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Os 15 fatores

12-09-2011 | 04:13
Por Liga Nacional de Basquete

Chegou ao fim o jejum. Com a vitória sobre a República Dominicana neste sábado, em Mar del Plata, o Brasil finalmente está de volta às Olimpíadas. Desde a última participação, em Atlanta-1996, muitos erros foram cometidos em vários aspectos – da gestão administrativa às decisões dentro da quadra. Agora, após 15 anos de jejum, conheça […]

Chegou ao fim o jejum. Com a vitória sobre a República Dominicana neste sábado, em Mar del Plata, o Brasil finalmente está de volta às Olimpíadas. Desde a última participação, em Atlanta-1996, muitos erros foram cometidos em vários aspectos – da gestão administrativa às decisões dentro da quadra. Agora, após 15 anos de jejum, conheça 15 fatores que possibilitaram o retorno do país ao palco mais nobre do esporte mundial.

O sério Magnano finalmente pode sorrir à vontade: o Brasil está de volta às Olimpíadas

1. Rubén Magnano

O treinador argentino operou uma transformação no basquete brasileiro desde que assumiu o cargo no ano passado. Rodou o país para conhecer a base, estudou atletas a fundo e montou um elenco capaz de jogar o basquete moderno: defesa forte e ataque equilibrado. No Mundial, deu claros sinais de evolução, e na Copa América adicionou mais um item ao repertório: conseguiu fazer a equipe vencer jogos tensos apertados.

2. Defesa
Virou o mantra da seleção em Mar del Plata. E não ficou apenas no discurso. A equipe de 2011 enterra um fantasma do basquete brasileiro: a certeza de que não sabemos marcar. Apesar de alguns altos e baixos no início do campeonato, a tônica foi sufocar os adversários. E o símbolo disso foi Alex, um carrapato que passou o tempo todo grudado no pescoço dos rivais.

3. Muito treino
Da apresentação até a conquista da vaga, foram quase 70 dias. A seleção treinou mais tempo do que qualquer outra na Copa América. Alguns jogadores ficaram pelo caminho com problemas musculares, mas os que permaneceram no grupo voaram na quadra.

4. Ambiente
Se parece claro que Nenê não é mais considerado um jogador de seleção, os que estavam em Mar del Plata não esboçaram qualquer sinal de má convivência. No treino, no almoço ou no hotel, o clima era sempre tranquilo, e o resultado se refletiu na quadra.

5. Formação europeia
Dos 12 heróis da classificação, só dois não passaram pela escola europeia de basquete: Nezinho e Benite. Todos os outros já tinham na bagagem a filosofia que Magnano queria implantar no time, sendo que dois dos principais nomes (Huertas e Splitter) moldaram todo o seu basquete no Velho Continente.

6. Ausências de Leandrinho e Nenê
Antes do início do torneio, o ex-técnico da Argentina Sergio Hernández disse que a ausência dos jogadores da NBA seria benéfica para o Brasil, porque Magnano teria mais facilidade para fazer o time jogar à sua maneira. Não deu outra. Sem Leandrinho e Nenê, ambos de estilo muito mais americano do que europeu, Rubén teve o time na mão o tempo todo.

7. Moncho Monsalve
Foi o treinador espanhol que deu o primeiro passo no movimento para mudar a mentalidade tática do basquete brasileiro. Falhou no Pré-Olímpico mundial de 2008 e foi campeão da Copa América de 2009. Plantou uma semente que Magnano fez crescer.

8. Marcelinho Huertas
Melhor armador da Europa, foi o motor do time durante todo o torneio. Consolidou sua posição de líder, pontuou quando teve de pontuar, armou quando teve de armar. Só falhou uma vez, justamente na derrota para a Dominicana na primeira fase. De resto, foi o craque que a torcida esperava.

O maestro em ação: Marcelinho Huertas se tornou um líder da seleção brasileira de basquete

9. Tiago Splitter
Começou mal o campeonato, mas ainda assim é uma presença fundamental no garrafão. Cresceu na reta final e confirmou que, ao lado de Huertas, é um pilar da equipe que conseguiu a vaga.

10. Maturidade dos “caseiros”
Quatro veteranos que jogam hoje no Brasil chegaram ao auge na hora certa. Alex, Marcelinho Machado, Guilherme Giovannoni e Marquinhos brilharam na campanha, cada um com seu momento. A soma das experiências foi vital para manter o time ligado em momentos difíceis.

11. Renovação no banco
Na hora da lista final, a torcida ficou preocupada, mas a garotada que estreou na seleção adulta correspondeu na Copa América. Rafael Hettsheimeir brilhou contra a Argentina de Luis Scola, e Vitor Benite foi cestinha em dois jogos. Rafael Luz e Augusto Lima também entraram bem em alguns momentos.

12. Preparação física
Para defender bem o tempo todo, a preparação física foi fundamental. O Brasil só ganhou jogos complicados contra zebras no início do torneio porque se impôs no quarto período. No confronto histórico contra a Argentina, também se manteve inteiro até o fim para fechar o jogo. Do início ao fim do torneio, nenhuma lesão. Ponto para o trabalho coordenado por Diego Jeleilate.

13. Controle mental
As boas atuações no Mundial da Turquia esbarraram na incapacidade de controlar a tensão em momentos decisivos das partidas – foram assim as derrotas para Estados Unidos e Argentina. Desta vez, o time se mostrou mais maduro. Na base do controle mental, venceu partidas no último quarto, incluindo o já clássico triunfo sobre os donos da casa, diante de 8.500 torcedores fanáticos gritando contra.

14. Famílias perto
Com o câmbio favorável, a viagem ficou barata, e as famílias dos jogadores aproveitaram para torcer de perto em Mar del Plata. Vários dos protagonistas tiveram a vantagem de conviver com os pais durante o torneio – casos de Splitter, Huertas e Machado.

15. Bom cruzamento nas semis
A boa campanha deu ao Brasil a chance de enfrentar no jogo decisivo a República Dominicana, teoricamente o mais fácil entre os três concorrentes. Era o único do quarteto favorito que nunca foi às Olimpíadas, e a falta de experiência em torneios Fiba pesou na hora H. Melhor para o Brasil, que arrancou a vitória no momento decisivo e carimbou o passaporte para Londres.