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Seleção Brasileira

Caminho pavimentado

01-09-2025 | 11:20
Por Marcius Azevedo

AmeriCup 2025 pode ter sido, em retrospecto, o ensaio geral para uma história maior; Seleção mira Mundial do Catar, em 2027, e os Jogos Olímpicos de 2028, em Los Angeles

O título da AmeriCup devolveu ao basquete brasileiro algo que andava em falta: a sensação de que é possível competir de igual para igual com as principais forças do continente e construir um caminho sólido em direção aos grandes palcos internacionais. Mais do que um troféu, a conquista em Manágua, capital da Nicarágua, diante da Argentina, foi um ponto de virada, que pode redefinir a confiança e a preparação da seleção para os próximos anos.

O primeiro reflexo imediato vem no Pré-Mundial, etapa crucial para garantir presença na próxima Copa do Mundo, que acontece no Catar, em 2027. As eliminatórias começarão em novembro deste ano e se estenderão até março de 2027, com 80 países lutando pelas 32 vagas disponíveis.

A AmeriCup de 2025 pode ter sido, em retrospecto, o ensaio geral para uma história maior. Foto: AmeriCup

A campanha vitoriosa mostrou que o grupo comandado pelo técnico Aleksandar Petrovic tem alternativas, resiliência e, sobretudo, um núcleo de atletas que já demonstram maturidade em jogos decisivos. Essa experiência pesa quando o jogo fica tenso e cada posse de bola conta.

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O Brasil forma uma geração que começa a consolidar identidade. Jogadores como Yago, Lucas Dias, Georginho de Paula e Bruno Caboclo mostraram na AmeriCup que podem assumir papéis de protagonismo. Se conseguirem manter a evolução, o país terá condições de brigar por algo maior do que simples participações. O torneio na Nicarágua funcionou como um laboratório bem-sucedido, em que confiança e química de grupo se tornaram armas tão importantes quanto tática e talento.

No horizonte mais distante, os Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028 aparecem como um objetivo realista para colher os frutos de todo esse processo. A seleção terá, então, uma geração no auge da maturidade e com experiência internacional acumulada. A conquista da AmeriCup pode ser lembrada, no futuro, como o momento em que esse ciclo começou de verdade, marcando o início de uma caminhada ambiciosa e bem planejada.

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É claro que o caminho não será fácil. Mas o Brasil mostrou, em quadra, que tem talento, mentalidade e competitividade para sonhar alto. O desafio agora é transformar o título em combustível contínuo, sem deixar que ele seja apenas um lampejo. A AmeriCup de 2025 pode ter sido, em retrospecto, o ensaio geral para uma história maior. Cabe ao basquete brasileiro aproveitar o embalo e consolidar um projeto que leve o país de volta ao lugar de destaque que sua tradição merece.