#JOGAJUNTO

#SonhoOlímpico – Larry Taylor

17-02-2016 | 12:43
Por Liga Nacional de Basquete

Dono de alma verde-amarela, Larry Taylor, do Mogi, quer repetir aparição nas Olimpíadas e se diz orgulhoso em ter virado brasileiro: “Não teria feito diferente”

Nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012, a Seleção Brasileira contou com a participação de um atleta nascido nos Estados Unidos, mas que tem a alma verde-amarela: Larry Taylor, norte-americano naturalizado brasileiro, que está no Brasil desde 2008 e atualmente defende o Mogi das Cruzes/Helbor.

O “Alienígena”, como é conhecido, passou a defender o Brasil em 2012 e fez sua estreia pela Seleção justamente na Olimpíada realizada na capital inglesa. Depois disso, participou da Copa América 2013, a Copa do Mundo de 2014 na Espanha e foi campeão dos Jogos Pan-Americanos de Toronto em 2015.

Nascido em Chicago (EUA), Larry disputou as sete primeiras edições do NBB pelo Paschoalotto/Bauru, onde conquistou o terceiro lugar da temporada 2012/2013 e o vice-campeonato em 2014/2015. Além disso, o armador conquistou o bicampeonato paulista (2013 e 2014) e os títulos da Liga Sul-Americana 2014 e da Liga das Américas 2015.

Confira a entrevista completa com o armador Larry Taylor, do Mogi das Cruzes/Helbor:

Larry

Norte-americano naturalizado brasileiro, Larry Taylor esteve presente na última Olimpíada pela Seleção e quer repetir o feito no Rio 2016 (Ligateunafoto.com)

Você é nascido nos Estados Unidos, veio para o Brasil em 2008 e pouco mais de três anos depois já estava disputando uma Olimpíada pela nossa Seleção. Como foi esse processo tão rápido de “virar brasileiro” e já chegar aos Jogos Olímpicos de Londres?

A verdade é que quando cheguei já estava amando o país, desde o primeiro dia aqui. Logo depois de três anos, o pessoal da Seleção veio conversar comigo, perguntando se gostaria de defender a Seleção Brasileira. Como gostei, curti muito e as pessoas daqui se tornaram minha família, achei uma forma de mostrar todo o amor que eu tenho pelo país. Entramos no processo e em 2012 deu tudo certo. Disputei as olimpíadas de Londres pelo Brasil e foi inigualável. Esta experiência é inexplicável, nunca imaginei que isso fosse acontecer comigo e fiquei muito feliz com a minha escolha de ser brasileiro. Não teria feito diferente.

Independente de estar na seleção dos Estados Unidos ou do Brasil, ir para as Olimpíadas foi um sonho realizado?

Foi um sonho realizado. Todos os atletas querem participar de uma Olimpíada, pois é um torneio com o nível mais alto. São todos os melhores atletas reunidos em uma só competição. Seja Estados Unidos ou Brasil, eu fico contente de ter conseguido esta chance. Pelo Brasil foi muito especial, não mudaria minha escolha.

Você já disputou diversas competições pela Seleção Brasileira, como Copa América e Mundial, mas o que uma Olimpíada tem de diferente das demais?

Olimpíada é diferente. Você chega na Vila Olímpica, olha vários atletas de outras modalidades, todos focados, todo mundo querendo ganhar uma medalha. É muito bom isso. Você vê todas as estrelas do mundo, de todos os esportes se preparando para aquilo. É uma honra ver tudo isso. É ótimo estar lá todos os atletas deste jeito.

Como você vê a concorrência dos armadores para a convocação da Seleção para as Olimpíadas? A expectativa está alta pela lista do Rubén Magnano?

Estou tentando fazer o meu trabalho. Posso melhorar meu jogo a cada partida e espero que ele (Rubén Magnano) confie em mim mais uma vez. Se for chamado e darei o meu melhor, ajudarei a Seleção Brasileira da melhor maneira que eu posso.

Quando você chegou ao Brasil em 2008, quais foram as principais dificuldades deste início de trajetória por aqui?

A coisa mais difícil foi aprender a língua. Acho que das coisas mais difíceis em toda adaptação, esta é a maior questão em todos os países. Todas as noites em casa eu tinha um livro que ficava estudando sozinho. Até eu entender e começar a conversar bem com as outras pessoas demorou um pouco, mas eu me virei bem. Oito anos depois eu estou aqui! (risos)

Qual sua inspiração neste estilo de jogo que você tem?

Eu sempre me inspirei, desde criança, no Michael Jordan. Depois vi que não seria tão alto, comecei a me inspirar nos jogadores mais baixinhos, tal como Allen Iverson, Tim Hardaway, John Stockton. Até hoje em dia gosto de ver os outros armadores da NBA, como Chris Paul, Stephen Curry, Kyrie Irving, Derrick Rose e Steve Nash também! Jogadores que tem quase a minha altura e aí posso fazer a mesma coisa que eles.

O que você mais gosta de fazer aqui no Brasil durante as horas vagas?

Eu gosto é de churrasco. Gosto de fazer picanhas bebendo caipirinhas. E mais, adoro relaxar assistindo um jogo de futebol e tomar umas caipirinhas ao mesmo tempo (risos).

Quem são os principais prospectos da nova geração do basquete brasileiro que futuramente podem servir a Seleção numa Olimpíada?

Dos que eu estou vendo agora acho que o Ricardo Fischer, que já foi para a seleção ano passado. Deryk Ramos já fez ótimas temporadas, mas neste NBB 2015/2016 está sendo notória sua evolução e todos estão vendo a qualidade que ele tem. Estes dois são o futuro do Brasil.