HOJE
um passona história
Por Liga Nacional de Basquete
Classificação inédita na Liga das Américas consolida momento histórico do Paulistano e enaltece sucesso do projeto que começou há 18 anos
Quem um dia imaginaria o Club Athletico Paulistano como uma potência no basquete? Para os mais novos, essa frase pode até ser estranha, mas muitos não sabem que a história do clube no esporte da bola laranja é recente, tem apenas 18 anos.
Tradicional clube do bairro do Jardins, em São Paulo (SP), o CAP sempre foi conhecido por sua grande base de sócios, por ter sido 11 vezes campeão paulista de futebol entre 1905 e 1929 e também um dos responsáveis pelo surgimento do gigante São Paulo Futebol Clube.
Agora, a história é diferente. Ou melhor, a história no esporte bretão permanece, mas novos capítulos estão sendo escritos nas páginas do clube. O CAP, agora, é o “CAP do basquete”. Bora conhecer essa história:
O surgimento
Desde o surgimento do basquete adulto no clube, em 2001, a relevância do Paulistano no cenário nacional foi crescendo aos poucos, de forma bem lenta. O primeiro grande ídolo foi Marcelinho Huertas, que passou pela base do clube e também pelo elenco profissional antes de fazer as malas e ir à Europa.

Sempre que possível, Marcelinho Huertas, sócio do Paulistano, acompanha as partidas do clube na arquibancada (João Pires/LNB)
Naquela época, os resultados ainda eram conquistados com muito suor. Antes da “Era NBB”, a conquista mais expressiva do CAP havia sido um vice-campeonato Paulista em 2006. Em paralelo, as categorias de base sempre estiveram voando e “papando” todos os títulos possíveis – o que permanece até os dias de hoje.
No entanto, o adulto ainda não tinha tal grandeza. Como já dito, era um processo lento e gradual, mas os dias de glórias ainda estariam por vir.
“A montagem das nossas equipes de basquete veio logo depois do término das equipes de vôlei. O vôlei se tornou um esporte muito caro e o clube sempre teve a tradição de ter um time para representar as cores da instituição, para ter um pouco mais de mídia e participar do esporte nacional. E também para criar uma simpatia e o interesse da meninada ao esporte. O basquete era um esporte barato, um pouco acanhado, tinha uma certa simpatia da diretoria da época e começou muito modesto, mais para participar e chamar a atenção dos jovens do clube”, disse Carlos Neves, Diretor de Esportes do Club Athletico Paulistano.
Ganhando notoriedade
A verdade é que o basquete adulto do Paulistano começou a virar potência em 2013, quando, sob o comando do técnico Gustavo De Conti, este que ganhou praticamente tudo na base do clube e foi promovido ao profissional em 2010, chegou às finais do Campeonato Paulista e do NBB CAIXA 2013/2014.

Sob o comando de Gustavo De Conti, o Paulistano chegou até a decisão do NBB CAIXA 2013/2014 (Allan Conti/Divulgação)
Em seguida, só crescimento. Em 2015, a equipe teve sua primeira experiência em uma competição internacional, na Liga das Américas. Acabou eliminado logo na primeira fase. Depois, na temporada 2016/2017, o título do NBB CAIXA ficou próximo, mas veio um novo vice.
A consolidação
Depois de resultados expressivos e uma notoriedade jamais vista no cenário nacional, o Paulistano, enfim, converteu tudo isso em troféus. Na temporada 2017/2018, a equipe conquistou o Campeonato Paulista 2017 e soltou o grito de campeão pela primeira vez na história do basquete adulto.
Já no início de 2018, outra participação na Liga das Américas, outra eliminação na primeira fase. Mas a temporada 2017/2018 foi finalizada de maneira mágica.
No NBB CAIXA, o clube quebrou um recorde incrível de vitórias seguidas na temporada (22), mostrou sua força nos playoffs e conquistou o tão sonhado título nacional ao vencer a decisão contra o Mogi das Cruzes/Helbor, por 3 a 1.

Campanha histórica do CAP foi coroada com o título do NBB CAIXA 2017/2018 (João Pires/LNB)
Ao mesmo tempo, a base do CAP havia conquistado os títulos paulistas nas categorias Sub-13, Sub-15 e Sub-19, além, é claro, da Liga de Desenvolvimento de Basquete (Sub-20), este conquistado de maneira invicta.
“O Paulistano deve manter seu time, deve continuar investindo na base e formação de atletas. O clube sempre se preocupou mais, em todos os esportes, na formação de atletas. No basquete não é diferente. Investimos muito na base, desde a escolinha, que começa com sete anos, passando pelas categorias de nove, 11, 13 e 15, dando uma estrutura de treinamento e professores capacitados. Até hoje, a filosofia do Paulistano é dar muita atenção as categorias de base, com as melhores condições possíveis para desenvolver um bom trabalho. Atualmente, acho que somos referência nesse quesito”, afirmou o dirigente do clube.
CAP é show
Em meio a todo esse sucesso dentro das quadras, o Paulistano também começou a dar show fora delas. Isso porque o clube investiu em ações de entretenimento e mídias sociais para atrair mais público, junto com a empresa Old Coach e o sucesso disso foi nítido.
A média de público no Ginásio Antonio Prado Jr subiu, o engajamento das pessoas com o clube presencialmente e nas redes sociais também aumentou. Além disso, diversas ações acontecem durante as partidas, com presença de locutor, distribuição de brindes e até um mascote: Fried, El Tigre, uma homenagem a Arthur Friederich, ex-jogador de futebol e ídolo do CAP.
“Nós vamos nos esforçar muito para que o jogo de basquete seja um espetáculo, uma diversão para todas as idades. Fazemos várias atividades durante os jogos, temos nosso mascote que é muito bacana e o pessoal adora. Assim como as músicas, nosso locutor, os brindes. Então vamos continuar investindo bastante nessas atrações. O orçamento continuará sendo modesto, a não ser que consigamos um patrocínio mais forte, que é muito difícil aqui no Brasil”, disse o diretor Carlos Neves.
Nível internacional
Depois dos títulos do Paulista e do NBB CAIXA na temporada anterior, o Paulistano acrescentou mais um feito inédito à sua lista: a vaga inédita à próxima fase da Liga das Américas.
O clube sediou o Grupo A da competição – algo nada fácil no quesito financeiro – e fez bonito: três vitórias em três jogos, sobre Titanes de Barranquilla (COL), Malvin (URU) e Atenas de Córdoba (ARG), e classificação em primeiro da chave.
+Estatísticas do Grupo A da Liga das Américas 2019
“O clube ter trazido uma fase da Liga das Américas para cá foi muito legal, primeira vez que fizeram isso. A gente tinha que corresponder ao esforço que o clube fez dentro de quadra e com muita dedicação e comprometimento deu tudo certo, jogamos muito bem. Espero que a gente continue assim, tivemos um crescimento e uma mudança de patamar de jogo. Essa primeira colocação no grupo foi merecida e muito importante para a continuação do torneio, e também para crescermos no NBB”, disse Régis Marrelli, treinador da equipe principal do Paulistano.
Moral para o clássico
A classificação de forma invicta no Grupo A da Liga das Américas veio em ótima hora. Quarto colocado no NBB CAIXA (12 vitórias e 4 derrotas), o Paulistano terá como próximo compromisso o clássico contra o rival EC Pinheiros.
O dérbi da capital paulista será nesta quarta-feira (23/01), no Ginásio Antonio Prado Jr, em São Paulo (SP), às 20 horas, com transmissão ao vivo pelo Twitter do NBB (@NBB).
Para o técnico Régis Marrelli, o bom desempenho e a classificação para a próxima fase da Liga das Américas elevam a motivação da equipe, mesmo sabendo das dificuldades que serão encontradas no clássico contra o Pinheiros, que vive uma grande fase no NBB CAIXA 2018/2019.
“A classificação significa motivação para o clássico de quarta-feira. Jogaremos em casa, sabemos a importância desse dérbi para o clube, pela rivalidade que existe. O Pinheiros vive um grande momento e é uma das equipes favoritas ao título. Temos que entrar com a mesma vontade e dedicação para buscarmos essa vitória. Como falei, elevamos nosso nível de jogo na Liga das Américas e esperamos dar sequência nisso”, completou o treinador do Paulistano.
O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio máster da CAIXA, os patrocínios de INFRAERO, Avianca, Nike e Penalty e os apoios de UNISAL, Açúcar Guarani, Ministério do Esporte e Governo Federal.
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