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LDB

Reerguendo a tradição

06-08-2013 | 05:41
Por Liga Nacional de Basquete

Representante do Rio Grande do Sul na LDB, Grêmio Náutico União tenta reacender a tradição do basquete gaúcho, revelador de diversos talentos do esporte da bola laranja

Com uma equipe muito jovem, o Grêmio Náutico União está participando da LDB pela primeira vez (Luiz Pires/LNB)

No atual mapa geográfico do basquetebol brasileiro, poucos olham para o Rio Grande do Sul. Devido ao fato de nenhum time gaúcho participar com relevância de campeonato nacionais, o Estado está fora de foco. Porém, o que não pode ser esquecido é que o nono maior Estado brasileiro projetou diversos atletas de alto nível para o cenário nacional e que inclusive tiveram passagens pela Seleção Brasileira.

Nomes como Rogério Klafhke, Luis Gruber, Léo Waszkiewicz e Audrei, todos vice-campeões do NBB5 pelo Unitri/Universo, Murilo Becker, MVP da temporada 2011/2012 do campeonato nacional, e o experiente Márcio Dornelles, atualmente no Macaé Basquete, entre muitos outros, surgiram das bases gaúchas.

Além de ser responsável por revelar tantos nomes para o esporte da bola laranja, a tradição gaúcha se deve também a outro fato. Em abril de 1994, o PITT/Corinthians, de Santa Cruz do Sul, escreveu o nome do Rio Grande do Sul na história do esporte da bola laranja ao conquistar o inédito Campeonato Brasileiro, único da história do basquete gaúcho. A tradicional equipe era comandada por ninguém menos que o consagrado e já falecido Ary Vidal, herói do Pan de 1987, em Indianápolis (EUA), em que o Brasil levantou o troféu de campeão ao vencer a poderosa seleção da casa, o ‘Dream Team’, dos Estados Unidos.

Na terceira edição do NBB, o Bira/Lajeado representou o nome dos gaúchos na elite do basquete brasileiro. Apesar de não ter obtido muito sucesso, o clube lajeadense projetou o ala Audrei, hoje um dos destaques do Uberlândia, atual vice-campeão do maior campeonato do país.

Ary Vidal comemora o título brasileiro do PITT/Corinthians, em 1994 (Divulgação)

Atualmente, os gaúchos são representados nacionalmente pelo Grêmio Náutico União na LDB 2013, competição para garotos até 22 anos e organizado pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com o Ministério do Esporte. O clube do Rio Grande do Sul é um dos times mais jovens do campeonato e tem seu elenco composto apenas por jogadores sub-19.

“Para nós é uma honra estar aqui. Viemos de um basquete completamente diferente do que a gente vê aqui, parece que é outro jogo. A gente vem de uma cultura amadora para jogar com atletas praticamente profissionais aqui. Estamos com um time quase inteiro com garotos nascidos em 95, ou seja, quase quatro anos a menos da idade permitido na competição. Mas estamos conseguindo jogar os jogos e para gente, essa é a hora”, comentou o técnico do Grêmio Náutico União, Leonardo Guimarães, o Pimenta.

Mesmo não sendo muito conhecido no cenário nacional, o Grêmio Náutico União é o terceiro maior clube do país, atrás apenas de E.C. Pinheiros (SP) e Minas Tênis Clube (MG), agremiações que têm uma espécie de parceria  para seus associados com o clube gaúcho. Forte formador, o GNU foi responsável por lançar ninguém menos que Murilo Becker, hoje no Paschoalotto/Bauru, e Luis Gruber, vice-campeão do NBB5.

O armador Henrique, de 18 anos, é um dos destaques do GNU na LDB 2013 (Luiz Pires/LNB)

“Lá no Rio Grande do Sul nós temos excelentes formadores. Mas o que eu acho que está faltando é a iniciativa privada apoiar o esporte. Acabamos de aprovar um projeto lei via Ministério do Esporte, mas não conseguimos captar. Enquanto não conseguirmos entrar nesse cenário de projeto de lei será muito difícil formar uma equipe em Porto Alegre. Quando o PITT/Corinthians perdeu o patrocínio, começou a decair. Com a iniciativa privada somada com o nosso material humano, acho que temos chance de entrar no cenário nacional. Não sei se o time seria campeão, mas já iríamos colocar o nome do Rio Grande do Sul no mapa de novo. É isso que estamos tentando aqui na LDB”, disse Pimenta.

Mesmo tendo conseguido apenas uma vitória em 14 jogos até então da LDB, o Grêmio Náutico União complicou jogos contra equipes de altíssimo nível, como Pinheiros e São José. Certamente, este foi apenas o primeiro passo de um possível ressurgimento da modalidade em terras gaúchas.

“O que eu levo daqui é que precisamos trabalhar muito forte para um dia chegar nesse nível, tendo em vista que a gente não consegue pagar ninguém, treinamos mesmo sem ter quadra. A nossa base tem que mudar, pois temos um ótimo material humano, temos grandes formadores lá. Acredito que fazendo um bom trabalho de base e mantendo o projeto, que já é para três anos, acho que nos próximos anos podemos vir muito melhores”, finalizou o treinador da equipe gaúcha.