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Superação coroada

17-06-2014 | 11:28
Por Liga Nacional de Basquete

Mesmo com diversas trocas de treinador e contusões, São José se supera, encerra o NBB6 na terceira posição e com vaga na Liga das Américas; relembre a trajetória

Foi na base da vontade, determinação e superação que o São José/Unimed viveu a temporada 2013/2014. Mesmo com trocas no comando técnico e diversas contusões, o time do Vale do Paraíba passou por cima de todas as adversidades e terminou a sexta edição do NBB na terceira posição, além de se garantir da próxima Liga das Américas, a ‘Libertadores do Basquete’.

“Tivemos muitas mudanças, foram quatro treinadores nessa temporada. Mas corremos atrás e  surpreendemos várias equipes. Fomos superando a lesão do Fúlvio, depois veio a chegada do Quezada, depois a contusão do Caio (Torres). Mesmo com tudo isso, o time continuou jogando de cabeça erguida e lutando até o final. Estamos de parabéns pela temporada”, analisou o ala/pivô e capitão Jefferson William, reboteiro e eleito Melhor Pivô do NBB6.

São José passou por cima das adversidades e  voltou ao pódio do NBB (Antonio Basílio/PMSJC)

Com o apoio da torcida, São José passou por cima das adversidades e voltou ao pódio do NBB (Antonio Basílio/PMSJC)

Logo no início da temporada, após a queda da equipe no Campeonato Paulista nas quartas de final para o Vivo/Franca, os joseenses tiveram uma dupla perda: o armador Fúlvio, que devido a uma antiga lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo se submeteu a uma cirurgia e ficou de fora de todo o NBB. E a outra foi o técnico Régis Marrelli, demitido pela diretoria após oito anos à frente do São José.

Para o lugar de Fúlvio, a agremiação do Vale do Paraíba contratou o armador dominicano Manny Quezada, que mais tarde, vira a se tornar a principal referência ofensiva da equipe. Já para a vaga de Régis, o substituto foi o experiente e lendário Edvar Simões, de 71 anos, que por sua vez, não teve a mesma felicidade do atleta recém-contratado.

O experiente treinador não conseguiu reviver seus anos de glória à frente da agremiação do Vale do Paraíba. Em meio a alguns protestos vindos da torcida, o treinador foi demitido pela diretoria da equipe depois de 14 rodadas no comando do São José e o cargo de treinador ficou por duas rodadas nas mãos do auxiliar Marcos Lima.

Por fim, a função de dirigir a equipe joseense terminou nas mãos de Luiz Augusto Zanon. O treinador, que também comanda a Seleção Brasileira Feminina, finalmente conseguiu se encaixar no time e os bons resultados começaram a aparecer. O técnico começou com quatro vitórias seguidas, totalizou dez triunfos nos seus 16 primeiros jogos e deixou o São José na sexta colocação ao final da fase de classificação, com campanha de 19 triunfos em 32 partidas (59,4% de aproveitamento).

“Quando fui convidado para trabalhar no São José foi um orgulho poder estar em um clube tão tradicional no basquete. O momento em que cheguei era muito turbulento, desde os próprios jogadores até a torcida, mas foi muito bom poder colocar em prática o meu trabalho e a minha filosofia. É claro que isso levou certo tempo, entretanto, o mais importante foi que o resultado final foi satisfatório”, disse Zanon.

Zanon, técnico do São José

Sob o comando do técnico Zanon, São José voltou aos trilhos e rumou no caminho das vitórias (João Pires/LNB)

Nas oitavas de final, o adversário foi o estreante em playoffs Palmeiras/Meltex, que terminou a primeira fase na 11ª posição. As duas equipes fizeram uma série acirradíssima e marcada pela soberania dos mandantes. Dono do mando de quadra por ser mais bem classificado, o São José venceu três duros jogos que fez diante de sua torcida e avançou às quartas de final com um suado 3 a 2.

Já na fase seguinte, os joseenses reeditaram as quartas de final da temporada passada contra o UniCEUB/BRB/Brasília, quando eliminou os tricampeões do NBB por 3 a 2 e os deixou de fora da Final pela primeira vez na história. E desta vez, o desfecho foi o mesmo, mas o placar final da série foi outro: uma impressionante “varrida” por 3 a 0, mesmo sem o ala Dedé, que fraturou a mão no Jogo 5 das oitavas.

Diante do vice-líder da fase de classificação, Paulistano/Unimed, o São José/Unimed brigou por uma vaga na Final pelo segundo ano consecutivo. Mas, assim como na temporada passada, quando foi eliminado pelo Flamengo, por 3 a 2, o time do Vale do Paraíba caíram na semifinal. Sofrendo com os desfalques por lesão durante a série –Quezada no Jogo 3, Alex Oliveira nos Jogo 3, 4 e 5, e Caio Torres nos dois últimos duelos –, os joseenses lutaram, mas foram superados pelos vice-campeões do NBB6, por 3 a 2.

“Tivemos muitas lesões em uma fase crucial do campeonato. O nosso elenco era pequeno e perdemos jogadores importantes com os alas Alex e Dedé, e o pivô Caio Torres. Tivemos que mudar nossa maneira de jogar. Começamos a nos preocupar mais com os desgastes dos atletas, porém novamente conseguimos trabalhar muito bem o psicológico do jogador, para que cada um pudesse desempenhar muito bem seu trabalho em quadra”, declarou  Zanon, o quarto melhor técnico do NBB6.

Quezada, do São José, e César, do Paulistano

São José acabou eliminado pelo Paulistano, mas terminou com uma vaga na Liga das Américas (João Pires/LNB)

A eliminação, no entanto, não foi o fim do mundo para o time do técnico Zanon. Com a terceira posição garantida e a medalha de bronze no peito, o São José conseguiu uma vaga na Liga das Américas, “a Libertadores do Basquete”, competição que dá ao campeão uma vaga na Copa Intercontinental contra o melhor time de Euroliga.

“Saímos de uma situação em que o nosso time era totalmente desacreditado, para terminarmos a temporada 2013/2014 em terceiro lugar no NBB e com a vaga garantida para a Liga das Américas. Me sinto muito satisfeito pelo trabalho que fizemos, pelo lugar onde chegamos, todos estão de parabéns”, concluiu o treinador.