Vamos lá, Brasil!

Marquinhos foi o grande destaque da vitória brasileira sobre a Sérvia durante a 1ª fase do Mundial (FIBA/Divulgação)

Depois de 12 anos, a Seleção Brasileira voltará a disputar uma partida válida pelas quartas de final de um Campeonato Mundial de Basquete Masculino. Nesta quarta-feira (10/09), às 13 horas (de Brasília), novamente no Palacio de los Deportes de la Comunidad, na capital espanhola Madri, o time verde-amarelo reencontrará a Sérvia na busca por uma vaga nas semifinais no torneio agora chamado de Copa do Mundo de Basquete. O duelo será transmitido ao vivo pelo canal SporTV.

A última vez em que o Brasil esteve entre os oito melhores de um Mundial foi em 2002. Na ocasião, na cidade de Indianápolis, nos Estados Unidos, o time na época dirigido pelo técnico Hélio Rubens foi derrotado pela Argentina, pelo placar de 78 a 67, e ficou de fora da briga por medalhas. Nas duas competições seguintes. o selecionado nacional foi eliminado ainda na primeira fase no Japão em 2006 e, em 2010, na Turquia, caiu novamente diante dos “hermanos”, desta vez nas oitavas de final.

Agora, depois de dar o troco para cima dos argentinos e levar a melhor no clássico sul-americano válido pela fase de oitavas de final, a Seleção Brasileira tentará quebrar mais um tabu. Desde o Mundial de 1986, curiosamente também realizado na Espanha, o país não chega às semifinais da principal competição de basquete do planeta – naquele ano, a equipe liderada pelo Oscar Schmidt acabou no quarto lugar, depois de derrotas para Estados Unidos (semifinal) e para a extinta Iugoslávia (disputa pelo bronze).

“Vamos tratar de fazer um grande jogo e seguir com nosso sonho que é ganhar uma medalha neste Mundial. A Sérvia é um adversário duro, tem um poder ofensivo muito grande, mas estamos preparados para jogar e fazer o melhor para seguir em frente na competição”, analisou o pivô Anderson Varejão, dono de médias de 8,2 pontos e 7,8 rebotes por jogo na Copa do Mundo.

Vitória sobre a rival Argentina colocou o Brasil de volta nas quartas de final do Mundial após 12 anos (Gaspar Nóbrega/Inovafoto)

Na busca pelo retorno às semifinais do Mundial, o esquadrão brasileiro terá pela frente um adversário conhecido. Na última quarta-feira (03/09), pela quarta rodada do Grupo A, durante a fase de classificação, o time comandado pelo técnico Rubén Magnano enfrentou a Sérvia e conquistou uma importante e emocionante vitória.

Após fechar o primeiro tempo com largos 16 pontos de frente, a equipe nacional sofreu a virada durante o terceiro quarto e chegou a ter sete pontos de desvantagem (67 a 60). Mas, no embalo de Marquinhos, que marcou 21 pontos (6/9 nos arremessos de três pontos) e foi a grande figura da equipe na partida, a Seleção Brasileira se recuperou na parcial final e venceu o duelo por 81 a 73.

“Eles (Brasil) têm um time incrível, talvez o melhor time brasileiro de todos os tempos, e estão aqui para ganhar uma medalha. Eles são um dos favoritos e têm trabalhado nisso nos últimos três anos, com o técnico Ruben Magnano É um time de muita qualidade, com ótimas opções no banco de reservas também. Estamos ansiosos para jogar contra o Brasil novamente”, elogiou o técnico sérvio Sasha Djordjevic.

Brasil e Sérvia fizeram um jogo emocionante pela 1ª fase do Mundial (FIBA/Divulgação)

Assim como o Brasil, a Sérvia também venceu uma batalha continental nas oitavas de final da Copa do Mundo da Espanha. Com uma grande atuação, especialmente do jovem ala Bogdan Bogdanovic, cestinha do jogo, com 21 pontos, a equipe do Leste Europeu eliminou a Grécia, até então invicta e líder do Grupo B, ao vencer o duelo também realizado em Madri, pelo placar de 90 a 78.

“A Sérvia é uma grande equipe, um time muito difícil de ser batido. Eles jogam duro e nós vamos ter que nos concentrar para fazermos um bom jogo se quisermos passar para a próxima fase da competição”, declarou o ala/armador Leandrinho Barbosa, cestinha brasileiro no Mundial até o momento, com média de 13,0 pontos por jogo.

Durante sua caminhada na Copa do Mundo, a Sérvia conta com quatro jogadores com média de pontos de dois dígitos. O principal cestinha da equipe é o pivô Miroslav Raduljica – o jogador disputou a última temporada da NBA pelo Milwaukee Bucks -, que anota em média 14,5 pontos por partida, seguido pelos jovens Nemanja Bjelica e Bogdan Bogdanovic, que anotam 11,8 e 11,3 tentos por partida, respectivamente.

A lista dos principais pontuadores da Sérvia ainda tem o experiente armador Milos Teodosic. Com direito a um aproveitamento de 42,4% nos tiros da linha dos três pontos, o jogador do CSKA Moscou (RUS) possui média de 10,8 pontos, além de distribuir 4,3 assistências por confronto.

“Vai ser um jogo diferente, com uma pontuação mais baixa. Eu não acho que nenhum dos dois times vai ter uma grande vantagem. Quando se trata de um jogo como este, as defesas são fortes e as partidas são mais ponto a ponto. Temos que respeitar a Sérvia. A motivação deles é muito alta, ainda mais depois da grande vitória que eles tiveram contra a Grécia. Temos de estar muito focado para conseguir essa vitória”, disse o armador brasileiro Marcelinho Huertas.

“A Sérvia é uma equipe muito talentosa. Eles têm uma equipe muito jovem, mas com muito talento, especialmente com (Nemanja) Bjelica e (Bogdan) Bogdanovic. Isso sem falar no (Milos) Teosodic, que é pontuador nato e sabemos que ele pode decidir qualquer jogo, e no (Miroslav) Raduljica”, completou o capitão do time verde-amarelo.

O vencedor do confronto entre Brasil e Sérvia enfrentará mais uma equipe oriunda do Grupo A nas semifinais. Espanha e França, primeiro e terceiro colocados da chave, respectivamente, também se enfrentarão pelas quartas de final nesta quarta-feira, em Madri, às 17 horas (de Brasília), com transmissão ao vivo do canal SporTV.