HOJE
Prancheta das quartas
Por Gustavinho Lima
Minas (3º) e São Paulo (11º) se enfrentam na série melhor de cinco jogos pelos Playoffs do NBB CAIXA 2023/24 por vaga na semifinal
A série melhor de cinco jogos entre Minas e São Paulo, pelas quartas de final dos Playoffs do NBB CAIXA 2023/24, começa nesta sexta-feira (03/05), às 19h, na Arena UniBH, com transmissão do NBB BasquetPass, YouTube NBB CAIXA e Jumper. O segundo jogo está agendado para segunda (06/05) e o terceiro para quarta (08/05), ambos às 20h, no MorumBis.
Apesar da luta do União Corinthians e dois jogos equilibrados nas oitavas de final, a equipe do Minas Tênis Clube conseguiu impor o seu ritmo e venceu a série por 2 a 0, com placares parecidos: 83 a 73 e 81 a 73.
Jogando de maneira bem organizada, o time de Léo Costa deu aula no “pick and roll” entre Franco Baralle e Alexandre Paranhos.
“Espaçando a quadra”, os ótimos chutadores do Minas ocuparam as ajudas do União Corinthians, o que facilitou a criação de vantagens a partir das jogadas entre a dupla.
Tanto o armador quanto o pivô tiveram duplo-duplo de média nas oitavas. Jogando o fino, Baralle com 10 pontos e 10 assistências, e Paranhos rolando forte para cesta e competindo de forma muito agressiva na tábua registrou 18,5 pontos e 10,5 rebotes.
A efetividade no trabalho de “pick and roll” também foi a chave do São Paulo, que fez a Unifacisa sangrar para se manter vivo e vencer por 2 a 1.
Como foi dito anteriormente na Prancheta, era sabido que a equipe dirigida por Bruno Mortari seria muito complicada de se enfrentar em um mata-mata. O experiente time tricolor jogou com muita sabedoria, reagiu bem aos diferentes tipos de estratégia na defesa do “pick and roll” e foi capaz de levar clara vantagem durante toda a série nas oitavas de final.
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Defendendo com os pivôs “dentro” para proteger o garrafão e evitar ajudas dos demais jogadores, a estratégia da Unifacisa rendeu a Ricardo Fischer a terceira maior pontuação de um jogador na história dos playoffs com 41 pontos e uma média de incríveis 26 pontos por jogo.
Em uma série inspiradíssima, o armador tomou conta da quadra, foi capaz de criar seu próprio arremesso 12/19 nos chutes de 3 pontos e, com a mudança de postura do adversário, procurando defender de forma mais agressiva, teve a leitura correta e colocou o time para jogar com ótimos posses (7,6 assistências por jogo).
O pivô Ralfi Ansaloni manteve a boa sintonia com Fischer nas jogadas de dupla e obteve ótimos 16,6 pontos, com 55% de aproveitamento nos arremessos.
O mapeamento dos adversários por meio do trabalho da comissão técnica é fundamental para pode ser assertivo e ter possibilidades de se adaptar durante o jogo ou série, caso o plano inicial não seja bem-sucedido.
Observar as escolhas no estilo de defesa que Minas e São Paulo vão trazer para dentro de quadra vai ser uma das coisas mais fascinantes destes playoffs nas quartas de final.
Minas tem pivôs como Rafa Mineiro e Paranhos, defensivamente versáteis que podem defender múltiplas posições e trocar nos bloqueios.
Ao passo que o São Paulo pode se aproveitar caso a estratégia seja de ajuda (show) nos bloqueios, porque tem jogadores que podem fazer o pick e abrir para o chute, como Siewert e Ansaloni.
Além disso, ambos times têm bons chutadores espalhados pela quadra e teoricamente seus defensores não “podem” ajudar tanto, ao passo que não envolver esses marcadores nas rotações defensivas pode ser mortal visto a eficiência dos “pick and roll” de ambos os lados.
A artilharia é pesada
Minas tem os alas Felipe Vezaro, o melhor chutador de 3 pontos na temporada com 50% de aproveitamento convertendo 1,9 por jogo, e o argentino Chuzito, que tem muita facilidade para pontuar, 14,7 pontos por jogo com 36% nos 3 pontos.
Na posição 4 tem ainda os consistentes Mineiro e Renan, com 43% e 37% de acertos nos chutes de longa distância, respectivamente.
São Paulo tem potencial de fogo, com Malcolm Miller, dono de um dos gatilhos mais rápidos da Liga 13,1 pontos com 2,4 bolas de 3 pontos com 40% de aproveitamento, Betinho, um dos maiores cestinhas da história do NBB com 36% na bola de 3, e Lucas Siewert, que do alto de seus 2,08m tem capacidade para chutar de longa distância com 2,4 bolas certas por jogo com 39%.
Realmente não pode dar muito espaço para nenhum desses atiradores.
Outro duelo interessante que vai se desenhando é entre Danilo Fuzaro e Corderro Bennett. Os dois jogadores foram os mais consistentes de seus elencos nessa temporada e são do tipo que encaixam bem em qualquer equipe e proposta de jogo.
Sabendo seu papel no time, Fuzaro joga cerca de 23 minutos por partida e contribui com 9,5 pontos com 57% de aproveitamento nos arremessos. Nos playoffs contra o Único subiu de produção para 13,5 pontos e 4 assistências.
O Tricolor conta com a velocidade de Bennett para furar as defesas e criar vantagens e soma 11,2 pontos com 53% de acerto. Decisivo, o norte-americano foi “o cara” do jogo 3 contra a Unifacisa, anotando 19 pontos, 6 assistências e 5 rebotes.
Não deve ser um match direto em que um defende o outro, já que tanto Fuzaro como Bennett costumam marcar os principais pontuadores do adversário ou até mesmo são designados para pressionar os armadores na quadra toda a fim de desarticular a criatividade dos rivais.
A escolha dos treinadores sobre quem Fuzaro e Bennett vão defender pode ser chave no desenvolvimento da série.
Outro match interessante será o duelo de poste baixo entre os jogadores exteriores.
Minas utiliza bastante o jogo interior para tentar levar vantagens e obrigar ajudas para poder “armar o jogo de dentro para fora”.
A melhor formação do São Paulo nas oitavas de final foi com três “homens pequenos”.
Além de Fischer e Bennet, o armador Coelho foi imprescindível no esquema tático do São Paulo para a classificação.
Jogando em ritmo de playoffs, defendendo extremamente forte, salvando bolas que aparentemente estavam perdidas e contribuindo de diversas maneiras, Coelho deixou 15,3 pontos, 4,3 rebotes e 1,6 bolas recuperadas por jogo.
O Minas costuma utilizar tanto Chuzito, de 1,94m, como Fuzaro, de 1,93m, no jogo de poste baixo contra jogadores menores.
Bennett de 1,83m e Coelho 1,84m são mais baixos, mas bons defensores e têm capacidade para segurar o jogo de 1 x 1.
São muitos detalhes interessantes para esse ótimo duelo de quartas de final, que começa a se desenrolar nessa série melhor de cinco jogos.
Curiosidades
Visitantes levando a melhor: No 1° turno, no Ginásio do MorumBis, o visitante Minas conseguiu baixar os números do São Paulo e venceu por 84 a 75. No jogo de volta na Arena UniBH foi a vez do São Paulo impor seu ritmo ofensivo e sair com a vitória: 94 a 86.
Troca de camisas: O ala/pivô Renan Lenz do Minas já vestiu a camisa do São Paulo por duas temporadas e registrou os melhores números da carreira, em 2019/20, com 12,3 pontos e 5,7 rebotes. Hoje no Tricolor, Coelho, Ralfi Ansaloni e Tyrone têm passagens pelo clube mineiro. Tyrone jogou na temporada 2019/20, com 10,1 pontos e 4,8 rebotes de média. Coelho e Ansaloni são mineiros e tiveram uma duradoura passagem por quatro temporadas no Minas e, curiosamente, conseguiram suas melhores temporadas como companheiros de time em 2014/15. Coelho com 12,1 pontos e 4,3 assistências, e Ralfi 10,1 e 5,5 rebotes.
Treinadores na NBA: Nesta pré-temporada do NBB CAIXA 2023/24, os técnicos Léo Costa, do Minas, e Bruno Mortari, do São Paulo, tiveram oportunidade de participar da Summer League da NBA, envolvidos nos treinos do Sacramento Kings, time que tem o brasileiro Leandrinho Barbosa como um de seus assistentes técnicos.
O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e Loterias Caixas, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Sportsbet.io, Penalty, EMS e UMP e apoio IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.