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NBB Caixa

Muita história para contar

17-03-2025 | 07:26
Por Liga Nacional de Basquete

Com 15 edições do NBB CAIXA no currículo, Régis Marrelli se torna o quarto treinador a completar 500 jogos na história do maior campeonato de basquete do País

A partida do Farma Conde/São José Basketball contra o Pinheiros nesta segunda-feira (17/03), no ginásio Antonio Prado Jr., em São Paulo, foi especial para o técnico Régis Marrelli. Ele se tornou o quarto treinador na história do NBB CAIXA com 500 jogos no currículo. Está atrás apenas de Gustavo de Conti (561), Demétrius Ferracciú (532) e Guerrinha (514) e com bastante vantagem para Alberto Bial (388), o quinto na lista de treinadores com mais partidas no maior campeonato de basquete do País.

“Primeiramente, essa marca quer dizer que estou ficando velho (risos). É um motivo de muito orgulho ter acompanhado o crescimento da Liga Nacional de Basquete desde o início, participando de quase todos os NBBs. Fico muito feliz por isso e por ter conseguido me manter nessa elite. Nós, técnicos, sabemos como é muito difícil. É uma competição muito grande e com poucas equipes, um número restrito de cargos disponíveis para técnicos, então fico orgulhoso por estar nesse meio e desejo fazer mais jogos, quem sabe chegar na marca dos 600, 700, 800 jogos… gostaria de ficar mais um tempo e estou trabalhando para isso. Tento estudar, me atualizar e não ficar para trás, para que eu possa continuar trabalhando na principal competição do País”, afirmou Régis Marrelli. “São grandes treinadores, são caras excepcionais, com carreiras consolidadas, muito merecedores de tudo que conquistaram e fico muito feliz de estar nesse grupo. É um motivo de muito orgulho”, completou.

Régis Marrelli está na sua 15ª temporada e começou sua trajetória no NBB CAIXA à frente do Farma Conde/São José Basketball, onde ficou durante sete anos, incluindo as cinco primeiras edições da competição. Neste período, conquistou dois títulos do Campeonato Paulista (2009 e 2011) e um vice-campeonato do NBB CAIXA (2011/12), em que também faturou o Troféu Ary Vidal de Melhor Técnico da temporada.

Neste período no Farma Conde/São José Basketball, Marrelli integrou a comissão técnica da seleção brasileira nos Sul-Americanos de 2010 e 2012. Após deixar o time joseense em 2013, o treinador ficou um ano afastado e retornou às quadras na edição 2014/15 para comandar o Palmeiras. No ano seguinte, foi para o Universo/Vitória, da Bahia, onde ficou por três anos. Depois assumiu o comando do Paulistano/CORPe, que havia sido campeão do NBB CAIXA, no lugar de Gustavo de Conti, que foi para o Flamengo. Foram três temporadas por lá até ir para o CAIXA/Brasília Basquete, em 2021/22. Marrelli não participou da temporada 2022/23 e depois seguiu para o Cerrado Basquete até voltar para Sanja.

Régis Marrelli em sua primeira passagem pelo Farma Conde/São José Basketball. Foto: Arquivo

“Com certeza sou o técnico que esteve nas mais diversas situações no NBB CAIXA. Já fui o último, já fui o primeiro na fase de classificação, fiquei em segundo, em terceiro, no meio de tabela… tive o prazer de trabalhar em vários níveis de equipes, em vários estados diferentes. Trabalhei por três anos em Salvador, no Vitória, até hoje falo que tive a melhor campanha nordestina no NBB CAIXA, que foi o terceiro lugar. Estive em São Paulo, São José, Brasília, fico muito feliz de ter participado de tantos momentos e conhecido tantos lugares. Fiz muitos amigos no caminho e tudo isso é motivo de muito orgulho. Sempre busco passar aos jogadores um pouco dessa experiência também, como já passei por todas as situações, tento instruí-los sobre algumas atitudes para ajudá-los na carreira”, afirmou o treinador.

Com um currículo tão rico, Régis Marrelli tem muitas histórias. Em termos de resultado, o treinador lembra com carinho da vitória sobre o Flamengo na série semifinal do NBB CAIXA 2011/12 no quinto e decisivo jogo. “Despachamos uma grande equipe com o ginásio lotado, o pessoal tinha feito fila desde a madrugada na entrada do Linneu de Moura para assistir o jogo, e sacramentou nossa classificação para a final. Aquela série foi fenomenal, no segundo jogo estávamos perdendo, o Flamengo ia abrir 2 a 0 na série e o Dedé conseguiu fazer uma bola de três nos últimos segundos que levou o jogo para a prorrogação e depois nós vencemos, e isso nos deu confiança para o restante da série também. Pelo jeito que foram os playoffs, pela maneira que derrotamos o Flamengo, foi certamente muito marcante para todos nós.”

Régis Marrelli treinou o Palmeiras na temporada 2014/15. Foto: Arquivo

E claro existem histórias engraçadas. “Foi com o Paulão, nosso pivô de 2,13m que jogou comigo no São José no início dos anos 2010. O Paulão só dava gancho perto da cesta, ele nunca deu um arremesso. E, em um jogo contra Franca no Linneu, estava acabando o tempo de posse de bola, no final do jogo também, a bola sobrou para ele na linha de três pontos, ele chutou e converteu o arremesso. Esse provavelmente foi o único arremesso que ele deu na carreira, e na hora que ‘matou’ a bola, nós dois saímos correndo na emoção do momento, e nessa que ele saiu correndo e eu saí correndo, nós dois batemos no ar (risos). Mas você imagina, um cara de 2,13m forte e grande batendo em mim, foi como se eu desse um peixinho de voleibol, fui parar embaixo do nosso banco de reservas (risos). Os jogadores racharam de dar risada, foi algo inusitado que aconteceu, mas foi muito legal esse momento também”, relembrou.

Para Régis Marrelli, é ainda mais especial alcançar 500 jogos pelo Farma Conde/São José Basketball. “Só tenho que agradecer pela confiança que o clube tem em mim. Foi o lugar onde tive a melhor campanha, onde tive o melhor desempenho, fui vice-campeão do NBB CAIXA, bicampeão Paulista, jogamos Liga das Américas e fiquei muito feliz por ser convidado a voltar dez anos após a primeira passagem. Sempre falo que São José é a única cidade no Brasil que joga todas as categorias no masculino e no feminino, é uma cidade apaixonada por basquete, é a cidade que minha família escolheu para morar, sou mogiano, mas hoje residimos em São José desde que vim para cá na primeira vez e nunca mais saímos daqui. Me sinto realmente em casa nessa cidade e com essa torcida que é muito próxima do time”, afirmou o treinador.

Régis Marrelli treinou o Universo/Vitória por três temporadas no NBB CAIXA. Foto: Arquivo

Natural de Mogi das Cruzes (SP), Régis Marrelli iniciou sua carreira de treinador aos 28 anos nas categorias de base do time de sua cidade natal. No time mogiano, foi auxiliar técnico até 2005, quando chegou ao comando do elenco adulto. Em 2006, o treinador foi para o São José e deu início à sua gloriosa caminhada por lá. E, mesmo depois de tanto tempo no basquete, ainda tem muito para compartilhar. “É um sentimento de alegria por atingir esse feito, alegria principalmente por ajudar na formação de jogadores. Gosto muito da parte de formação, gosto muito de ensinar o fundamento e o jogo em si, é uma das partes que mais me encantam, então quando vejo atletas se destacando e aparecendo para o cenário nacional, fico muito feliz. Estou fazendo aquilo que amo. São poucas pessoas que conseguem fazer o que amam e por tanto tempo. Vai fazer 27 anos que estou trabalhando com equipes adultas, tanto como assistente quanto como técnico, são poucas pessoas que conseguem realizar esse sonho e fico feliz por integrar esse pequeno grupo”, finalizou.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Penalty e UMP e apoio oficial Infraero, IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.