HOJE
PRANCHETA DO GUSTAVINHO – Nasce uma estrela!
Por Gustavinho Lima
"Pós" jogador e comentarista do NBB, Gustavinho Lima lança espaço de análise no site da LNB; primeiro texto fala sobre a importância da LDB para o desenvolvimento dos jovens jogadores
Não é de uma hora pra outra que se vira jogador. O nível de exigência é altíssimo e são vários os fatores que irão determinar se um atleta vai vingar no basquete. A passagem do juvenil para o adulto sempre foi muito cruel e não é nada misericordiosa.
Nas antigas, o garoto tinha que estar “pronto” aos 18, 19 anos. Na categoria de base, grandes cestinhas ficaram pelo caminho e uma legião de craques não tiveram oportunidade ou não conseguiram se adaptar a um novo papel na equipe principal. O funil é estreito, a grande maioria abandona as quadras precocemente por uma falta de sequência entre os profissionais.
No Brasil e no mundo são raros os casos do chamado, “one and done” (um, e pronto). Termo usado nos EUA para designar que um ano é suficiente para que o jogador se desenvolva no basquete universitário antes de adentrar a NBA. Essa transição requer uma série de pré-requisitos, físicos, técnicos, táticos, mentais e mesmo assim não há receita infalível e garantia de sucesso.
O jovem precisa de tempo para maturar o seu jogo e sua principalmente sua personalidade. Aí que a Liga de Desenvolvimento do NBB surge para dar uma nova perspectiva. Estendeu em 3 anos o tempo de formação e há 11 anos, como o próprio nome já diz, tem focado em desenvolver e dar mais chances aos prospectos no território nacional.
A lista é grande dos jogadores que através da LDB puderam aprimorar seu jogo, exercer mais protagonismo e principalmente ganhar confiança para enfim poder performar entre os profissionais.

Gui Deodato e Ricardo Fischer se sagraram campeões da LDB 2012 e hoje brilham na elite do basquete brasileiro (João Pires/LNB)
Dá para montar vários timaços saídos da LDB que atualmente são jogadores incontestáveis. Ricardo Fischer, Gui Deodato, Didi, Wesley BH e Cristiano Felício, para citar rapidamente um quinteto espetacular que teve a competição como trampolim e hoje brilham em diferentes ligas do mundo. A seleção brasileira atual é formada por uma geração que também bebeu da fonte da LDB. Yago, Georginho, Lucas Dias, Léo Meindl, e Bruno Caboclo deixaram sua marca jogando entre os menores.
Outro exemplo recente e incrível é Gui Santos. Na última edição da LDB, Gui liderou a equipe do Minas Tênis Clube às semifinais do torneio e saiu como cestinha do Campeonato (21,3 ppj). Então com 19 anos, suas atuações chamaram a atenção dos olheiros da NBA e também do então técnico da seleção brasileira de basquete, Aleksandar Petrovic.
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Hoje draftado pelo Golden State Warriors não é exagero dizer que a Liga de Desenvolvimento de Basquete foi sem dúvida parte fundamental nesse processo para chegar ao melhor basquete do mundo.
Em 2022 os prospectos estão à solta na Liga de Desenvolvimento. Praticamente a totalidade dos atletas do Brasil campeão do Sul-Americano e vice da Copa América Sub-18, e também da seleção que levantou o troféu da Global Jam Sub-23, vencendo os EUA na final, estarão presentes dentre os 23 times que disputam essa temporada.
Ainda é cedo para traçar previsões mas baseado em um resultado recente posso afirmar que o Paulistano é o time a ser batido nessa LDB. O CAP se vingou do desfecho da LDB 2021 em que foi superado em casa pelo fortíssimo Pinheiros campeão invicto e de maneira incontestável. Dessa vez na Final da Interligas na prévia da temporada na casa do rival, o CAP não tomou conhecimento e atropelou o Pinheiros 85 x 49.

É evidente que o tetracampeão Pinheiros pode se acertar e voltar a competir em alto nível e outras equipes também merecem um olhar mais criterioso como o sempre forte Franca, (que tem na minha visão o melhor jogador da competição, o pivô Marcião), Flamengo e Corinthians (se jogar completo) que devem competir por medalha.
Sempre investindo na base, o Paulistano, por sua vez, montou um super time com praticamente 12 jogadores que podem ser titulares. Fica difícil exaltar um só dentro do plantel.
Uma das grandes dificuldades de um treinador é juntar tantos bons jogadores e fazer com que o sistema funcione, que cada um entenda o seu papel na equipe a ponto de criar um conjunto. Na Interligas funcionou por música. Além do Pinheiros venceu sem sustos os argentinos Boca Jrs e Comunicaciones.
Todavia o campeonato é longo e essa será a missão do treinador Betão jogando como favorito durante toda a temporada.

Gustavinho Lima passou por grandes clubes sua carreira, mas não teve a oportunidade de disputar uma LDB (Divulgação/LNB)
Sou nascido em 1985, não existia a LDB na minha época, mas não estou tão velho assim, joguei contra vários que jogaram edições anteriores. Não se trata de saudosismo, mas gostaria de ter jogado e principalmente que outros companheiros de time e adversários bons de bola que ficaram pelo caminho tivessem uma dose extra de chance de tentar virar jogador.
Sou um otimista por Natureza, acredito que a LDB contribui diretamente no processo de evolução dos atletas de base do basquete brasileiro e aqui nessa coluna estarei sempre na torcida para que nosso basquete suba de produção e a maioria consiga o sonho de se firmar no basquete profissional e, se eventualmente uma luz for jogada em forma de crítica pode ter certeza que será uma luz para potencializar e nunca ofuscar.
Que nossas futuras estrelas possam brilhar mais forte!
Bauru Basket
Botafogo
CAIXA/Brasília Basquete
Caxias do Sul Basquete
Corinthians
Flamengo
Fortaleza B. C. / CFO
Sesi Franca
KTO Minas
Desk Manager Mogi Basquete
Pato Basquete
Paulistano/CORPe
Pinheiros
Farma Conde/São José Basketball
São Paulo
Ceisc/União Corinthians
UNIFACISA
R10 Score Vasco da Gama
Basket Osasco
Cruzeiro
E.C. Pinheiros (B)
Vitória (BA)
L. Sorocabana
Minas Tênis Clube (B)
ADRM
B.Cearense
Botafogo
Caixa Brasília Basquete
Campo Mourão
Caxias
IVV/CETAF
Flamengo
Minas
Paulistano
Pinheiros
São José Basketball
Thalia/PH.D Esportes
Vasco/Tijuca