#JOGAJUNTO

NBB Caixa

Pontofinal

21-07-2017 | 12:21
Por Liga Nacional de Basquete

Nas mídias sociais, Guilherme Giovannoni anuncia saída do Brasília após 8 anos e se despede com texto emotivo: “levarei todos no coração”

Um longo e vitorioso ciclo teve um ponto final. Na manhã desta sexta-feira, Guilherme Giovannoni anunciou, por meio de suas mídias sociais, sua saída do Brasília depois de oito gloriosos anos na equipe. O novo clube do atleta deve ser anunciado em breve.

Como forma de gratidão, o jogador postou um emotivo texto em seu site e enumerou diversos itens importantes de sua trajetória pelo Time de Lobos, como torcida, amigos, cidade, escola, entre outros.

+Confira o texto “Obrigado Brasília” no site oficial de Guilherme Giovannoni

Pode se dizer, sem medo de errar, que Guilherme Giovannoni é o maior ídolo da história do Brasília. Em oito anos, foi tricampeão do NBB CAIXA (MVP das Finais em duas delas e MVP da temporada 2010/2011) e tricampeão da Liga Sul-Americana.

Tricampeão do NBB CAIXA, tricampeão Sul-Americano e ídolo absoluto: Giovannoni fez história no Brasília (Divulgação/FIBA Américas)

Além disso, o camisa 12 se despede como maior cestinha e reboteiro da história da equipe no NBB CAIXA, com 5.072 pontos (17,7 em média) e 1.984 rebotes (6,9 em média) em 287 partidas, também recorde absoluto do time.

Mais do que números e troféus, Guilherme construiu sua figura de ídolo por conta de seu carisma e simpatia com todos a sua volta. Torcedores, companheiros de equipe e funcionários do clube. Por isso, seu legado deixado na capital federal jamais será esquecido.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, Nike e Avianca e o apoio do Ministério do Esporte.

Confira na íntegra o texto publicado por Giovannoni em seu site oficial:

Obrigado Brasília – 21/07/2017

“1. A volta ao Brasil”

Já eram quase 10 anos jogando na Europa, quando eu senti que era hora de interromper minha carreira internacional e voltar para o Brasil. A primeira edição do NBB tinha terminado com muito sucesso e a equipe de Brasília, que havia sido finalista daquela temporada, demonstrou interesse em que eu fizesse parte do projeto de conquistar o título nacional. Era a motivação que eu precisava e o projeto que queria participar.

“2. A torcida”

A torcida candanga com certeza foi fundamental para a minha rápida adaptação a cidade. Recebi muito carinho tanto nos jogos, como nas ruas, nas lojas e nos restaurantes. Poucos times no Brasil tem uma torcida tão presente e que apoia tanto o time, independente do momento, como a do Brasília.

O que foram os jogos no Nilson Nelson? Um palco gigante, mas mesmo assim sempre foi certeza de casa cheia e espetáculo nas arquibancadas da torcida de uma cidade que abraçou o basquete. Inesquecível. A final de 2011 com mais de 15 mil pessoas comemorando o título com a gente é um dos melhores momentos da minha carreira. Se eu fechar os olhos, consigo me transportar para aquele momento em segundos.

“3. Os amigos”

Em 8 anos conheci muita gente. Vivi a capital e convivi com as pessoas da cidade com muita intensidade. Mas tenho que destacar pessoas que me ajudaram e participaram da minha vida de uma maneira muito especial.

Começo pela Janaina, Bruno e todos da sua família, que, assim que cheguei, me acolheram como um irmão. Seu José Marques, Janete, Vinicius, Juliana são pessoas por quem sempre terei o maior carinho e respeito. O Junior e a Ana me ajudam desde o meu primeiro dia na cidade – eles me resgataram quando me perdi logo que cheguei – e acabaram se tornando vizinhos maravilhosos (coincidência, mas nem tanto rs). Neste último ano conheci o Bernardo e, em pouco tempo, esse cara se tornou um grande amigo que admiro como pessoa e profissional.

Levarei todos no coração e alguns no porta-malas.

“4. A cidade”

Gostei de Brasília assim que cheguei, amor à primeira vista. Meus programas favoritos sempre foram passear no Pontão, passar a tarde em algum restaurante com a vista maravilhosa para o lago, ou comer uma feijoada, acompanhada de um belo samba, em pleno sábado à tarde

Brasília é uma cidade muito importante, mas são os programas mais simples que fazem dela uma cidade tão especial.

“5. Os companheiros de equipe”

Em Brasília tive o prazer de dividir a quadra com jogadores como Alex, Nezinho, Cipriano, Valtinho, Osimani, Goree, LaMonte, Arthur, Cipolini, entre outras feras.

Bruno Savignani é um amigo de mais de 20 anos, que conquistou seu espaço dentro do time com muito trabalho e estudo. Primeiro como jogador, depois como assistente técnico e finalmente como técnico. Ele merece tudo o que conquistou e onde chegou, admiro muito esse cara e o tenho como um irmão.

Rossi é um confidente. Dividimos o quarto nas viagens por muitos anos e sabemos muito da vida um do outro. Tivemos uma briga feia, que depois de resolvida, apenas fortaleceu nossa amizade. Conheço Fúlvio antes de sermos companheiros em Brasília, mas tê-lo no mesmo time fez com que nos aproximássemos mais. É ele que me puxa a orelha quando eu preciso e isso é fundamental pra mim. Carlinhos Ewbank é mas muito mais do que o fisioterapeuta do time. Sempre disponível e um paizão para todos da equipe.

Esta lista é grande e boa, Brasília me proporcionou grandes companheiros de equipe, caras com quem eu pude aprender e me divertir muito.

“6. As conquistas”

Competir para vencer sempre foi a minha motivação e um dos motivos pelo qual eu escolhi jogar por Brasília. Mas, se naquela época, alguém me falasse que eu ganharia tantos títulos e ficaria no clube por 8 anos, eu com certeza abriria um sorriso e diria que a pessoa estava exagerando. Ao todo, foram 3 títulos de NBB e 3 títulos sul-americanos, isso sem contar os diversos títulos individuais. Muito orgulho de poder fazer parte deste time que já faz parte da história do basquete nacional.

“7. A escola”

Eu posso estar de saída da cidade, mas um dos maiores orgulhos que tenho hoje na minha vida continua. A escolinha de basquete GG12, que criei na cidade há seis anos, com a ideia de formar jogadores e cidadãos por meio do esporte segue a todo vapor.

Além das turmas que vão dos 7 aos 50 anos de idade, estamos organizando clínicas para atletas e treinadores, viagens para torneios e desenvolvimento de produtos relacionados ao basquete. Comecei este sonho com Bruno, Galego, Guizinho e 2 alunos. Hoje, com a ajuda da Janaína e de um monte de gente super dedicada temos um projeto consolidado que me deixa muito orgulhoso.

“8. A gratidão”

Valeu, Brasília! Foram oito anos intensos, de muitos amigos, histórias, alegrias, aprendizados e vitórias. Sigo outro caminho na carreira, mas vocês estarão presentes para sempre na minha vida e no meu coração!

Foi um prazer.

Ídolo da torcida, Giovannoni seguirá vestindo a camisa do Brasília na próxima temporada (Brito Junior/Divulgação)