Raiz forte

O duelo entre Mogi Basquete e CAIXA/Brasília, que acontece nesta terça-feira (16/12), carrega uma história que não cabe apenas na prancheta ou nas estatísticas em quadra. Antes mesmo da bola subir, o confronto já ganha contornos especiais fora das quatro linhas. Do lado do time do Distrito Federal, um personagem conhece o adversário como poucos: Fúlvio, um dos maiores armadores da história do NBB CAIXA e hoje diretor da equipe brasiliense.

Com história em Mogi, Fúlvio agora atua como dirigente no CAIXA/Brasília. Foto: Matheus Maranhão

Foi em Mogi das Cruzes que ele encerrou sua carreira como jogador profissional. As últimas três temporadas do NBB CAIXA vestindo a camisa mogiana, a última em 2021/22, ajudaram a consolidar um vínculo que extrapolou o esporte. A relação se transformou em pertencimento. Tanto que, em sessão solene realizada em 24 de março de 2023, Fúlvio, que é natural de São Paulo (SP), recebeu o título de Cidadão Mogiano, honraria concedida pela Câmara Municipal a pessoas que se destacam pelos serviços prestados à cidade ou por sua ligação com a comunidade.

Fúlvio em ação pelo Mogi Basquete, onde encerrou sua vitoriosa carreira. Foto: Gaspar Nóbrega/FIBA

Mesmo após a aposentadoria e a mudança de função no basquete, Mogi das Cruzes continua sendo parte central de sua vida. A esposa Roberta e os filhos permanecem na cidade, o que faz com que cada retorno ao Ginásio Professor Hugo Ramos, o famoso Hugão, carregue significados que vão além da rotina profissional. A ligação com Mogi ocupa um espaço singular em sua trajetória. É onde estão os amigos, a família e as memórias de uma rotina compartilhada, que ajudou a transformar o fim da carreira em um período de plenitude pessoal.

“Mogi é especial para mim. Tenho família, amigos, sou Cidadão Mogiano. As lembranças boas são de fazer meu trabalho com meus amigos e família vendo e dando apoio, ganhar o carinho dos meus filhos e esposa e ter todos juntos no pós-jogo. Não tem suporte melhor que esse”, afirmou Fúlvio. “Volto para Mogi com naturalidade. Minha função no esporte é bem diferente de antes, são tomadas de decisões nos bastidores e não mais dentro de uma quadra”, completou.

Fúlvio recebe o título de Cidadão Mogiano em em sessão solene, realizada em março de 2023. Foto: Divulgação

A vivência acumulada em diferentes clubes, primeiro como jogador e agora como gestor, moldou sua leitura sobre o esporte. Para Fúlvio, a experiência diária é determinante na construção de grupos e ambientes competitivos, algo que não se aprende fora da prática. “Em Mogi e em todas as outras equipes por onde passei, teve coisas positivas e negativas. Gerir e construir um ambiente saudável são ensinamentos que só quem viveu no esporte consegue. Para isso não tem faculdade.”

Quando o jogo começa, porém, o lado emocional precisa ser controlado. O reencontro vira confronto, e o profissional fala mais alto. O Mogi Basquete é um adversário direto do CAIXA/Brasília Basquete por uma vaga na Copa Super 8, torneio que reúne os oito melhores do primeiro turno do NBB CAIXA e vale vaga na Basketball Champions League Americas 2026/27, e também por uma posição no G-4 para levar vantagem na disputa dos playoffs.

“Essa conexão é desligada no momento em que pisamos no ginásio. Sempre entramos para vencer, e precisamos dessa vitória para seguir com o nosso objetivo de ficar entre os quatro”, finalizou Fúlvio.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete, com patrocínio máster das Loterias, Caixa Econômica, Governo Federal, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), chancela da Confederação Brasileira de Basketball, bola oficial Molten, marca oficial Kappa, patrocínio Cruzeiro do Sul Virtual e parcerias oficiais IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.