HOJE
EM BUSCA DO TROFÉU!
Por Gustavinho Lima
Na edição especial sobre o Intercontinental, a Prancheta do Gustavinho conversou com o técnico Helinho Garcia, comandante francano de olho na conquista do título inédito
Rumo a Singapura para a disputa do título mundial, a equipe do Sesi/Franca recebeu muito carinho e toda a energia boa de centenas de torcedores francanos. Uma linda festa foi organizada para a despedida da equipe na saída de Franca, rumo ao aeroporto. Faixas, foguetes, bandeiras, instrumentos musicais e muita cantoria deram tom digno de final de Copa do Mundo para essa despedida.
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Depois de uma temporada em que a equipe fez jus ao apelido de “rolo compressor”, vencendo todas competições que disputou, agora o grupo parte em busca do tão sonhado troféu do de campeão Mundial.
O Sesi/Franca está no Grupo A e estreia na sexta-feira, dia 22/09 às quatro da manhã (horário de Brasília) contra a equipe do Al Ahly, do Egito. No sábado, dia 23/09, o confronto será contra o NBA G League Ignite, também às quatro da manhã. O primeiro colocado do grupo avança para a final contra o primeiro do Grupo B, que tem Zhejiang Golden Bulls da China, Al Manama do Bahrein e o Telekom Basket Bonn da Alemanha.
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Reformulado, mas mantendo o DNA vencedor
Fundado em 1959 e time mais tradicional do basquete brasileiro, o Franca Basquete tem no currículo cinco participações em Mundiais, conseguindo dois vice-campeonatos em 1975 e 1980. Desde a fundação se manteve como uma das referências do basquete brasileiro e a sintonia entre o time e a torcida é uma de suas marcas registradas.
Sempre figurando entre os melhores do país, em 2023 o Sesi Franca irá representar não só as suas próprias cores como também as cores do Brasil na tentativa de levantar a taça da Copa Intercontinental, que tem início nesta sexta-feira, dia 21/09, em Singapura.
Comandada pelo francano Helinho Garcia, a equipe teve a temporada perfeita em 2022/23, sagrando-se campeã do Campeonato Paulista, Copa Super 8, BCLA e NBB. No entanto, após a última conquista o plantel chega reformulado para o Mundial. Jogadores de muita importância como Lucas Mariano, Reynan e Mike Smith deixaram a equipe. A diretoria francana se esforçou para repor as peças e trabalhou para manter a estrutura do time sem abrir mão do DNA vencedor.
Chegaram Wesley “B.H” e Alexey Borges (que reforça o time pontualmente no Campeonato Paulista e no Mundial), vindos de ótima temporada no Minas Tênis Clube.
O elenco francano é muito forte e ainda conta com Georginho de Paula, eleito MVP das finais do NBB, e Lucas Dias atual MVP da competição, que vem com moral depois de boa participação vestindo a amarelinha na Copa do Mundo de Basquete. Os ótimos estrangeiros David Jackson e Santiago Scala trazem pontos nas mãos. O pentacampeão do NBB Jhonatan Luz agrega experiência. Já os alas/pivôs Márcio e Edu Marília, além do jovem prospecto Zu Jr e o pivô Nathan Mariano vêm de uma LDB muito consistente e conquistaram a medalha de prata.
À frente do projeto há seis temporadas como treinador e atual bicampeão do NBB, Helinho Garcia conversou sobre a expectativa da estreia do Sesi/Franca na Copa Intercontinental de Basquete.
Que despedida calorosa da torcida francana na saída do time para o aeroporto! Qual a importância de receber esse carinho do torcedor e o que representa para a cidade de Franca essa disputa do título da Copa Intercontinental de Basquete?
Helinho – A torcida é a razão de ser do nosso trabalho! Tendo a torcida presente, nos motivamos mais. E estar depois de tanto tempo disputando um mundial de clubes é algo fantástico para uma cidade que respira basquete e que vivenciou as conquistas para chegarmos até aqui de forma muito intensa.
Ter o basquete no sangue é sem dúvida uma das características do cidadão francano. No último treino antes da viagem vocês receberam a ilustre visita de Fausto Giannechini e de Fransérgio Garcia, dois ex craques que fizeram história jogando na cidade. Como o grupo recebeu essa mensagem?
Helinho – A mensagem dos dois foi sensacional e veio de encontro com o que estamos vivendo nesse momento tão especial, passando aos atletas muita motivação e a experiência que eles já viveram conquistando grandes objetivos pelo basquete francano e brasileiro como o vice-mundial de clubes. Isso é muito inspirador!
Franca fez uma temporada perfeita vencendo Paulista, Super 8, BCLA e NBB. Mas o time se reformulou desde a última conquista. Como a equipe chega e o que muda na proposta de jogo para disputa deste mundial?
Helinho – Dentro daquilo que tivemos, dentro da última temporada, nós procuramos contratar o Wesley para o lugar do Lucão. É um jogador que tem algumas características parecidas, como o bom arremesso, além de ser um cara versátil que pode jogar em duas posições e também tem os valores que a gente aqui em Franca acredita serem importantes para um jogador. O Wesley se encaixou bem e já vem jogando muito bem no Campeonato Paulista. Tivemos a perda do Reynan e do Mike e conseguimos trazer o Alexey pontualmente para esse campeonato, que é um jogador que é de Franca e que já jogou muitos anos pelo Sesi/Franca. Sem dúvida ele foi muito importante para nós. Com certeza vamos estar o mais forte possível para essa disputa. O Georginho vai jogar o campeonato e depois se transfere para a Alemanha, mas para a Copa Intercontinental vamos estar fortes e extremamente unidos em busca desse grande objetivo.
Você, o Lucas Dias e o Georginho recentemente tiveram a oportunidade de vestir a camisa da seleção brasileira na Copa do Mundo de basquete. Qual aprendizado você traz dessa experiência que dá para aproveitar nessa Copa Intercontinental que também é um torneio de tiro curto?
Helinho – Tivemos um saldo positivo na Copa do Mundo, ganhando jogos importantes com muito crescimento de todos e ganhos de experiência. Ficou claro também que nós da “família basquete” precisamos trabalhar muito na formação de base de atletas e aumentar o número de garotos praticando o esporte para que de uma maior quantidade possamos ter um número cada vez maior de jogadores selecionáveis que possam ganhar maior competitividade através de um maior intercâmbio com outras grandes seleções do mundo.
Como está o scout em relação aos adversários e o que esperar das equipes do Al Ahly e do NBA G League Ignite?
Helinho – Claro, estamos “scouteando” os adversários. A equipe do Egito é uma equipe que conta com vários jogadores que jogaram a Copa do Mundo pelo Egito, além do Norris Cole que eles contrataram para essa disputa do Mundial. Contratação importante, jogador que já jogou na NBA (campeão no Miami Heat ao lado de Lebron James e Dwyane Wade). A comissão técnica está procurando fazer uma análise mais completa para que dentro daquilo que temos como repertório, minimizar as ações deles. A equipe do Ignite é uma equipe bem mesclada. Conta com alguns jogadores experientes e alguns jovens que devem estar entre os 10 melhores do próximo Draft da NBA. Alguns são mais experimentados, caso do armador Stockton (filho do John Stockton) que jogou várias janelas da Copa do Mundo FIBA pela seleção americana. É uma equipe bastante versátil e diversificada, mas estamos procurando “scoutear” as duas equipes como sempre fazemos. Temos boas informações vindas de treinadores que acompanham essas Ligas e tanto o Pablo (Pablo Costa, assistente técnico) como eu temos bom relacionamento e pudemos apurar bem.
O Brasil está com o Franca! Qual a principal mensagem que você gostaria de passar para o torcedor antes da bola subir em Singapura?
Helinho – A principal mensagem é que a gente está muito feliz de estar num campeonato Mundial de Clubes depois de tanto tempo. Torçam pela gente e mandem essa energia boa que já vêm mandando há um bom tempo. Tanto os torcedores que já estão em Franca como em todo Brasil para que a gente possa, unidos, fazer mais um grande trabalho e chegar na Final e conseguir levantar a taça e mais um importante título para o Sesi/Franca Basquete!