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Seleção Brasileira

#SonhoOlímpico – Alex Garcia

25-02-2016 | 03:28
Por Liga Nacional de Basquete

Dono de vasta experiência na Seleção, Alex Garcia, do Bauru, ressalta oportunidade de atuar ao lado da torcida nos Jogos Olímpicos do Rio 2016: “a motivação é ainda maior”

Vestir a camisa da Seleção Brasileira não é novidade para Alex Garcia. Convocado para o selecionado adulto desde 2001, o “Brabo”, como é conhecido”, tem sido figurinha carimbada nas listas do Brasil na última década e, aos 35 anos, pode ser um dos escolhidos para defender o manto verde-amarelo nos Jogos Olímpicos do Rio 2016.

Defendendo as cores do nosso país, o experiente ala participou da histórica medalha de prata no Pré-Olímpico de Mar del Plata (ARG) em 2011, que levou o Brasil às Olimpíadas depois de 16 anos de jejum. Presente em Londres 2012, Alex ainda disputou quatro Copas do Mundo (2002, 2006, 2010 e 2014). Além disso, foi duas vezes campeão da Copa América (2005 e 2009), conquistou dois Pan-Americanos (2003 e 2007) e um Sul-Americano (2003).

Basquete Masculino - Brasil x Russia - 02.08.2012 - Brasil x Russia. - Inglaterra - 0 - Londres - Baskteball Arena - - www.inovafoto.com.br - id:22166

Em mais de uma década de Seleção Brasileira, Alex disputou diversas competições, dentre elas a Olimpíada de 2012 (Inovafoto.com.br)

Pelos clubes, a carreira de Alex também é gloriosa. Sua trajetória começou com o tricampeonato paulista (2001, 2002 e 2003) e o título brasileiro (2003) com o extinto COC/Ribeirão Preto. Depois, rumou para a NBA, onde ficou por duas temporadas e defendeu San Antonio Spurs e New Orleans Hornets. Após nova volta a Ribeirão, o Brabo se transferiu para o Brasília antes de ir para a Europa defender o tradicional Maccabi Tel-Aviv (ISR).

Depois de uma temporada no Velho Continente, Alex Garcia voltou para o Brasília e iniciou uma trajetória que durou sete temporadas e teve como principais conquistas o tricampeonato do NBB (2009/2010, 2010/2011 e 2011/2012), pela Liga das Américas de 2008 e pelo bicampeonato da Liga Sul-Americana (2011/2012 e 2013).

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Ainda no NBB, o camisa 10 ganhou todos os prêmios de Melhor Defensor até hoje, faturou quatro vezes o troféu de Melhor Ala (2008/2009, 2009/2010, 2010/2011 e 2011/2012) e ainda foi o MVP da temporada passada pelo Paschoalotto/Bauru. Na atual temporada, ainda pelo time bauruense, o jogador está com médias de 12,0 pontos, 4,7 rebotes e 4,2 assistências em 29,3 minutos por partida.

Confira a entrevista completa com Alex Garcia, ala do Paschoalotto/Bauru:

Você tem sido figurinha carimbada nas convocações da Seleção por um bom tempo e inclusive participou da última Olimpíada. Como está a expectativa para a lista do Magnano para o Rio 2016?

As expectativas são boas. Estou trabalhando aqui em Bauru, fazendo meu melhor e aperfeiçoando minha técnica para ser convocado novamente. Pra isso a gente tem que chegar o mais longe possível. Meu objetivo é conquistar títulos aqui em Bauru e, consequentemente, trabalhando duro, a convocação é natural.

O que você espera da experiência de defender a Seleção em uma Olimpíada aqui no Brasil?

Acho que só de jogar uma Olimpíada, de representar o Brasil e vestir a camiseta da Seleção num torneio deste porte é uma responsabilidade enorme. No Rio é mais ainda e a felicidade também será maior ainda. E jogar ao lado do torcedor brasileiro é uma motivação ainda maior para buscarmos nossos objetivos.

Você defende a Seleção Adulta desde 2001 e já disputou todo tipo de competição com a camisa verde-amarela. Qual delas foi a mais marcante?

Cada competição tem sua importância. Já disputei quatro Mundiais, vários sul-americanos, Copa América, todos têm sua importância. Mas Mundial e Olimpíada têm um algo amais. São objetivos e importâncias maiores. São campeonatos mais importantes e procuramos lembrar mais.

Você foi o MVP do último NBB e da última Liga das Américas e está fazendo mais uma boa temporada pelo Bauru. Como você espera chegar para essa Olimpíada?

Espero chegar bem para esta Olimpíada. Estou trabalhando duro, tecnicamente firme e fisicamente tento prevenir lesões, fortalecendo a musculatura. Procuro jogar em alto nível, pois acho que isso é o mais importante.

Hoje o Bauru tem um elenco cheio de “protagonistas” e jogadores de alto nível. Você acha que esse cenário de coletividade na equipe é favorável para você chegar na Seleção e jogar ao lado dos atletas da NBA?

Sempre é bom. Quando você tem jogadores de alto nível ao lado a tendência é sempre melhorar. Quando você joga com jogadores de nível técnico abaixo, a sua melhora é menor, então fico feliz de estar num elenco deste, dividir espaço dentro de quadra com eles e isso me motiva a trabalhar a cada dia mais para tentar sempre me igualar a eles e manter o alto nível.

Você está com 35 anos e ainda continua com muita força física, o que sempre foi uma de suas principais armas. Qual é o segredo para toda essa “longevidade”?

Acho que primeiro é a genética. Temos que falar disso também junto a um trabalho duro. Junto a isso, se você mantiver o 100%, o corpo acaba se adaptando e isso fica natural. Procuro sempre fazer e tento fazer 100% a 200% para me manter em alto nível. Isso previne muita coisa.

Você venceu todas as edições do prêmio de Melhor Defensor do NBB. O que você faz de especial para essa parte? Qual é o segredo?

Não faço nada de especial para a defesa. Acho que é trabalho duro. Defesa não é treino. Você pode até treinar defesa coletiva, mas acho que o individual é gostar. Você tem que ter o prazer de defender e para mim defender é um prazer enorme. Para mim é igual fazer 30 pontos em um jogo. Então fico feliz com isso e, por ser eleito todo ano, é uma responsabilidade a mais para me manter em alto nível.

Aproveitando o assunto “defesa”, quem foi o jogador que te deu mais trabalho para marcar na carreira?

Já passei por vários jogadores de NBA, como LeBron James, Steve Nash, Kobe Bryant, mas acho que o jogador mais leve e menor sempre é pior. Porque eu gosto de contato, então sempre que você entra em contato com jogadores mais leve, acaba tendo uma vantagem muito maior, porém, às vezes, acaba sendo faltoso. Navarro, Rudy Fernandez sempre foram chatos de marcar por isso, porque procurava o contato, mas algumas vezes acabava sendo faltoso.

Você está no NBB desde a primeira edição. Como você avalia a evolução do campeonato e do basquete brasileiro de uma maneira geral depois de oito temporadas?

Olha, creio que nas duas, três primeiras temporadas tinham duas ou três equipes, principalmente Brasília e Flamengo, que sempre estavam chegando. Depois teve uma evolução. As equipes acordaram, procuraram investir mais, melhorar os elencos, se fortalecer. A diferença do primeiro NBB para esse é enorme. No começo só tinha Brasília e Flamengo, hoje umas cinco ou seis equipes podem também chegar à Final do NBB.

Você ficou duas temporadas na NBA e atuou no San Antonio Spurs e no New Orleans Hornets. O que esse período na liga norte-americana acrescentou à sua carreira?

Cara, tudo. Parte física, parte tática, visão de jogo, conhecimento de basquete. Acho que melhora tudo, pois você joga com jogadores de alto nível, você procura fazer coisas que antes não fazia. Isto faz com que você melhore seu jogo. Eu melhorei em tudo. Tudo relacionado ao basquete e a vida acrescentou na vida pessoal e na carreira.

Se você pudesse escolher um momento inesquecível na sua carreira no basquete, qual seria?

Tiveram muitos. Desde o primeiro título, são momentos importantes. Porém, pelo basquete mesmo, acho que a volta para as Olimpíadas em 2011, em Mar del Plata, foi um momento marcante. Junto com os Jogos Olímpicos de Londres, que foi um sonho realizado também.

Você tem um estilo de jogo atípico hoje em dia. Muita força, raça, inteligência, “cara fechada” e liderança. Em quem você se inspira ou se inspirou no desenvolvimento dessas características?

Meu irmão sempre me inspirou. Ele foi sempre uma inspiração para jogar basquete. Mas pelo estilo de jogo e a função na equipe, eu sempre gostei do Scottie Pippen. Esse foi o jogador que eu me espelhei no começo da carreira. Por ser um jogador importante no elenco e um atleta responsável por marcar o melhor jogador do adversário. Foi o jogador que eu me inspirei e levo isso até hoje.

Quem é o Alex fora das quadras? O que você costuma fazer nas horas vagas?

O Alex fora das quadras é tranquilo, bem de boa, muito família, gosta de ficar em casa, gosta de assistir todos os esportes que passa na televisão. Curto programas com a minha esposa e com as minhas filhas. Sou mais pacato, bem tranquilo. Totalmente diferente daquilo que me conhecem nas quadras. 

E para fechar, quais são os nomes da nova geração que futuramente podem vir a defender a camisa da Seleção Brasileira numa Olimpíada?

Eles já estão representando o Brasil em pan-americano, em sul-americano. Você tem Raulzinho, Rafa Luz, Benite, Ricardo Fischer, Léo Meindl, Raulzinho, Caboclo, Lucas Bebê, Felício. Então são vários nomes que vão ser figurinha carimbada na seleção depois de 2016 e que tem muito mais jogadores aqui no NBB que podem chegar no elenco do Brasil também.