HOJE
Tá sobrando talento em "Sanja"
Por Arthur Salazar
Pato disfarçado? Conheça um pouco mais sobre o São José e sua influência no Pato Basquete nessa LDB
Artigo escrito por Arthur Salazar via Collab NBBxPosterizamos
José dos Campos pode não ser a capital do basquete e nem a capital do estado, mas tem forte candidatura para se tornar a capital da LDB de 2022. Afinal, além do tradicional time Sub-20 da cidade, o investimento da diretoria joseense na base também colocou mais um time na praça como uma espécie de São José B que veste as cores do Pato Basquete pelo segundo ano seguido. O Sub-18 da cidade do Vale do Paraíba, ganha rodagem e espaço como representante do projeto de Pato Branco na LDB, e uma oportunidade ímpar de viver o maior palco do basquete de base antes mesmo de defender a Águia do Vale. Na classificação do Grupo A, o “Sanja A” é o terceiro de cima para baixo enquanto o “Sanja B” é o terceiro de baixo pra cima… Com momentos opostos, será que dá pra falar que a dinâmica joseense funciona?
De início, é essencial deixar claro que os mais veteranos sobram em quadra e são a representação do projeto de São José: recheado de dispensados, ou coadjuvantes, que se tornam astros na mão de sistemas eficientes que valorizam um coletivo com corpo e alma famintos. Não à toa, o São José fechou a primeira etapa com o maior saldo de pontos em toda LDB; com quatro vitórias em cinco oportunidades; com só três jogadores passando dos 25 minutos de média; no topo em assistências por jogo; eficiência por partida… Muita coisa prova esse ponto.
Mais do que qualquer estatística, a química da Aguia do Vale confirma esse sucesso em quadra. A liderança de Léo Abreu com toda a sua elegância e genialidade encontra equilíbrio na ferocidade e intensidade de Vitor Silvério, que se junta à coesão da dupla Pedro Eduardo e Fidelis, espinha dorsal do time paulista em 2021, e beira a perfeição com a chegada de Serjão na área pintada. Sem contar com a presença de quem vem do banco e costuma entregar mais do que a média, o time de Cristiano Ahmed joga com um finesse apaixonante, não chuta de três mas acha buracos para finalizar de dois e vence jogos assim. Esse timaço é, no sentido mais puro da palavra, um time.
Já o Sub-18 de Sanja, é um grupo em formação para os parâmetros da LDB e obviamente, segue o modelo do elenco principal, mas sem esconder sua identidade própria, até porque, se tem uma coisa que o basquete de São José tem é personalidade.
Os armadores Gabriel Pedrosa e Raul Caldas, tem a cadência e inteligência esperada que fazem parte do protótipo do maestro joseense nos esquemas táticos, independente das categorias. Compondo esse sistema, Caio Rocha e Thales Guedes definem as posses com arsenais totalmente diferentes mas igualmente objetivos, são uma dupla de alas que é moldada para o protagonismo ofensivo. Afonso e João Henrique fecham o garrafão. O primeiro deles, é o 13º que mais pega rebotes na LDB inteira e tem jogo mais tradicional, já João, é mais voluntarioso e comunicativo em quadra com jogo mais defensivo e tático.
Por se tratar de um time mais novo, o Sub-18 de São José é menos pragmático do que o seu irmão mais velho, afinal, os comandados de Carlos José Lima jogam muitas vezes de acordo com o ritmo imposto pelo adversário e têm postura mais experimental ao longo da partida. Já o time A de Sanja é daqueles que força o oponente a se moldar e bater de frente nas regras joseenses… Dois perfis diferentes de dois times quase opostos que fazem parte do mesmo projeto com uma coerência baseada exatamente nesse contraste, e no fim das contas, dá pra dizer que funciona porque São José tem 30 meninos em quadra preparados para erguer novamente o basquete da capital da LDB de 2022.