Sucesso de público

O resultado não foi o imaginado em quadra. O Flamengo perdeu para o Sesi Franca por 69 a 56, no primeiro jogo das Finais do NBB CAIXA no último sábado (01/06). Mas o clube rubro-negro tem de comemorar o retorno positivo das ações que foram realizadas para atrair um excelente público ao Maracanãzinho. Um sábado de feriado prolongado com bom tempo, uma torcida empolgada para retomar o título, a presença de Olivinha como ídolo em sua despedida foram fatores que contribuíram para os quase oito mil presentes ao ginásio.

Torcida do Flamengo fez uma bonita festa no Maracanãzinho. Foto: Mauricio Almeida/LNB

Ao todo, 7.874 pessoas compareceram ao ginásio. O público, por exemplo, foi muito maior do que o dos confrontos com o mesmo Sesi Franca, nas Finais da temporada 2021/22. Naquela oportunidade, o Flamengo levou ao Maracanãzinho 3.977 e 4.629 pessoas nos jogos 2 e 3, respectivamente. Não foi o maior público do ano, já que teve um BRB/Brasília x Flamengo, ainda em fevereiro, durante a temporada regular, que o público total (pagantes e não-pagantes) foi de mais de dez mil pessoas na Arena BRB/Nilson Nelson. Mesmo assim, a sensação era de ginásio lotado no Rio de Janeiro.

Isso mostra que o público do basquete está voltando para a maior competição de basquete dentro do País e o quanto várias torcidas podem se engajar com seu clube, seja ele vindo do futebol, passando pelo vôlei e chegando ao basquete. Assim é o caso da torcida do Flamengo, a Nação comparece e apoia para qualquer modalidade, ainda mais com o título nacional em disputa.

Marcelo Vido, Direto Executivo de Esportes Olímpicos do Flamengo, explicou como tem sido o comportamento da torcida Rubro-Negra no decorrer da temporada e principalmente a retomada pós-pandemia. “O Flamengo, assim, tem tido um trabalho muito consistente em termos de performance esportiva. O Flamengo chegou em 14 semifinais e em dez finais, então a gente teve sempre um público muito apaixonado. Quando nós definimos que o Maracanãzinho seria a nossa casa, que foi início dessa temporada, nós tentamos entender porque o público não estava indo tanto aos jogos. Ao mesmo tempo, quando o vôlei do Flamengo feminino começou a jogar no Maracanãzinho, no começo de janeiro, a gente não entendeu porque lá tem tanto público e no basquete, que tinha muita torcida, não voltava.”

Foi aí que a diretoria do Flamengo adotou uma nova estratégia, como explica Vido. “Nós começamos a fazer um trabalho, afinal do ano passado, com a mesma agência que trabalha com o vôlei feminino, que chama agência Promare, do gestor Guilherme Carneiro. Foi nisso que o público, de uma certa maneira que começou a aumentar. Tivemos o jogo contra o Boca Juniors (na BCLA) e foi um bom público, no final do ano passado. Depois teve Flamengo e Vasco, um belo público. A Super 8 teve um belo público. Nós temos oportunidades para entender e aumentar o público. A empresa do Guilherme também fez algumas ações, em parceria junto ao MetrôRio, junto a uma outra associação de funcionários públicos, começamos a trabalhar muito internamente com o nosso marketing, com a nossa comunicação, com os seus torcedores do futebol, buscando trazer esse público também para o basquete.”

Vido também atribuiu que neste final de semana houve a Maratona Internacional do Rio de Janeiro, isso significa mais público engajado com esportes frequentando a cidade. Além disso, a decisão já é um grande atrativo, que ele acredita que ainda pode melhorar caso a série volte para a cidade, em eventuais jogo 4 e 5. “Eu acho que a despedida do Olivinha também ajuda bastante, porque o Olivinha hoje é um ídolo nacional, não tem nenhuma praça que não gosta do Olivinha como jogador e como pessoa. Mas agora, o grande desafio é a gente continuar entendendo esses hábitos dos torcedores, ainda tem a final dessa temporada, melhor de cinco jogos, mas começar a fazer ações para o ano que vem.”

O dirigente também explicou que, pelo edital publicado, o Flamengo e o Fluminense serão os clubes responsáveis pela administração do Maracanãzinho pelos próximos 20 anos e que isso permite pensar em reimplementar os “Season Tickets”, os jogos para temporada toda, além de pensar em ações de rodadas duplas com o vôlei ou até mesmo o futebol, utilizando o complexo inteiro. Outro tipo de ação que o dirigente pensa para aumentar mais o público para torcer pelo clube é a utilização de atletas de outras modalidades olímpicas, como Rebeca Andrade (ginástica artística), Isaquias Queiróz (canoagem de velocidade) e Rafaela Silva (judô), tal como já trouxe jogadores de futebol na época do mítico ano de 2019, de Jorge Jesus e Gabigol. Essa temporada ficou mais difícil por se tratar de um ano de classificação e disputas nos Jogos Olímpicos.

A ideia do torcedor transitar no complexo do Maracanã e passar o dia acompanhando o time é trazido como a própria Liga Nacional de Basquete executou em um de seus eventos em 2024. “Nosso sonho é, eu estou falando mais do basquete e vôlei, de realizar essas ações, esses jogos rodadas duplas, a gente faz ações dentro do complexo, porque existe toda uma segurança dentro do complexo entre Maracanã e Maracanãzinho, você não precisa sair do Maracanãzinho para ir no estádio. E tem espaços dentro desse complexo que a gente quer trabalhar para fazer ações fora, igual A Liga fez muito bem feito no Jogo das Estrelas, no Ibirapuera”, lembrou Marcelo Vido.

“A bilheteria é uma fonte de financiamento da equipe de toda temporada, então a gente tem que estar buscando essa fonte, bater as metas que a gente traça durante a temporada, é lógico que a receita proveniente de arquibancada depende da performance esportiva, isso é claro em qualquer modalidade, em qualquer esporte no mundo”, finalizou o dirigente.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e Loterias Caixas, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Sportsbet.io, Penalty, EMS e UMP e apoio IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.