HOJE
Pouca idade, muito futuro
Por Liga Nacional de Basquete
Com apenas 16 anos, Wesley Sena ganha oportunidade de atuar no NBB, bate recorde de Leandrinho e recebe elogios no Palmeiras
Para a maioria dos jovens de 16 anos, ser jogador de basquete e fazer parte de uma grande equipe adulta, ainda é um sonho. Para Wesley Alexandre Sena da Silva, isto já é uma realidade.
O garoto, de 2,08m de altura, foi o mais jovem atleta a entrar em quadra nesta quinta edição do NBB. Além disso, é também o mais novo da história do Palmeiras, marca que pertencia a ninguém mais ninguém menos que Leandrinho Barbosa, atualmente no Boston Celtics, da NBA, que entrou em quadra pelo time alviverde com 16 anos e 10 meses, em 1999. Já Wesley, tinha 16 anos, 8 meses e 4 dias quando atuou pela primeira vez, no dia 05 de janeiro, contra o Uniceub/BRB/Brasília.
“Pra mim é um privilégio, não é todo mundo que consegue entrar assim tão jovem em um jogo de adulto, ainda mais sair de titular, mas sei que treinei muito para chegar aonde estou”, disse Wesley.
O jovem pivô contou como chegou ao basquete, e mesmo sendo muito novo, sua altura já chamou a atenção de um treinador, que o apresentou ao esporte da bola laranja.
“Com 12 anos, eu estava nos Jogos Escolares, que não tinha nada a ver com basquete, eram apenas algumas competições de outros esportes. Aí um técnico me viu, percebeu minha altura, e me chamou para fazer um teste em um time de Campinas. Fiz o teste, ficaram comigo, e joguei lá por três anos. Vim para o Palmeiras logo em seguida”, falou.
Boa parte da evolução de Wesley no basquete, se deve ao convívio e treinamento com pivôs experientes do elenco palmeirense, como Tiagão, Marcão, Coloneze, entre outros. Mas quem pensa que é uma honra apenas para o garoto de 16 anos, se engana. Os atletas mais velhos também se sentem lisonjeados por estar ensinando uma possível promessa do basquete brasileiro.
“Isso é muito gratificante para mim. Pegar um menino que tem tanta disposição como ele, que com apenas 16 anos está podendo trocar no adulto e ainda jogar. Essa é uma experiência ímpar. Posso dizer que o Wesley é um garoto maravilhoso. Tem que continuar assim, treinando forte, mas nunca esquecer a categoria dele. Se puder, tem que jogar cinco categorias, pois isso só fortalecerá o basquete dele. Se continuar assim, terá grande futuro”, afirmou Tiagão.
O pivô Marcão lembrou de sua própria história ao falar de Wesley, e ainda destacou o bom trabalho da base do Palmeiras, que rende bons frutos para as equipes adultas do clube.
“Eu me vejo dentro dele, com 16 anos aqui no Palmeiras, treinando com o time adulto. É muito legal, porque você puxa coisas que o pessoal te ensinou lá atrás e tenta passar para ele. Isso é fruto do bom trabalho da base do Palmeiras, é muito gratificante para o clube, para os técnicos e até para a torcida”, confessou o experiente pivô.
O técnico espanhol, Arturo Alvarez, comentou sobre a importância de Wesley estar sendo moldado por jogadores experientes, e ainda projetou um grande futuro para o jovem atleta.
“É o melhor para ele, porque em um curto tempo, aprenderá muito mais do que treinando com os garotos da idade dele. Tanto Marcão, Tiagão, Coloneze, estão ajudando e ensinando muito ele a caminhar para que seja um grande jogador não só para o Palmeiras, mas quem sabe, para o Brasil”, disse o treinador.
Também reforçando o bom trabalho da base do Palmeiras, o treinador destacou que o jovem jogador precisa de muito trabalho para evoluir em sua carreira. “É importante para o clube, é um jogador formado aqui, recrutado pelo Palmeiras. Ele tem condições ótimas para triunfar, mas não se consegue um triunfo se não trabalhar, tanto na quadra, quanto mentalmente, para que em quatro, cinco anos, se torne um grande jogador”, completou Arturo.
“A gente procura jogar bem forte com ele. Obviamente, ele não aguenta tantas pancadas nossas, mas está aprendendo. Se já está jogando forte no adulto, imagine na categoria dele?”, comentou Tiagão.
Apesar dos elogios e do rápido sucesso, Wesley mantém os pés no chão e sabe que ainda tem muito a aprender para obter êxito no basquete. O jovem pivô ainda brincou ao lembrar de todas as broncas que já levou dos atletas mais experientes do grupo palmeirense.
“Tem sido muito bom, aprendo bastante, tomo bastante bronca, mas sei que tenho mais a aprender, pois eles são muito experientes e já jogaram muito. Eles cobram muito de mim, pegam bastante no meu pé, qualquer coisa é o “mais novo” que tem que fazer, mas isso é muito bom”, finalizou a promessa alviverde.