#JOGAJUNTO

Mais basquete / NBB Caixa

tal pai,tal filho

11-05-2020 | 11:25
Por Liga Nacional de Basquete

Treinador do Franca foi o convidado da Live #BasqueteEmCasa e contou um pouco de suas histórias no mundo da bola laranja

A relação da cidade de Franca com o basquete brasileiro é muito forte. Seja pela forte ligação dos torcedores com o time, pelos títulos conquistados, pelo Ginásio Pedrocão, o templo do basquete brasileiro. E, também, pela família Rubens Garcia, mais precisamente pelos Hélios, pai e filho.

O pai, Hélio Rubens Garcia, foi jogador e treinador do time francano por um longo tempo, com inúmeros títulos em sua bagagem que gravaram seu nome na história do clube. Já o filho, Helinho Rubens Garcia, seguiu passos bem parecidos com o do pai e também marcou seu nome como um dos principais jogadores da história do time.

Ao final de sua carreira como atleta, Helinho passou um tempo na administração do clube, até assumir como treinador na transição para o Sesi Franca Basquete. E adivinha? Mesmo em pouco tempo, já conseguiu resultados e títulos importantes à frente do time da Capital do Basquete.

Nesta segunda-feira (11/05), Helinho participou da Live #BasqueteEmCasa com a repórter Giovanna Terezzino, diretamente de sua casa em Franca (SP). Em um bate-papo descontraído, ele contou detalhes de seu início no basquete, os aprendizados com o pai dentro de quadra e alguns planos para o futuro. Dá uma olhada no que ele falou!

A rotina diferente na quarentena

“Tudo certo no meio dessa loucura toda que estamos vivendo. Minhas filhas estão estudando online, meus pais estão mais quietinhos. Eu procuro fazer uma rotina para me organizar melhor nesse período. Estou conseguindo fazer mais atividades físicas, depois que parei de jogar tinha ficado um pouco sedentário. Então eu acordo, faço exercício, depois estudo um pouco, vejo algumas clínicas online. Na parte da tarde participo de bate-papos, lives sobre basquete, para trocar algumas experiências. Uma rotina para superar o momento”.

A infância e os primeiros contatos com o basquete

“Na minha infância, tive a oportunidade de crescer tanto nos estudos quanto nos esportes. Fiz natação e representei a cidade, joguei futebol em um time daqui também e jogava basquete nas escolinhas da cidade, me federei com 15 anos. Meu pai sempre me levava nos jogos, nos clubes, desde os meus dois anos eu ficava de mãos dadas com ele nas quadras. Mas sempre tive muita liberdade para escolher o que eu queria fazer, ele não me pressionava”.

“Tenho lembranças da minha infância de que meu pai e meus tios jogavam e depois dos jogos eles ficavam até altas horas conversando sobre a partida com meu avô, às vezes eu ia embora carregado pelo meu pai do tanto que eles ficavam discutindo sobre basquete (risos). Eu sempre estava ali presente curtindo e aprendendo um pouco com eles. Meu avô contava que na década de 1930 ele saía pedindo tijolos nas construções, mas eles iam pegando tijolos para fazer quadrinhas de basquete em campos de futebol. Eles faziam a quadra e colocavam as tabelas de madeira e os aros. Tem relatos de jogo aqui em Franca desde esse tempo, então imagina a paixão que vem do francano por esse esporte que somos apaixonados”.

Mais pressão como jogador 

“Desde que eu estava na barriga da minha mãe já tinha essa história: vai jogar basquete? Vai jogar na Seleção, meter bola? Eu sempre tive essa pressão, mas com o tempo fui aprendendo a lidar com isso. Confesso que como jogador foi mais difícil do que como treinador, porque quando atleta você pode errar duas bolas e ter o questionamento de não sair da quadra por ser filho do Hélio, mas todos erram duas bolas seguidas e seguem jogando. Como técnico não foi fácil nos primeiros anos, sofri uma pressão grande por faltar experiência, mas por eu ter uma bagagem do que eu tinha feito como atleta ganhei mais credibilidade para trabalhar. Até na minha relação comigo mesmo, sempre me mantive sereno, analisando meus erros, mas principalmente focado no que eu queria para mim. Felizmente consegui superar esse momento com títulos, alegrias e muito trabalho”.

Os conceitos aprendidos com o pai

“Acho que eu fui um cara abençoado por ter trabalhado e aprendido com meu pai, porque ele sempre conseguiu separar muito bem a relação dentro de quadra. O mais legal que eu consegui pegar dele foram seus conceitos que nunca abriu mão. Ele sempre foi um cara muito determinado e disciplinado, e eu puxei isso dele. Tinha jogo que eu saía de quadra depois de uma derrota e recebia elogios do meu técnico Hélio Rubens, e também depois de vitórias levava uma baita dura por não ter cumprido o que tinha sido combinado. O segredo sempre foi nunca abrir mão desses conceitos para ter conseguido sucesso por onde passamos, no Franca, no Vasco e no Uberlândia”.

Experiência na Seleção Brasileira

“Na geração de 1998 eu era novato na Seleção, com Ratto, Demétrius, e consegui aprender muita coisa com esses jogadores. Já em 2002 eu fazia parte do grupo com mais frequência, mas chegando uma turma nova de muita qualidade, Varejão, Nenê, Alex, Tiago Splitter, Giovannoni. Com muita sinceridade, além de ser uma geração de muita qualidade técnica, não tenho dúvidas que era para encerrar o ciclo com uma medalha olímpica, que por um acaso não conseguiu, tanto em 2012 quanto em 2016. Eles mereciam ganhar uma medalha por tudo que fizeram no basquete mundial e pelo basquete brasileiro”.

Transição jogador/treinador

“Quando eu parei de jogar, eu sabia que queria seguir como técnico. Como era um momento de recuperação e transição em Franca, com a chegada do Sesi, eu estava trabalhando na parte administrativa. Quando assumi como treinador, passei por uma fase com muitas dúvidas, pois era um time enxuto, mas conseguimos ficar em 3º lugar no Paulista, 3º lugar na fase de classificação do NBB, sendo eliminado nas quartas de final para o Paulistano que chegou até a final. Foi um momento que gerou muitas expectativas, mas que com certeza me preparou para enfrentar qualquer desafio que eu venha a ter daqui para a frente como técnico. Brinco com os jogadores que depois que virei técnico eu descobri o tanto que gostava de ser jogador (risos). Mas na verdade eu curto muito, procuro passar para eles tudo aquilo que meus treinadores me passavam, seguindo sempre os conceitos do Bigode (seu pai, Hélio Rubens)”.

O bom momento do Sesi Franca Basquete

“Fico muito feliz por tudo que vem acontecendo no Sesi Franca Basquete, tudo isso é fruto de um bom trabalho feito por muita gente. Isso me motiva cada vez mais. Te confesso que nem nos meus melhores sonhos eu imaginava que tudo aconteceria de uma forma tão rápida, com os títulos, seja o bicampeonato paulista, ou a Liga Sul-Americana depois de 27 anos, a Copa Super 8, que perdemos no ano anterior em casa e fomos ganhar fora, no Rio de Janeiro. Isso é um motivo de orgulho e também motivação para eu continuar crescendo. Tenho certeza que esse engajamento das pessoas dentro e fora de quadro é o principal motivo para tudo isso estar acontecendo”.

Sonho de comandar a seleção

“Sem dúvida que a Seleção Brasileira é uma ambição. Ainda mais que eu nasci nesse meio, foi muito prazeroso ter representado a seleção em quadra como jogador. Com certeza é um dos meus objetivos e tenho certeza que se for acontecer, será na hora certa. Procuro me preparar bem para todos os meus trabalhos, seja no clube ou em uma Seleção. Todos os técnicos sonham com isso, espero que venha na melhor hora para que eu consiga desempenhar um grande trabalho e cumprir um processo dentro da minha carreira como treinador”.

O NBB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) e em parceria com a NBA, e conta com os patrocínios oficiais da Budweiser, Unisal, Nike, Penalty, Plastubos e VivaGol e o apoio da Pátria Amada Brasil – Governo Federal.