HOJE
Quem são eles?
Por Douglas Carraretto
Tradição, lendas das Américas e campanhas parecidas: veja as semelhanças entre Mogi e Regatas Corrientes, adversários no Final Four da LDA
Único representante brasileiro no Final Four da Liga das Américas 2018, o Mogi das Cruzes/Helbor encontrará pela frente um gigante do basquete argentino: o Regatas Corrientes, que possui certas semelhanças com o time mogiano.
As duas equipes brigarão por um lugar na grande decisão neste sábado (24/03), em Buenos Aires (ARG), às 19 horas (de Brasília), com transmissão ao vivo através do sportv.com.
Quem ganhar disputará, no domingo (25/03), o título da “Libertadores do Basquete” contra o vencedor da outra semifinal entre o anfitrião San Lorenzo (ARG) e o Estudiantes de Concórdia (ARG), que duelarão às 21h30 (de Brasília).
Com campanha praticamente impecável na competição até aqui (cinco vitórias e uma derrota), o Regatas classificou-se ao Final Four ao ficar com a liderança do Grupo F da fase semifinal. Enquanto isso, o Mogi, que contabiliza um total de quatro vitórias e duas derrotas, encerrou a etapa semifinal como vice-líder do Grupo E.
A verdade é que, além das campanhas parecidas, Mogi e Regatas possuem outras semelhanças bem marcantes, o que indica um extremo equilíbrio na briga por um lugar na final do principal torneio do continente. Confira:
Tradição
– Mogi das Cruzes
O primeiro ponto em comum entre Mogi e Regatas é a tradição no basquete. Um dos grandes polos do basquete no Brasil, Mogi das Cruzes (SP) é daquelas cidades que respira o esporte da bola laranja e possui uma das torcidas mais fanáticas do país.
Localizada a 60km de São Paulo (SP), a cidade passou a ter o basquete enraizado em sua cultura esportiva a partir das décadas de 80 e 90, quando se tornou potência nacional da modalidade, principalmente com o título do Campeonato Paulista (competição estadual mais forte do Brasil) de 1996.

Mogi foi campeão da Liga Sul-Americana 2016 e disputa o Final Four da Liga das Américas pela segunda vez (Divulgação/FIBA)
Atualmente, Mogi das Cruzes vive o auge de sua história na modalidade. Em 2016, o time comandado pelo técnico Guerrinha faturou os títulos do Campeonato Paulista e da Liga Sul-Americana e passou a ocupar um patamar de respeito não só em território nacional, mas também continental, até porque também chegou ao Final Four da Liga das Américas daquele ano – sob o comando de Danilo Padovani, hoje assistente.
– Regatas Corrientes
A Argentina, como um todo, é um país extremamente “basqueteiro”, e Corrientes não é diferente. A cidade, localizada a mais de 900 km da capital Buenos Aires, tem dois representantes na elite do basquete argentino: o Regatas e o San Martín, o que movimenta ainda mais o esporte da bola laranja por lá.
Uma das maiores potências do basquete argentino, o Regatas também tem sua tradição um pouco mais “recente” e faturou seu primeiro e único título nacional na temporada 2012/2013. No entanto, antes disso, conquistou duas vezes a Liga Sul-Americana, ambas contra as equipes brasileiras: em 2008, em cima do Flamengo, e em 2012, sobre o Brasília. Já na Liga das Américas, foi campeão da edição 2011 – último título de um argentino na competição. Deu pra ver que tradição não falta no clube, que foi fundado em 1923 como clube de remo, mas viu o basquete virar o esporte número um décadas depois.

Regatas foi campeão da Liga Sul-Americana 2008 e 2012 (foto), além da Liga das Amércas 2011 (Infoliga/Divulgação)
Apesar de não ser a equipe número um da cidade, o San Martin passou a ocupar um patamar de destaque no basquete argentino nos últimos anos. Em 2015, foi à final da Liga Sul-Americana e ficou com o vice ao ser derrotado pelo Brasília. Atualmente, é o vice-líder do campeonato de seu país, com 19 vitórias e sete derrotas – atrás apenas do San Lorenzo, que tem 19 triunfos e quatro reveses.
Lendas das Américas
– Shamell
É certo que, para chegar a um Final Four, são necessários elencos de bastante qualidade. No entanto, tanto Mogi quanto Regatas têm uma referência em especial, que é responsável pela liderança da equipe dentro de quadra. Pelo lado do Mogi, esse grande ícone é Shamell Stallworth, um dos atletas mais conhecidos e respeitados das Américas.
Campeão e MVP da Liga das Américas 2013 e vice em 2014 pelo EC Pinheiros, o norte-americano de 37 anos tem um dos nomes mais prestigiados na esfera dos torneios das Américas por conta das atuações exuberantes que apresenta neste tipo de competição. Em 2016, o jogador liderou o Mogi ao título da Liga Sul-Americana 2016 e também faturou o troféu de MVP.
Maior cestinha da história do NBB CAIXA, Shamell tem médias de 15,3 pontos na atual temporada da competição. Já na Liga das Américas, sua média é de 17,7 pontos por partida, com 40% de aproveitamento nas bolas de 3 pontos. Sua melhor atuação no torneio foi contra o poderoso San Lorenzo, que também está no Final Four, com 29 pontos.
Veja lances de Shamell na Liga das Américas 2018:
.@24shamell24!!!!
💪🏼 ✨ 🏀 😱 👏🏼@BasqPaulistano vs @mogibasqueteof #LDA2018 pic.twitter.com/epbLaopvQG
— Liga de las Américas (@Ligamericas) January 28, 2018
¡Triples consecutivos de @24shamell24! 🎯@mogibasqueteof vs @Fuerza_Regia#LDA2018 pic.twitter.com/YQnGNPjj3D
— Liga de las Américas (@Ligamericas) March 4, 2018
.@24shamell24 para cerrar el 1QT! 🔥
🏀 @FerroOficial vs @mogibasqueteof #LDA2018 pic.twitter.com/FYGEPvM7pG
— Liga de las Américas (@Ligamericas) March 2, 2018
¡@24shamell24 acerca a @mogibasqueteof a 1 punto de @CASLABasquet con este TRIPLE! 🎯 #LDA2018 pic.twitter.com/HcLDO9iWbI
— Liga de las Américas (@Ligamericas) March 4, 2018
“Esse será o meu quarto Final Four, então quero aproveitar ao máximo e passar um pouco de experiência para os demais atletas. Não é fácil chegar aonde chegamos. Somos a única equipe brasileira com chances de ser campeã, então vamos entrar em quadra para representar o Brasil”, disse Shamell.
– Paolo Quinteros
Do outro lado, a grande referência é o genial Paolo Quinteros. Aos 39 anos, o ala argentino é daqueles “intermináveis”, que continua atuando em altíssimo nível mesmo com idade avançada, assim como fazem no Brasil nomes como Shamell (37 anos), Marcelinho Machado (42 anos) e Alex Garcia (38 anos).
Quinteros defende o Regatas desde a temporada 2011/2012, quando voltou ao seu país depois de quatro anos na Espanha defendendo o CAI Zaragoza. Foi campeão, MVP e MVP das Finais da edição 2012/2013 da liga argentina pelo time de Corrientes. Além disso, defendeu a Seleção da Argentina na campanha do bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e no Mundial da Turquia em 2010.
Atualmente, o veterano é o cestinha do Regatas na liga argentina, com média de 17,9 pontos por partida. Na Liga das Américas, também é o maior anotador, com 16,6 pontos em média. Sua principal atuação no torneio foi justamente contra o Bauru, na fase semifinal, quando registrou expressivos 26 pontos (5/8 nas bolas de 3) e liderou o time argentino ao grande triunfo.
Veja lances de Paolo Quinteros na Liga das Américas 2018:
🚨⏰ ¡QUINTEROS! ⏰🚨@ClubRegatasCtes 🇦🇷 | #LDA2018 pic.twitter.com/SmUdYPJjue
— Liga de las Américas (@Ligamericas) March 10, 2018
…3,2,1….Quinteros con el triple para cerrar el tercer parcial!@ClubRegatasCtes 🇦🇷 | #LDA2018 pic.twitter.com/YXohqcMGvT
— Liga de las Américas (@Ligamericas) March 10, 2018
Como el 🍷 Paolo Quinteros … 😱👏 @ClubRegatasCtes 🇦🇷 #LDA2018 pic.twitter.com/mBTp2Hxyo4
— Liga de las Américas (@Ligamericas) March 10, 2018
El 3er parcial del Sr. Paolo Quinteros 🔥🏀🔥…#LDA2018 @ClubRegatasCtes pic.twitter.com/l7xWV8xtiO
— Liga de las Américas (@Ligamericas) February 5, 2018
Elencos fortes
– Regatas Corrientes
Apesar de liderado por Paolo Quinteros, o Regatas Corrientes possui um elenco bem forte como um todo. O plantel possui cinco norte-americanos, um deles agregado antes da fase semifinal da Liga das Américas: o ala Brandon Thomas, de 33 anos, que tem passagens por Espanha, França e Alemanha, entre outros vários países. Nos três jogos do Grupo F, ele registrou em média 13,7 pontos por partida.
Além de Thomas, o experiente ala/pivô Fernando Martina (7,8 ppj), o jovem promissor ala/armador Juan Pablo Arengo, de 21 anos (8,2 ppj), o ala norte-americano Alexis Harris (9,0 ppj), e o “conhecido” ala Fabián Ramirez Barrios (9,2 ppj), que atuou pelo Bauru de Guerrinha e Larry Taylor na temporada 2013/2014 e inclusive foi campeão Paulista em 2013 pela equipe, formam a força do plantel do time de Corrientes.
A equipe é comandada pelo técnico Gabriel Piccato, que possui no currículo um título da liga argentina em 2006 pelo Boca Juniors. Mas o atleta de maior impacto no grupo depois de Quinteros pode ser o talentoso armador uruguaio Santiago “Pepo” Vidal. O jogador é dono das médias de 10,8 pontos, 5,2 assistências e 43,5% de aproveitamento nas bolas de 3 pontos na Liga das Américas 2018.
Veja jogadas de Santiago “Pepo” Vidal na Liga das Américas 2018:
Santiago Vidal….🎯🎯🎯 @ClubRegatasCtes 🇦🇷 #LDA2018 pic.twitter.com/yT4j1cp766
— Liga de las Américas (@Ligamericas) March 10, 2018
¡Vidal! 🏀👋🏻 @ClubRegatasCtes vs @LeonesPonceBSN #LDA2018 pic.twitter.com/V5ySrZtkL2
— Liga de las Américas (@Ligamericas) February 5, 2018
😏 👏🏼 🔥
¡Vidal a Harris!@ClubRegatasCtes vs @estudiantescdia #LDA2018 pic.twitter.com/9kE5MHFfQ2
— Liga de las Américas (@Ligamericas) February 4, 2018
“O Regatas é um time bem argentino mesmo. Joga no erro do adversário, trabalha bem a bola, tem uma estrutura em função dos jogadores argentinos e os americanos completam muito bem. Não individualiza muito e joga coletivamente”, analisou o técnico do Mogi, Guerrinha.
“O (Paolo) Quinteros é a cereja do bolo deles. É um jogador que está há muitos anos na seleção e que puxa o time, assim como o Shamell no nosso, com bolas decisivas. Ele tem mais impacto no time deles do que o Shamell no nosso, pela dependência deles. Mas eles têm estrutura para os outros jogarem também. Tem o Fabían (Barrios), que já jogou comigo e tem um ótimo arremesso”, concluiu Guerrinha.
– Mogi das Cruzes/Helbor
Assim como o Regatas, o Mogi das Cruzes também tem uma referência principal, que é Shamell. Mas, o grande trunfo da equipe é o entrosamento de suas peças. Larry Taylor, Shamell, Tyrone, Filipin, Jimmy e Caio Torres são os tripés de sustentação do grupo, que costuma brigar “nas cabeças” de todos os campeonatos que disputa há três anos, com direito aos títulos do Paulista e da Sul-Americana em 2016.
Por isso, pode se dizer que experiência não falta para esquadrão mogiano, que tem como comandante o experientíssimo técnico Guerrinha. O renomado treinador tem no currículo nada menos que duas finais de NBB CAIXA, dois títulos da Liga Sul-Americana (um pelo Mogi) e um da Liga das Américas e um vice-campeonato Mundial, todos à frente do Bauru.
Toda essa trajetória de Guerrinha foi feita também pelo ex-Bauru Larry Taylor (12,2 ppj na Liga das Américas), norte-americano naturalizado brasileiro que serve a Seleção desde 2012, quando disputou os Jogos Olímpicos de Londres. Além disso, disputou também a Copa do Mundo da Espanha em 2014 pelo selecionado verde-amarelo.
Assim como Shamell, Tyrone Curnell é outro que eleva muito o nível de suas atuações quando atua em competições internacionais. E na presente edição da Liga das Américas não é diferente. O ala/pivô norte-americano é o segundo maior cestinha (18,2 pontos por jogo), terceiro maior reboteiro (8,2 rebotes) e jogador mais eficiente (21,7 de valorização por jogo) de todo o torneio, além de contabilizar um expressivo aproveitamento de 56,7% nas bolas de 3 pontos.
Veja algumas jogadas de Tyrone na Liga das Américas 2018:
¡🔥🔥😱 Tyrone Curnell 😱🔥🔥!
El importado explota en el tercer parcial con 14 puntos por @mogibasqueteof, para empatarle así el partido a @CASLABasquet a 48 entrando a los últimos diez minutos. #LDA2018 pic.twitter.com/5qClQCGNFv
— Liga de las Américas (@Ligamericas) March 4, 2018
Tyrone… 😰 💪 🏀 @mogibasqueteof vs @CASLABasquet #LDA2018 pic.twitter.com/EavQCCP4aw
— Liga de las Américas (@Ligamericas) January 26, 2018
Eleito melhor defensor da última edição do NBB CAIXA, o ala Jimmy Dreher é outro atleta de tamanho impacto no elenco do Mogi. O jogador tem importantes médias de 11,2 pontos e 3,3 rebotes, mas o que os números não mostram é a intensidade que ele coloca dos dois lados da quadra, principalmente na defesa. Já o experiente pivô Caio Torres, que também disputou os Jogos Olímpicos de Londres em 2012 pela Seleção Brasileira, contribui com 9,0 pontos e 6,7 rebotes nesta edição da Liga das Américas.
“Temos muito respeito pelas equipes brasileiras. Mogi fez duas grandes partidas contra o San Lorenzo, a última delas na casa do San Lorenzo, o que significa que é uma equipe que está muito bem. Eles têm jogadores de experiência, como Larry Taylor e Shamell Stallworth. A verdade é que eles estão bem, mas temos que focar em nós mesmos, em jogar como estamos jogando”, disse o armador Santiago Vidal, do Regatas, em entrevista ao site oficial do clube.
Bauru Basket
Botafogo
CAIXA/Brasília Basquete
Caxias do Sul Basquete
Corinthians
Flamengo
Fortaleza B. C. / CFO
Sesi Franca
KTO Minas
Desk Manager Mogi Basquete
Pato Basquete
Paulistano/CORPe
Pinheiros
Farma Conde/São José Basketball
São Paulo
Ceisc/União Corinthians
UNIFACISA
R10 Score Vasco da Gama
Basket Osasco
Cruzeiro
E.C. Pinheiros (B)
Vitória (BA)
L. Sorocabana
Minas Tênis Clube (B)
ADRM
B.Cearense
Botafogo
Caixa Brasília Basquete
Campo Mourão
Caxias
IVV/CETAF
Flamengo
Minas
Paulistano
Pinheiros
São José Basketball
Thalia/PH.D Esportes
Vasco/Tijuca