#JOGAJUNTO

NBB Caixa

Precisamosfalar do Mogi

05-02-2020 | 03:46
Por Rodrigo Bussula

Sensação do NBB CAIXA, Mogi se supera a cada partida e tem conquistado resultados expressivos no campeonato

Quem olha a tabela de classificação do NBB CAIXA e vê o Mogi das Cruzes na terceira colocação, brigando pelas primeiras posições contra Flamengo e Sesi Franca Basquete, talvez não se assuste, principalmente por toda a tradição do time no basquete brasileiro. Mas nessa temporada, com todas as circunstâncias enfrentadas, o Mogi estar nessa posição é algo para se aplaudir de pé. 

O orçamento ao contrário de em anos anteriores foi menor, o elenco ficou mais enxuto e a equipe sofreu e ainda sofre com boa parte do elenco lesionado, casos de Alexey e João Pedro, que voltam em março, Lucas Santana e o pivô Gruber, que rompeu o LCA e só retorna às quadras na temporada que vem. 

As perdas foram sentidas, especialmente pelo elenco que é mais limitado nesta temporada do NBB CAIXA. Mas para Guerinha isso não é desculpa para não buscar sempre o topo.

“Não temos que ver que é o 12˚ orçamento, temos que brigar para chegarmos em primeiro e segundo, como Flamengo e Franca. Não temos que criticar o orçamento dos outros, sim melhorarmos. Agora, dentro do possível nós trouxemos jogadores que achamos que podiam somar com a nossa equipe”, afirmou.

Mesmo com orçamento limitado, Guerrinha montou uma equipe extremamente competitiva para essa temporada (Antonio Penedo/Mogi das Cruzes)

Mesmo com as perdas, o treinador do Mogi tem conseguido fazer uma campanha consistente na competição com 14 vitórias em 19 jogos (73,7% de aproveitamento), isso com um sistema ofensivo extremamente efetivo que anota em média 83,9 pontos por jogo – 4˚ melhor ataque da competição. 

Para o treinador, o time tem conseguido os bons números pelo simples fato dos jogadores aproveitarem o máximo possível a oportunidade que lhes foi dada. 

“Os jogadores têm aproveitado dentro da limitação deles, cada um do seu jeito. Temos dado essa oportunidade pela necessidade também. Pela necessidade de desenvolver mais gente durante o jogo e, principalmente, colocar com função. Colocamos os jogadores em quadra com cada um sabendo, dentro da sua característica e vivência, como ele pode contribuir para o time”, afirmou o comandante do Mogi.

Um dos jogadores que aproveitou essas chances foi o ala/pivô André Góes, que chegou em Mogi das Cruzes nesta temporada, mas que atua como se já vestisse a camisa da equipe há anos. Com menos tempo de quadra no Franca, sua ex-equipe, durante a última temporada (média de 18,2 por jogo), no Mogi a situação mudou (média de 34,1) e seus números evoluíram exponencialmente. 

André Góes se tornou um dos pilares do Mogi nesta temporada (Antonio Penedo/Mogi das Cruzes)

Nessa edição, o jogador faz uma temporada digna de MVP, com médias de 15,5 pontos, 6,7 rebotes, 4,3 assistências e 18,9 de eficiência. Além dos números expressivos, Góes ainda contribui com atuações decisivas, como a do último domingo em que converteu a bola da vitória contra a Unifacisa no estouro do cronômetro.

André ainda vai bem em um dos principais pontos fortes do Mogi, que é o alto índice de acerto quando se recebe a bola em posição para o chute (2˚ melhor time da competição no fundamento)*, com o aproveitamento de 42,1%*. Nessa situação, Góes tem um total de 78 pontos convertidos em 66 posses (43,3%)*.

Além dele, o experiente armador Fúlvio, com 69 pontos em 49 posses nesta posição (52,4%)*, e o ala Danilo Fuzaro, com 64 pontos em 54 posses (41,7%)*, são outros dos pilares de uma das jogadas que mais funciona no Mogi nessa temporada. Para Guerrinha, a liderança exercida dentro de quadra pelos experientes André Góes e Fúlvio ajuda muito para o êxito do trabalho. 

“Uma série de coisas influencia, mais a minha experiência, e de alguns jogadores, eu diria que se não fosse o André e o Fúlvio dentro da quadra jamais teríamos essa  química hoje. A liderança deles, em cinco, seis meses de trabalho nosso faz parecer que a equipe está junta há mais de dez anos”, salientou o técnico. 

André Góes e Danilo Fuzaro são Duas das principais peças do Mogi nessa temporada (Antonio Penedo/Mogi)

Mesmo com todas as adversidades enfrentadas com lesões, além de uma defesa que sofre muitos pontos e dá uma pitada de emoção em todos os jogos do Mogi (4˚ pior defesa, com média de 81,8 pontos sofridos por partida), o time vem se fortalecendo e, principalmente, se superando a cada passo que dá na temporada. Tradição é o que não falta para uma das equipes mais emblemáticas do basquete nacional. Com certeza podemos esperar mais desse Mogi cascudo e guerreiro na fase final do NBB CAIXA. 

* Estatísticas retiradas da plataforma Synergy Sports

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB), em parceria com a NBA, e conta com os patrocínios oficiais da CAIXA, Budweiser, Unisal, INFRAERO, Nike, Penalty, Plastubos e os apoios do Açúcar Guarani e Pátria Amada Brasil – Governo Federal.