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NBB Caixa

Temporada brilhante

27-05-2014 | 04:31
Por Liga Nacional de Basquete

Melhor Ala e Melhor Estrangeiro, norte-americano David Jackson, do Limeira, é eleito o MVP do NBB 2013/2014 e fatura seu terceiro prêmio na temporada

David Jackson é o primeiro estrangeiro eleito o MVP do NBB (LNB/Divulgação)

David Jackson é o primeiro estrangeiro eleito o MVP do NBB (LNB/Divulgação)

O norte-americano David Jackson brilhou no NBB 2013/2014. Eleito o Melhor Estrangeiro e também parte do Quinteto Ideal da competição nacional como um dos alas, o jogador do Winner/Kabum/Limeira conquistou o prêmio de MVP (Jogador Mais Valioso) e faturou seu terceiro troféu individual na temporada.

Para faturar o grande prêmio da temporada, Jackson venceu uma disputa acirrada com Laprovittola, do Flamengo. Em votação realizada por técnicos, assistentes e capitães de todas as equipes e também por imprensa, árbitros, comissários e personalidades do basquete brasileiro, o norte-americano foi o mais lembrado entre os 12 jogadores citados, com 29,7% dos votos possíveis, enquanto que o armador argentino somou 26,6% dos votos e ficou na segunda colocação.

Com a conquista, Jackson se tornou o primeiro atleta estrangeiro a ser eleito o MVP do maior campeonato de basquete do país. Até esta temporada, o prêmio tinha sido vencido apenas por brasileiros, com Marcelinho, duas vezes (2008/2009 e 2009/2010), Guilherme Giovannoni (2010/2011), Murilo (2011/2012) e Marquinhos (2012/2013).

“Foi uma das melhores temporadas da minha carreira. Eu trabalho duro todo período de pós-temporada para ter este tipo de desempenho e é bom ver que o meu trabalho durante a pós-temporada foi compensado. Minhas expectativas eram somente de vir e ajudar o time da maneira que eu pudesse. A equipe já tinha bons jogadores e eu queria ser mais um desses e ser consistente durante o ano”, declarou Jackson.

Aos 31 anos, Jackson viveu uma temporada brilhante. Exímio pontuador, o jogador nascido em Maryland, nos Estados Unidos, conduziu Limeira ao histórico quarto lugar na fase de classificação – melhor colocação da equipe em todas as edições do NBB. Nas Finais, o time paulista acabou eliminado pelo Mogi das Cruzes/Helbor nas quartas de final, por três jogos a dois, mas por conta da alta posição conquistada na etapa inicial do campeonato assegurou um lugar na Liga Sul-Americana 2014, outro feito inédito para os limeirenses.

“Sim, fizemos história no clube e isso é muito bom. Mas eu não quero que ninguém fique satisfeito com o que fizemos neste ano. Quero que quando voltemos tenhamos uma fome ainda maior para ir bem mais longe. Nós pegamos Mogi, um time com muita vontade e eles mostraram um grande basquete contra nós. Mas agora nós temos que voltar com a mesma vontade deles e, quem sabe, chegar à Final”, disse Jackson.

Jackson não ficou de fora de nenhuma partida do Limeira na temporada (Ale da Costa/Portrait)

Jackson não ficou de fora de nenhuma partida do Limeira na temporada (Ale da Costa/Portrait)

Grande destaque da equipe então comandada pelo técnico Demétrius, o norte-americano, de 1,95m de altura, teve um desempenho individual jamais atingido por qualquer outro atleta na história do NBB. Jackson foi o primeiro jogador a atingir uma média superior a 20 pontos por jogo, com aproveitamentos de no mínimo 40% nos tiros de três pontos, 50% nos arremessos de dois pontos e 90% nos lances livres.

Sem desfalcar Limeira por um jogo sequer – o jogador atuou em todas as 37 partidas da equipe na temporada -, o camisa 32 registrou uma média de 20,57 pontos por jogo, a terceira maior de todo o NBB 2013/2014, com os expressivos aproveitamentos de 57,2% nos dois pontos, 48,8% nos arremessos da linha de três pontos e 93,0% nos lances livres.

Muito regular durante toda a edição 2013/2014 do campeonato nacional, Jackson atingiu dígitos duplos na pontuação em todas as partidas e ainda marcou 20 ou mais pontos em 20 oportunidades. Na série de quartas de final, apesar da eliminação de sua equipe, o jogador teve atuações brilhantes e somou 23,2 pontos por jogo em média.

“Para mim nunca é uma coincidência ter um bom desempenho como esse. Eu aprendi desde cedo que você recebe do quanto você investe. Então eu sempre fiquei mais tempo no ginásio, sempre trabalhei para melhorar o meu rendimento. E isso me faz lembrar do meu terceiro ano na faculdade. Meu avô estava doente e ele disse para eu sempre continuar trabalhando, nunca relaxar ou ser contido na maneira como eu jogo. E é por isso que eu treino tanto”, explicou Jackson, conhecido por ser o primeiro a chegar e o último a deixar os treinos por todas as equipes que passou.

Jackson registrou desempenho jamais conquistado por nenhum outro atleta para ser eleito o MVP (Orlando Bento/Divulgação)

Jackson registrou desempenho jamais conquistado por nenhum outro atleta para ser eleito o MVP (Orlando Bento/Divulgação)

Além de seu grande desempenho com a bola nas mãos, Jackson também é um atleta de condutas exemplares. Sempre sorridente, o jogador rapidamente conquistou a simpatia de todo o elenco limeirense e ainda mostrou um comportamento tranquilo durante as partidas, tanto com seus companheiros como com rivais e árbitros.

“Eu sou um profissional, este é o meu emprego e eu o levo muito a sério. Você não pode deixar suas emoções o impedirem de fazer o seu trabalho. Esteja você jogando bem ou não, você tem que ir em frente. Eu apenas tento me manter um bom profissional e é isso o que eu faço”, disse Jackson, que registrou sua maior marca de pontos (34) na temporada diante do Palmeiras/Meltex.

“Ele é um cara que se dedica muito. Ele sempre fica arremessando todos os dias depois dos treinos, mesmo nas folgas. Em todos os momentos que precisamos dele, seja em final de jogo ou em horas críticas das partidas, ele apareceu e deu conta do recado. Então posso dizer que esse prêmio é merecido demais. Fora de quadra ele é um cara muito tranquilo e gente boa. Todo mundo gosta dele”, exaltou o ala Matheus Dalla, companheiro de equipe e de posição do norte-americano durante a temporada.

O prêmio de MVP conquistado em solo brasileiro não é o primeiro da carreira de Jackson. Formado pela Universidade de Penn State, em seu país natal, o jogador possui um grande histórico de sucesso no basquete latino-americano. Sua trajetória entre os profissionais começou no Uruguai, com a camisa do Defensor, na temporada 2007/2008, mas foi na Argentina que Jackson viveu grandes momentos.

Mão cheia: Jackson faturou três troféus individuais no NBB 2013/2014 (LNB/Divulgação)

Mão cheia: Jackson faturou três troféus individuais no NBB 2013/2014 (LNB/Divulgação)

Depois de se destacar na Liga das Américas 2007/2008 pela equipe uruguaia, com uma média de 24,5 pontos por jogo, Jackson foi contratado pelo tradicional Peñarol de Mar Del Plata (ARG) e não fez feio. Logo em sua primeira temporada no esquadrão na época dirigido pelo técnico Sérgio Hernandez, o norte-americano foi eleito o MVP da Liga Argentina 2008/2009 e levou a equipe à decisão da competição.

No ano seguinte, Jackson se transferiu para o La Unión de Formosa e seguiu como um dos principais jogadores da Liga Argentina. Prova disso é que o ala foi o maior pontuador da edição 2009/2010 da competição, com média de 18,9 tentos por jogo e na temporada seguinte somou 19,4 pontos por partida para ser eleito o Melhor Estrangeiro do campeonato. Depois do sucesso no país vizinho, o jogador foi contratado pelo Flamengo e teve sua primeira experiência no NBB.

“Nunca imaginei sair do meu país, mas graças a Deus existem oportunidades para jogadores que amam basquete e podemos praticá-lo como emprego. Então eu sou muito grato pelo basquete no Brasil, na América do Sul e ao redor do mundo”, declarou Jackson, que ainda acumula passagens pelo basquete da Venezuela e de Porto Rico.

“Isso que está acontecendo comigo é algo muito positivo. Isso mostra que o basquete quebra barreiras como a do idioma, da cultura e tudo isso. Se você sabe jogar basquete e o país gosta do esporte, você vai conseguir sobreviver e, se tudo der certo, ter sucesso”, cmpletou o norte-americano.

Com a camisa rubro-negra, Jackson teve boas atuações e fechou o NBB 2011/2012 como o segundo maior pontuador da equipe, com média de 16,2 pontos por jogo. Na ocasião, o Flamengo acabou eliminado pelo São José/Unimed nas semifinais e o jogador retornou à Argentina para atuar pelo Gimnasia Y Esgrima, da cidade de Comodoro. Depois de mais uma temporada brilhante entre os “hermanos”, o norte-americano voltou ao Brasil e se tornou o MVP da sexta edição do maior campeonato de basquete do país.

“Acho que eu estava muito mais focado nesta temporada. Nos últimos anos eram as coisas que aconteciam fora de quadra que determinavam o meu foco. Mas neste ano eu voltei pro Brasil e eu acho que queria provar para mim mesmo o que eu posso fazer”, concluiu Jackson, que há sete anos desfila seu talento no basquete latino-americano.

Este foi o segundo NBB de Jackson; o primeiro foi na temporada 2011/2012 pelo Flamengo (Fernando Azevedo/Divulgação)

Este foi o segundo NBB de Jackson; o primeiro foi na temporada 2011/2012 pelo Flamengo (Fernando Azevedo/Divulgação)

Confira o resultado final da votação para MVP do NBB 2013/2014:

1º – David Jackson (Winner/Kabum/Limeira): 29,7% dos votos
2º – Laprovittola (Flamengo): 26,6% dos votos
3º – Marquinhos (Flamengo): 13,2% dos votos
4º – Paulão Prestes (Vivo/Franca): 9,5% dos votos
5º – Marcelinho (Flamengo): 8,9% dos votos
6º – Olivinha (Flamengo): 2,4% dos votos
7º – Manny Quezada (São José/Unimed): 2,4% dos votos
8º – Alex Garcia (UniCEUB/BRB/Brasília): 2,4% dos votos
9º – Murilo (Paschoalotto/Bauru): 1,8% dos votos
10º – Meyinsse (Flamengo): 1,6% dos votos
11º – Gui Deodato (Paschoalotto/Bauru): 0,8% dos votos
12º – Larry Taylor (Paschoalotto/Bauru): 0,8% dos votos

Confira todos os vencedores do prêmio de MVP na história do NBB:

2012/2013 – Marquinhos (Flamengo)
2011/2012 – Murilo (São José/Unimed)
2010/2011 – Guilherme Giovannoni (UniCEUB/BRB/Brasília)
2009/2010 – Marcelinho (Flamengo)
2008/2009 – Marcelinho (Flamengo)