
HOJE

Aprendendo na prática
Por Kauã Campos
Representando o Bauru Basket, seleção brasileira sub-17 tem ótima participação na primeira janela do Grupo A da LDB e comprova sucesso da parceria entre CBB e LNB
A LDB 2025 tem um diferencial interessante em comparação aos anos anteriores. A seleção brasileira sub-17 está em quadra em um movimento de preparação para o calendário da categoria. A parceria entre Confederação Brasileira de Basketball (CBB), Liga Nacional de Basquete e Bauru Basket se mostrou bastante positiva já na primeira janela de jogos do Grupo A, realizada no Paulistano.
A garotada demorou um pouco para se entrosar e dar liga, começando sua campanha com derrotas para Botafogo e Instituto Viva Vida/CETAF. Mas os horizontes mudaram quando enfrentaram o Vasco/Tijuca, quando João Gluck se destacou e garantiu o primeiro resultado positivo para a SeleBauru. “A trajetória começa aqui, com o entrosamento do grupo. Levamos três jogos para alcançar a primeira vitória, mas é um processo de aprendizado. Precisamos nos conhecer e nos integrar”, afirmou o jogador, conhecido também como Pará.

João Gluck comandou o ataque e terminou como cestinha da SeleBauru. Foto: Fabrício Miguel/LNB
Após o primeiro triunfo, a SeleBauru desencantou e, nas partidas seguintes, seguiu com vitória atrás de vitória. Mesmo com a desvantagem na idade, os atletas se mostraram confiantes na quadra, conquistando resultados bons e interessantes para o seu desenvolvimento. As vitórias contra Unifacisa, Flamengo e Basquete Cearense encerraram a primeira etapa com um saldo positivo.
Média de idade significativa
A LDB é uma competição até 22 anos, muitas equipes colocam jovens que já jogaram outras edições e que têm uma idade acima do sub-17. Mesmo tendo a média de 16,5 anos, o comandante do Bauru, Marcelo Bandiera, assistente técnico da seleção, entende que essa experiência é fundamental para os meninos.
“Três situações são muito importantes quando você joga com o mais velho. A primeira é a nítida, que todo mundo vê, a questão física. A disputa pela bola é muito mais forte, é um jogo muito mais difícil. E esse tipo de contato é muito permitido. Então é muito bom que eles passem por isso. A segunda situação é a situação tática. Quando você joga com um cara mais velho, ele já conhece muito do que você vai fazer, então eles antecipam o jogo, faz com que o atleta tenha que pensar mais rápido, pensar melhor, tomar decisões melhores. Então, eles têm que achar os atalhos, e a gente ainda vai correr para conhecer esses atalhos. E a terceira questão é a questão emocional, de você conseguir se controlar, ser resiliente e jogar, e aprender a jogar na situação de mais pressão. Então, são três situações que a gente analisa quando joga os meninos mais velhos”, explicou.
Pilares do elenco
Sem Mathias Alessanco, um dos maiores talentos da seleção brasileira nas categorias de base, João Gluck e Pietro Fonseca chamaram a responsabilidade e lideraram o time em quadra. Em sua primeira LDB, o ala-pivô teve médias de 17,5 pontos e 6,5 rebotes por jogo. Já o armador tem uma história diferente, está na sua segunda LDB e já chegou a entrar em quadra atuando no NBB CAIXA, pelo Corinthians, antes de ir para o Paulistano. Ele teve médias de 13,8 pontos e 4,3 assistências por jogo nesta primeira janela.

Pietro foi um dos destaques da SeleBauru na primeira janela da LDB 2025. Foto: Fabrício Miguel/LNB
Destaques do elenco, os dois entendem que essa é uma oportunidade muito boa para os objetivos da seleção, que são o Sul-Americano, que acontece em outubro deste ano, e o Mundial de Istambul, em 2026.
“É muito importante para nós, porque estamos pensando no Sul-Americano e querendo ou não, vamos ganhando um corpo nessa competição, jogando contra os mais velhos e isso vai ajudando muito. Eu acredito que vai ser muito bom para mais para frente chegarmos bem no Sul-Americano”, afirmou Pietro.
“Acredito que essa experiência seja crucial. Apesar da ausência de jogadores importantes de outras gerações, como Matias, Francesco e Azaya, considero este um passo inicial importante rumo ao Mundial. Nosso foco é o Mundial, almejando uma medalha, e também a participação na Copa América, com o objetivo de conquistá-la. Com o tempo, chegaremos à Sul-Americana em um nível superior de desempenho”, acrescentou o Gluck.
Apesar de não participar da LDB, Mathias, que já esteve até na seleção adulta com o técnico Aleksandar Petrovic, foi ao Paulistano para acompanhar os companheiros de seleção. “É uma experiência muito importante para nós, vamos ganhar corpo com esses jogos para chegarmos bem e confiantes para o Sul-Americano”, afirmou.

Mathias Alessanco esteve no Paulistano para acompanhar o jogo dos seus companheiros de seleção. Foto: Fabrício Miguel/LNB
Após resultados positivos, a expectativa é que a equipe melhore seu desempenho cada vez mais na próxima etapa. Independentemente da sua classificação final, o Bauru Basket não irá passar de fase na competição. A próxima janela da primeira fase da LDB acontece entre os dias 29 de julho e 4 de agosto, no Rio de Janeiro.
“Como prevíamos, a parceria mostrou o quanto os meninos evoluem com uma sequência de jogos importante. Terminaram essa etapa bem mais motivados e crescendo. Ações desse tipo são fundamentais na nossa ideia de preparar cada vez melhor as seleções de base para os torneios continentais”, avaliou Marcelo Souza, presidente da CBB.
A LDB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica e Governo Federal, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), chancela da Confederação Brasileira de Basketball e patrocínios oficiais Penalty, Universidades Cruzeiro do Sul, UMP, Whirlpool e apoio oficial Infraero, IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.