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Renovação

21-11-2012 | 05:59
Por Liga Nacional de Basquete

Com 30% de árbitros estreantes nesta temporada, NBB foca desenvolvimento e surgimento de novos nomes na arbitragem brasileira

Os árbitros do NBB se reuniram para participar da Clínica Internacional FIBA Américas de Arbitragem (Gaspar Nobrega/inovafoto)

A arbitragem brasileira é hoje uma das mais importantes do mundo. Não por menos, o Brasil foi representado por Cristiano Maranho nas duas últimas principais finais de campeonatos organizados pela FIBA: o Mundial de 2010, na Turquia, e as Olimpíadas de Londres-2012. Para manter esse status intocável e revelar novos nomes que possam apitar os jogos mais importantes do mundo, haverá uma significativa renovação no quadro de árbitros do NBB nesta temporada.

Dos 52 árbitros da competição, 16 vão trabalhar no campeonato pela primeira vez, número equivalente a 30% do quadro. Esses profissionais, tanto os experientes como os novatos, vêm de todas as regiões do país, de 21 estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás, Amazonas, Alagoas, Rondônia, Bahia, Ceará, Acre, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Mato Grosso, Piauí, Sergipe, Tocantins e Paraíba) mais o Distrito Federal.

De acordo com a coordenadora de arbitragem do NBB, Flavia Almeida, o que está sendo feito é o mesmo que acontece com equipes, jogadores e técnicos: renovação de ideias e pessoas. “O Brasil tem uma leva de árbitros muito bons, mas eles já estão em uma idade mais avançada, acima dos 40, sejam internacionais e nacionais. A partir da terceira edição do NBB, começamos com essa ideia de renovação, que ganhou mais força na temporada passada”, disse.

“Isso é importante porque todo mundo se renova. As equipes se renovam, os técnicos se renovam, todos buscam novas táticas, novos métodos, novas pessoas para construir suas equipes. Nós também precisamos disso na arbitragem. Precisamos de novas pessoas para construir um pensamento comum, para melhorar a arbitragem brasileira, no NBB, que não é um campeonato fácil de se dirigir. A gente aposta nessa meninada que vem surgindo de vários pontos do Brasil”, acrescentou a coordenadora.

Nesse momento de mudanças e entressafra, os árbitros com mais experiência sabem que terão uma participação fundamental para manter e elevar o nível da arbitragem brasileira. “Nosso papel é justamente fazer esse intercâmbio do mais novo para o mais experiente. Para quê? Para deixá-los à vontade na quadra, sentir segurança. Quando você está com um cara mais velho, mais experiente, você fica mais à vontade, isso aconteceu comigo. Temos de fazer com que eles cheguem sem aquele impacto muito grande, temos de amenizá-lo”, explicou Cristiano Maranho.

Um desses novatos no apito do NBB é Ramiro Marques Inchauspe, universitário de 21 anos, de Pelotas, no Rio Grande do Sul. A única experiência dele em um campeonato profissional aconteceu na Copa Brasil, depois de arbitrar dois Jogos Escolares e dois Campeonatos Brasileiros de Base. O sonho do árbitro estreante era jogar, mas não tinha muita altura para isso. O caminho estava no apito. “É o modo que tenho de estar junto com o basquete”, contou.

Experientes como Cristiano Maranho e Sérgio Pacheco terão o papel de ajudar na adaptação dos árbitros novatos do NBB (Gaspar Nobrega/inovafoto)

Ramiro, Maranho e todos os árbitros estiveram juntos na Clínica Internacional FIBA Américas de Arbitragem, que foi realizada na semana passada na Universidade Metodista, em São Bernardo do Campo (SP). A reunião serviu para debater as regras do basquete, suas mudanças, revalidação da licença de quatro anos dos juízes internacionais e avaliação dos candidatos a integrar o quadro da entidade. Foi a oportunidade que o gaúcho teve para estar lado ao lado com gente que ele só via pela televisão.

“Eu estava nervoso e vim para cá tranquilo. Quando entrei naquela sala, vi todo aquele pessoal que só via na TV. Meu coração ficou a mil, nervoso demais para o restante dos dias. A oportunidade de poder apitar com todos eles é fantástica”, comemorou Ramiro.

Dentro do evento, o NBB também fez a avaliação anual de seu quadro, possibilitando a todos os árbitros, mesmo os que não eram candidatos à licença, participar da clínica da FIBA. “É uma oportunidade única de reunir todos os árbitros do Brasil e seguir uma linha, para pôr um consenso dentro da arbitragem. Botar uma linha em um pensamento, já que é tão complicado apitar e tentar manter todo mundo dentro do mesmo senso”, declarou Sérgio Pacheco, outro árbitro com bastante experiência internacional.

Pacheco também concordou de que terá um grande papel no desenvolvimento dos novos árbitros que estão chegando no NBB, dando força a eles. Ramiro agradece.

“Quero tentar aproveitar o máximo que der da experiência deles e do que eles vão nos passar nos jogos. O que eles fizerem com certeza a gente vai olhar, tentar imitar e fazer igual. Isso é fundamental para o nosso crescimento. A gente consegue trocar muitas ideias. A gente tem de focar sempre o mais alto. Se não der, vai beirar aquilo ali”, concluiu o novato gaúcho.

O NBB continuará focando o nível mais alto, para que a arbitragem brasileira continue sendo referência para o mundo do basquete.