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Torcida olímpica: “família” Taylor

27-07-2012 | 04:30
Por Liga Nacional de Basquete

Nascido nos EUA, brasileiro por escolha. Larry cativou uma cidade inteira e colegas de Bauru, que o tratam como ente querido e torcem por ele nas Olimpíadas

 

No Brasil, Larry se sente acolhido ao lado de seus companheiros de Bauru (Montagem/LNB)

Larry Taylor não nasceu no Brasil. Sua família é de Chicago, nos EUA. Porém, o armador do Paschoalotto/Bauru escolheu ser brasileiro. Depois de muito tempo, muita papelada e muita paciência, o jogador conseguiu se naturalizar para jogar as Olimpíadas de Londres pela Seleção Brasileira. E não é por não ser do país que Larry não tem familiares por aqui. Não são de sangue, mas os colegas de seu time e o técnico Guerrinha o adotaram como um ente querido desde 2008.

O elenco e o povo de Bauru abraçou Larry, que é muito querido por lá. Fizeram até mesmo campanha para que o americano aprendesse o hino brasileiro para cantá-lo a plenos pulmões sempre que fosse tocado nos jogos da seleção. Carinho por uma pessoa carismática, que já está plenamente adaptado ao jeitinho, costumes e cultura do Brasil.

“O Larry é um cara muito bacana. A gente convive com ele na rotina do dia-a-dia, e posso dizer que ele é merecedor disso tudo que está acontecendo com ele, pelo ser humano que é. Um cara muito simples, humilde, amigo. Tem muita energia, sempre está correndo muito na quadra. Estamos torcendo muito por ele na seleção”, disse o ala/armador Fernando Fischer, que foi companheiro de Larry no Bauru em todos as quatro edições do NBB.

Fischer foi uma das pessoas que acompanhou bem de perto todo o processo para que Larry se naturalizasse brasileiro e disputasse as Olimpíadas. Segundo o jogador, esse era o único obstáculo que separava o colega dos Jogos Olímpicos.

Larry terá no Brasil uma função diferente da que faz no Bauru, segundo o técnico Guerrinha (InovaFoto/Divulgação)

“Nós sabíamos do potencial do Larry e vimos todo o esforço dele para conseguir a naturalização. É até natural que o processo tenha demorado, é como se eu quisesse me naturalizar americano, é complicado. Mas ele estava bem animado com a oportunidade. Era evidente que se ele conseguisse a naturalização, iria para as Olimpíadas, não seria cortado de última hora”, falou.

Se no Bauru, Larry tem status de principal jogador do time, no Brasil, ele chegou com mais uma peça importante do grupo do técnico Rubén Magnano. Aos poucos, o mais novo brasileiro vai cavando seu espaço. Isso é destacado por Guerrinha, que treina Larry desde 2008. O treinador do time do interior paulista faz questão de frisar que não se deve cobrar exibições como as vistas no NBB.

“Muita gente questiona porque acha que o Larry tem de jogar como faz no clube. Na seleção, é tudo diferente. Ele tem de ser disciplinado, vai fazer o que o Magnano pedir. Não que ele não seja aqui, ele é um jogador muito disciplinado. Mas aqui ele faz mais coisas do que será obrigado na seleção. A não ser que surja um jogo em que ele possa fazer algo extra, vai ser assim. Mas ele já está se adaptando, fez um grande jogo com a Argentina. Vai ser muito útil, com certeza, dentro das expectativas do time brasileiro”, comentou Guerrinha.

Mesmo sendo um brasileiro dos EUA, Larry pode ter certeza que tem o carinho de sua “família” daqui.