Renascido

Robson se recuperou de uma grave lesão e agora é o cestinha da LDB 2013 (Célio Messias/LNB)

Além de revelar e estimular o protagonismo em jovens atletas, a LDB também está exercendo outra função: promover o renascimento de grandes atletas. Caso do ala Robson Vesper, do Vila Velha/Garoto/IVV/Cetaf, que devido a uma grave contusão no tornozelo, chegou a colocar um ponto final em sua trajetória no esporte da bola laranja, e hoje, é o atual cestinha da competição sub-22, com média de 20,5 pontos por jogo.

Atualmente com 22 anos, Robson viveu o auge de sua carreira na primeira edição da LDB, em que defendeu as cores do Vitória Basquete/CECRE (ES), e foi o segundo cestinha do campeonato nacional de base, com média de 19,1 pontos por jogo. Este ótimo desempenho na competição despertou o interesse do Minas Tênis Clube, onde ele disputou apenas duas partidas e ele sofreu uma grave lesão nos ligamentos do tornozelo esquerdo e ficou quatro meses sem nem poder andar.

Ainda sem estar totalmente recuperado, Robson disputou a segunda edição da LDB com a camisa do time de Belo Horizonte, mas atuou em poucas partidas e teve pouco tempo de quadra, por ainda estar em fase de readaptação.

Após a equipe mineira ser eliminada da competição, Robson ainda não havia conseguido encontrar seu melhor basquete, e fora de ritmo, não conseguiu fazer parte do grupo do Icatu/Minas que disputava o NBB. Desanimado, Robson Vésper decidiu encerrar sua carreira e mudar o rumo de sua vida.

“Depois da minha lesão eu fiquei muito desanimado com o basquete. Foi a experiência mais desagradável que eu passei na minha vida. Fiquei quatro meses sem andar, minha mãe tinha que me ajudar a tomar banho. E quando eu voltei a jogar eu não conseguia fazer nada do que eu fazia antes. Então para mim foi muito deprimente viver naquela situação. Aí eu pensei que estudar e trabalhar seria uma opção melhor”, declarou o atleta.

Mesmo não estando totalmente em forma, Robson é o principal destaque do Vila Velha na LDB 2013 (Célio Messias/LNB)

Após ter decidido parar de jogar, o atleta entrou na faculdade e começou a cursar Engenharia Mecânia, além também de prestar e até passar em um concurso público. Mesmo com estas boas condições de vida, o ala foi chamado pela diretoria do Vila Velha, que fizeram o jogador mudar de ideia e voltar a se dedicar ao esporte da bola laranja.

“Comecei a estudar e cheguei até a passar em um concurso público. Mas aí o Luiz Felipe (presidente do Vila Velha) me chamou para conversar e fez eu me animar para voltar a jogar. Graças a Deus eu voltei, estou muito feliz com isso”, disse Robson.

Principal jogador da jovem equipe do Vila Velha, Robson Vesper usa como principal trunfo sua técnica, seu talento e sua experiência. Com 22 anos de idade, o camisa 18 é um dos mais velhos do elenco capixaba, ainda pouco experiente, em que até o técnico é novo – João Victor Freitas tem 24 anos, o mais jovem da competição –. Líder da equipe, o jogador tem média de 20,5 pontos por jogo e é o autal cestinha do campeonato sub-22, e comemora a oportunidade que está tendo.

Robson Vesper vive a expectativa de disputar o NBB pelo Vila Velha (Célio Messias/LNB)

“Eu tinha até esquecido o que era jogar basquete. Essa LDB está sendo muito legal, porque estou recuperando minha confiança. Eu vim para cá meio desacreditado. Não estava treinando direito, comecei a treinar duas semanas antes de vir para cá, estou um pouco acima do peso ainda. Mas o pessoal do time, o João Victor (técnico), o Luiz Felipe (presidente), me passam muita confiança. Isso aqui para mim está sendo um recomeço. Tomara que dê certo desta vez”, comentou o jogador.

O presente é a LDB, mas o futuro de Robson Vesper é o NBB. Se tudo ocorrer como o planejado, o atleta de 1,94m terá a chance de disputar o maior campeonato do país, sonho que bateu na trave uma vez, só que agora, tem tudo para dar muito certo.

“Eu vou e quero ter uma continuidade no basquete. Caso Vila Velha entre no NBB eu vou ficar por lá e disputar o NBB. Pretendo sim continuar com a faculdade, mas a prioridade é o basquete. Tomara que esse ano dê tudo certo para mim. A última vez que eu estive em quadra em um NBB foi com 19 anos, pelo próprio Vila Velha. Então eu vejo isso como uma ótima oportunidade para eu mostrar meu trabalho, meu potencial em um nível maior do que eu estou acostumado a jogar”, completou Robson Vesper.