Personalidades Negras

A Liga Nacional de Basquete dá prosseguimento às ações realizadas pelo Tratado Antirracista pela Diversidade da LNB com o quinto capítulo da série Personalidades Negras. Conhecer personagens históricos brasileiros negros faz parte do importante processo de letramento racial. Além disso, mensalmente, um jogador negro do NBB CAIXA fará uma indicação de livro, filme, peça de teatro ou uma manifestação artística que tenha a cultura negra como tema principal.

Carolina Maria de Jesus

Nascida em Sacramento, Minas Gerais, Carolina mostrava ser uma criança diferente das demais. Órfã de pai, criada pela mãe, uma lavadeira, desde pequena já lidava com o trabalho braçal e as desigualdades sociais da época. Neta de escravos, pode frequentar apenas dois anos de ensino na escola e já manifestava uma curiosidade em aprender a ler e escrever sobre questões filosóficas de mundo. Por conta de sua situação de vida teve que se mudar para diversas cidades do Brasil, fugindo da fome, sede e falta de moradia.

Carolina Maria de Jesus, uma das primeiras escritoras a dar protagonismo para as mulheres e as pessoas marginalizadas na literatura / Foto: Acervo UH/Folhapress

Em 1937, Carolina deixou a cidade mineira em busca de uma condição de vida melhor, chegando em São Paulo, passou a morar na favela do Canindé, região central do estado. Criando seus três filhos sozinha às margens do Rio Tiete, sustentava sua família como catadora de materiais recicláveis. Em seu período  na reciclagem, ela passou a registrar o que acontecia em seu dia a dia em cadernos que ela encontrava nos lixos. Além disso, a luz de velas, a mineira relatava a sua indignação com a vida na pobreza, preconceito racial e a falta do que comer em sua casa.

Anos se passaram e em 1958, conheceu o jornalista e escritor Audálio Dantas, que se interessou por seusregistros escritos e contribuiu na edição e publicação do “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, lançado de 1960. Considerada um best seller literário com mais de 1 milhão de cópias vendidas e publicado em mais de 40 países, a obra fez com que Carolina fosse reconhecida e hoje é considerada uma das escritoras mais importantes da história do Brasil, sendo símbolo de resistência e protagonismo literário feminino, com base para debates sobre o cotidiano das favelas brasileiras.

Apesar do sucesso da obra, ela não consegui consolidar sua carreira imediatamente. Mesmo com a fama, as adversidades financeiras ainda eram um obstáculo em sua trajetória. O racismo também se tornou uma questão na sua carreira literária, a crítica da época, predominantemente branca e masculina, muitas vezes deixava de lado sua produção como algo “simples” ou “amador”.

Além de seus sucessos literários, Carolina também escreveu poemas, peças de teatros e musicas, muitos deles foram publicados muitos anos depois.

Toque Cultural NBB CAIXA

Eddy Carvalho, jogador do R10 Score Vasco da Gama / Foto: Mauricio Almeida/R10 Score Vasco

Destaque do R10 Score Vasco da Gama, o Ala Eddy Carvalho recomendou o livro “Nada pode me ferir”, escrito por David Goggings. Com mais de 250 mil livros vendidos no Brasil, a história se trata da superação do único homem a completar o treinamento das forças de elite e se tornar Navy SEAL, Army Ranger e TACP.

“Esse livro me mostrou o quanto está bem mentalmente faz você ir além dos seus limites, ele é um relato de uma pessoa negra que sofreu uma série de violências e mesmo assim conseguiu ser forte e superar sozinho as adversidades, tornando se o único homem a completar um círculo militar”, afirmou o atleta da equipe carioca.