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Trajetóriahistórica

17-06-2017 | 09:17
Por Liga Nacional de Basquete

Reformulação, lesões e viradas históricas: confira a trajetória do Bauru até o título inédito do NBB CAIXA

Presente em todas as edições da história do NBB CAIXA, o Gocil/Bauru Basket alcançou o seu primeiro título da competição, de maneira absolutamente histórica, na tarde deste sábado (17/06), no Ginásio Gigantão, em Araraquara (SP). O trajeto bauruense até a tão sonhada taça foi marcado por uma reformulação, contusões, a saída não esperada de Rafael Hettsheimeir e acima de tudo por persistência.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, Nike e Avianca e o apoio do Ministério do Esporte.

Para suprir as perdas de uma temporada para outra, o Bauru trouxe peças que foram fundamentais no título inédito (Fotojump/LNB)

Reformulação

Após perder para o Flamengo pela segunda vez consecutiva nas Finais do NBB CAIXA, o Bauru Basket passou por uma grande reformulação. No período de baixa temporada, o time do interior paulista perdeu nomes fortes de seu elenco, como Ricardo Fischer, transferido para o Flamengo, e Robert Day, que se aposentou, além do jovem Wesley Sena, que poderia ter mais destaque neste ano, mas foi contratado pelo Barcelona (ESP).

Para suprir estas ausências o Bauru foi atrás de contratações. Os armadores Valtinho e Gegê, o ala Gui Deodato, e o pivô Shilton foram os escolhidos pelo time do interior paulista. Após o vice-campeonato paulista, sendo derrotado pelo Mogi das Cruzes/Helbor na decisão, os comandados de Demétrius Ferracciú foram com tudo para mais uma temporada na competição.

Início complicado

O início foi complicado. Os primeiros cinco jogos, o Bauru teve retrospecto negativo (com dois resultados positivos e três negativos) e duas contusões significativas, de Alex Garcia e Léo Meindl, ambas na mesma partida, diante do Paulistano/Corpore, logo na terceira rodada.

A retomada de moral veio diante do Vasco da Gama, na sexta rodada, porém mais uma contusão mexeu com o elenco bauruense. O jovem Gui Santos, que vinha ganhando destaque dentro do time, rompeu o ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho direito e desfalca o Dragão até hoje. Depois do resultado positivo contra o cruzmaltino, foram mais três vitórias para o Bauru, até as derrotas para o Minas Tênis Clube e o UniCEUB/BRBCARD/Brasília dentro de casa.

Na metade da temporada, o Bauru perdeu Hettsheimeir, cestinha do time, negociado com o Montakit Fuenlabrada, da Espanha (Caio Casagrande/Bauru Basket)

Saída de Hettsheimeir, ótima sequência e altos e baixos

No final do mês de janeiro, o cestinha do time na temporada Rafael Hettsheimeir se despediu de seus companheiros, após receber proposta do Montakit Fuenlabrada (ESP). Mesmo diante desta enorme perda, o Bauru cresceu na competição neste exato momento, quando chegou a sua maior sequência de vitórias nesta edição, com sete.

A reta final da fase de classificação bauruense foi de altos e baixos, e após a derrota para o Mogi das Cruzes/Helbor dentro de casa, na penúltima rodada, a equipe acabou ficando de fora do G-4, com a quinta colocação, tendo que disputar as oitavas de final dos playoffs pela primeira vez desde o NBB CAIXA 13/14.

“Teoricamente o time tinha três pilares, eu, o Hettsheimeir e o Jefferson. Com a saída do Rafael o Léo Meindl assumiu esse posto, jogou muita bola. Todo mundo contribuiu, assumiu a responsabilidade quando precisou. Nosso time é isso, todo mundo junto”, declarou Alex Garcia, capitão do Bauru.

“Muito feliz pelo que vivenciamos, feliz pelo momento, feliz por todas as dificuldades que passamos serem recompensadas agora. Com a saída do Rafael (Hettsheimeir) o time ficou meio desacreditado, afinal perdemos nosso cestinha. Mas o Shilton assumiu a posição dele com maestria, jogou muito, mostrou isso hoje, guerreiro nos rebotes”, completou o “Brabo”.

Começo dos playoffs

O primeiro adversário do Bauru foi o Macaé Basquete e, apesar dos 3 a 0, a série foi marcada por duros jogos, com vitórias por 80 a 70, 91 a 79 e 93 a 83. Nas quartas de final, os bauruenses encontraram o Brasília e iniciaram o confronto com derrota dentro de casa, por 88 a 87. Quando a maré parecia ter virada contra o time paulista, os comandados de Demétrius Ferracciú foram até a capital federal, venceram duas partidas (por 77 a 73 e 85 a 76) e garantiram a classificação no Panela de Pressão, com vitória por 80 a 78.

Na semifinal, o Bauru superou o Pinheiros, por 3 a 2, após iniciar a série com duas derrotas (João Pires/LNB)

Virada história Parte 1

Na semifinal, o Dragão passou por uma situação ainda mais delicada. Foram duas derrotas no começo da série contra o Pinheiros, por 98 a 86 fora e 89 a 83 dentro de casa. Sem poder cometer mais erros, o Bauru ressurgiu no segundo tempo do Jogo 3. Foram 60 pontos contra 31 do rival nos 20 minutos finais da partida e uma vitória imponente por 94 a 77.

No Jogo 4, os bauruenses deram mais uma prova de força ao tirarem dez pontos de desvantagem no último quarto e conquistarem a vitória, por 76 a 72. Na quinta e decisiva partida, os comandados de Demétrius estiveram a frente a partir da metade do segundo quarto, mas lutaram muito para conquistar o resultado positivo, por 66 a 60, e confirmar a maior virada da história do time nos playoffs do NBB CAIXA.

Virada histórica Parte 2

O desafio mais difícil do Bauru ainda ficaria para a decisão. Diante do jovem time do Paulistano, os comandados de Demétrius iniciaram a série com uma dura derrota fora de casa, por 82 a 78. No Jogo 2, desta vez dentro do Panela de Pressão, mais um resultado negativo, por 78 a 74. Quando mais uma vez tudo parecia perdido, o Dragão se ergueu outra vez das cinzas e fez história.

Nas Finais o Dragão repetiu a dose e virou a série após estar perdendo por 2 a 0, para conquistar o título inédito do NBB CAIXA (Fotojump/LNB)

Na primeira partida em Araraquara destas Finais, o Jogo 3, a equipe do interior paulista fez um terceiro quarto alucinante para encaminhar a primeira vitória do time na série, por 90 a 79. Novamente na capital paulista, desta vez no Ginásio Wlamir Marques, a história foi diferente. Com grande atuação no segundo e último quarto, os comandados de Demétrius venceram por 81 a 64 e levaram o confronto para a quinta e decisiva partida.

De volta a Araraquara (SP), o Bauru encontrou um ambiente completamente favorável para concluir seu longo trajeto. Com o Gigantão completamente lotado, o Dragão não deu chances ao Paulistano com uma atuação ofensiva impressionante. Foram 56% de aproveitamento para os bauruenses no ataque, que culminaram com 92 pontos anotados, contra 73 dos rivais, e enfim a tão sonhada taça de campeão do NBB CAIXA.

“Uma conquista histórica. Nunca teve e dificilmente vai ter um campeão desta maneira. A equipe está de parabéns, todos os jogadores se superaram. Trabalhamos todo dia, tática, técnica e fisicamente. Muita gente achou que era uma equipe velha, mas nós defendemos demais e para você defender da maneira que a gente defendeu você precisa ter uma parte física fenomenal”, afirmou Shilton, pivô do Bauru.