, cestinha do NBB6, com média de 20,7 pontos por duelo.

Após quase 8 meses fora, Paulinho está de volta ao Pinheiros para o NBB7 (João Pires/LNB)

Após quase 8 meses fora, Paulinho está de volta ao Pinheiros para o NBB7 (João Pires/LNB)

Hoje, o cenário do atual vice-campeão da Liga das Américas é completamente diferente. Sem atletas como Shamell, que foi para Mogi, e Rafael Mineiro, agora jogador do Winner/Limeira, o Pinheiros mostrou sua mudança de postura logo em sua primeira experiência na temporada, no Campeonato Paulista, em que foi a equipe que menos sofreu pontos no Grupo B, com média de apenas 76,0 por duelo.

“Estamos com uma grande equipe. Mudou um pouco a característica. O Pinheiros sempre foi um time de ataque e deixar jogar. Esse ano mudou. Agora somos mais defesa, a maioria dos jogadores são totalmente defensivos. A gente até está tentando melhorar esse ataque, pois estamos marcando bem, mas não estamos conseguindo fazer tantos pontos quanto antes. Mas isso é normal. Antes era um time que vinha de três, quatro anos juntos, agora estamos juntos há apenas três meses. Estamos confiantes em fazer um bom NBB”, revelou o armador Paulinho Boracini.

A estreia do “novo” Pinheiros na sétima edição do NBB será no dia 04/11 (terça-feira), diante do finalista do Cameponato Paulista Winner/Limeira, fora de casa, no Ginásio “Vô” Lucato, em Limeira (SP), às 20 horas (de Brasília).