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12-12-2024 | 05:12
Por Liga Nacional de Basquete

Falecimento de Amaury Pasos repercute entre os times do NBB CAIXA e personalidades do basquete nacional; confira algumas das homenagens

Um dia após o aniversário de 89 anos, nesta quinta-feira (12/12), vem a notícia do falecimento do maior jogador de basquete brasileiro de todos os tempos, Amaury Pasos. Seu reconhecimento, ainda em vida, por todas as conquistas e feitos dentro do esporte rendeu muitas homenagens. Agora, o ecossistema do basquete repercute e presta mais homenagens póstumas ao ídolo e precursor dos grandes jogadores do basquete nacional. Clubes do NBB CAIXA postaram em suas redes sociais e algumas personalidades falaram da importância de Amaury.

Corinthians

Um dos principais ídolos da história corinthiana no basquete, recentemente recebeu um busto que está na sede do clube. O Corinthians publicou a homenagem no perfil de basquete e no principal, mostrando que o ídolo transcende só o esporte que atuou com a camisa Alvi-Negra entre 1966 e 1972.

Bauru Basket

Amaury não jogou com a camisa do Dragão, mas o time do interior paulista fez o reconhecimento devido também em seu perfil.

Fortaleza Basquete Cearense/CFO e Alberto Bial

Como ídolo nacional, Amaury tem influência de forma indireta com seu basquete em muitos locais, inclusive no Nordeste brasileiro. O Carcalaion prestou homenagem.

Além disso, o Coordenador Geral de basquete do Fortaleza B.C./CFO, Alberto Bial, contou que estava no ginásio em 1963 para ver o bicampeonato mundial e que foi por causa de Amaury que optou por seguir no basquete.

“Amaury Pasos, o maior jogador de basquetebol da história do Brasil. Em 1963, eu estava no ginásio do Maracanãzinho vendo a final Brasil e Estados Unidos, onde fez uma partida memorável e se sagrou bicampeão mundial e o Amaury foi o grande jogador daquela partida. Foi uma partida que fez com que eu mudasse minha escolha pelo esporte e escolhesse o basquetebol para o resto da minha vida. A foto dele no Jornal dos Esportes ficou na parede do meu quarto por muitos anos, fazendo um drible de amplitude incrível. O Amaury foi o jogador que me inspirou, tinha uma elegância, uma inteligência fora do comum, era uma pessoa extraordinária, juntou a técnica do drible, do passe e do arremesso perfeitos, além de ser um gentleman dentro e fora das quadras. Que Deus o receba de braços abertos, pois vai fazer uma grande bandeja no Céu.”

Sesi Franca Basquete

Um time contemporâneo de Amaury e que era “adversário” dentro do estado de São Paulo, o Sesi Franca, atual tricampeão do NBB CAIXA, também prestou homenagem ao ídolo.

Paulistano/CORPe

Um dos clubes mais tradicionais do basquete brasileiro, que já estava no Brasil antes de Amaury nascer, o Paulistano prestou uma homenagem em que o ídolo vestiu a camisa do clube. Uma foto tão rara quanto especial.

E.C. Pinheiros

Outro clube tradicional do basquete nacional da capital paulista, o Pinheiros também lamentou a morte do ídolo Amaury Pasos em suas redes sociais.

Farma Conde/São José Basketball

Entre os clubes do NBB CAIXA, o time do interior de São Paulo que via Amaury do outro lado da quadra, mas que também reverenciou o craque no dia de seu falecimento foi o Farma Conde/São José Basketball.

São Paulo e o treinador Guerrinha

O Tricolor Paulista foi mais um dos clubes da capital que prestaram reverência ao ídolo do basquete nacional em seu perfil nas redes sociais.

Além disso, o treinador do São Paulo, Guerrinha, que teve a oportunidade de conviver com Amaury e o tinha como um amigo, se pronunciou antes da partida do time no NBB CAIXA.

“Hoje é um dia muito triste para o basquetebol nacional e mundial, quando nosso querido ídolo, Amaury Pasos, nos deixa para ir para o Céu. Acredito que ele deixou um legado muito grande. Não só por resultados, mas foi um jogador, para época dele, na década de 60, MVP em várias posições que jogou e, como falamos, jogava de armador a pivô. Tinha a parte atlética acima do normal para a época, em nível olímpico e mundial. Principalmente, com a beleza técnica que desfilava seu basquetebol. Só temos que agradecer, Amaury, pelo legado, pela forma como você fez basquetebol, você deixou o nome do Brasil marcado como bicampeão Mundial, teve medalha de prata e bronze. Foi presente ao melhor momento do basquetebol nacional a nível internacional do basquete masculino. Só agradecer, descanse em paz, amigo. Muito obrigado por tudo.”

Personalidades

Oscar Schmidt — maior ídolo e cestinha do basquete nacional

A notícia do falecimento de Amaury Pasos pegou a todos de surpresa. Mesmo em meio a tantos compromissos, outra lenda do basquete mundial, Oscar Schmidt, teve um espaço para trazer algumas palavras de reconhecimento ao ídolo de geração anterior.

“Essa é uma perda enorme para o basquete brasileiro, mas que ficam as lembranças, conquistas e glórias gigantescas que ele trouxe para o basquete brasileiro; o Amaury foi muito importante para elevar o nosso basquete à outro patamar.”

Marcel de Souza — ala da geração de 87

Marcel compôs a grande dupla com Oscar Schmidt nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis-87, que derrotou os Estados Unidos, em sua casa na final. Em clubes, atuou por Corinthians, Jundiaí Clube, Sírio, Clube Atlético Monte Líbano, União Corinthians e Palmeiras. Na Seleção, serviu entre 1973 e 1992 e conquistou quatro medalhas em Pans, além de Copa América e Campeonatos Sul-Americanos. Hoje é médico. O ala enviou um depoimento à Liga Nacional de Basquete lamentando o falecimento de Amaury.

“Hoje nos deixou o grande Amaury Pasos, um dos melhores jogadores de basquete que o Brasil já teve. Como pessoa, não conheci muito, ele sempre foi mais fechado, não joguei com ele nos seus áureos tempos. Mas ouvi muitas histórias dele, todos os meus técnicos falavam de Amaury, outros jogadores também. Os títulos que conquistou já falam por ele, pertenceu a uma fase muito boa do basquete brasileiro, que tinham grandes atletas, grandes jogadores e grandes técnicos. Nós ficamos mais tristes com essa perda, mas, como se diz no basquete, o time do Céu está muito melhor com a chegada de Amaury Pasos.”

Lula Ferreira — ex-técnico e Conselheiro da LNB

Um dos técnicos mais vitoriosos e competentes dentro do basquete nacional, membro do Conselho e ex-presidente da Liga, Lula Ferreira admirava a beleza que Amaury Pasos exibia em quadra, principalmente, pela competência de fazer bem todas as funções.

“Amaury Pasos, quem teve o prazer de conhecê-lo e o prazer ainda maior de vê-lo jogar viu uma das coisas mais bonitas do basquete, porque o Amaury era um jogador moderno. Hoje, ele seria moderno, porque ele era versátil, fazia tudo, jogava levando a bola, jogava finalizando, jogava pivoteando, com uma categoria e lucidez muito grande. Pela minha idade, tive o prazer de vê-lo jogar ainda. Era garoto, vi algumas partidas dele e ele encantava pela categoria. Tinha como companheiros de Seleção vários outros jogadores brilhantes, como o Wlamir, por exemplo. Eles formavam uma dupla perfeita. Era um jogador que deu muitos exemplos para o basquetebol brasileiro, não só como jogador, mas como pessoa íntegra que era. um cara de categoria dentro e fora de quadra. É uma pena que se foi, mas ele escreveu uma página linda na história do basquete brasileiro. Me sinto privilegiado por vê-lo, acho que o basquete precisa aplaudir muito um ídolo, que hoje nos deixa, mas vai ficar para sempre na história do basquete.”

Zé Renato Ambrósio — jornalista/ produtor e diretor do documentário “Diamantes Eternos”

Um dos jornalistas mais versáteis e que foi o produtor e diretor do documentário que recontou a conquista do Mundial do Chile em 1959 pela Seleção Brasileira, “Diamantes Eternos”, para a ESPN em 2019, e que hoje está no grupo GLOBO, José Renato Ambrósio falou de quão especial foi ter o privilégio de conviver e ouvir as histórias de Amaury Pasos.

“Amaury Pasos é e sempre vai ser uma lenda do esporte brasileiro. Um legado que não será apagado. Bicampeão mundial, duas medalhas olímpicas, incontáveis títulos continentais, sul-americanos e nacionais com a Seleção e com clubes, em uma época que o Brasil era uma referência não só no basquete, mas também no tênis, no atletismo e no futebol. E esse ‘panteão’ de atletas ajudava a formar a identidade do nosso país dentro do esporte. Há alguns anos tive o prazer de fazer um documentário sobre a geração que ganhou o primeiro título mundial para o Brasil. Tive o privilégio de conviver com Wlamir (Marques), Jathyr (Schall), Pecente (Pedro Vicente) e com Amaury Pasos. Aí você começa a perceber porque esses caras foram tão especiais: pelo que eles faziam dentro de quadra com excelência, determinação, ambição e talento; mas especialmente fora dela, pela generosidade, pelo caráter e pelas pessoas que eles eram. Por isso, a nossa missão, nosso papel é fazer com que todo esse legado seja lembrado e prolongado para que as próximas gerações saibam também da história do basquete brasileiro e do que representa uma figura tão importante como Amaury Passos, uma lenda do esporte no Brasil.”

Álvaro José — jornalista e sumidade de esportes olímpicos

Considerado a “enciclopédia viva” do esporte brasileiro, principalmente, no que diz respeito a esportes olímpicos, o jornalista Álvaro José, do grupo Bandeirantes, classificou a quinta-feira (12/12) como um dia triste pela perda de um dos maiores atletas entre todas as modalidades.

“Esse é um dia triste para o esporte brasileiro, afinal de contas, um de seus maiores atletas, em qualquer modalidade, nos deixou, Amaury Pasos do basquete. Amaury disputou quatro Campeonatos Mundiais, com duas medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. Além de ter dois títulos mundiais, também tem duas medalhas de bronze olímpicas, Roma-1960 e Tóquio-1964. Amaury foi virtuoso, um craque do esporte, fez uma grande diferença e, realmente, marcou a geração dos anos 60, época que não tinha ‘videotape’. Brasil batendo a União Soviética na final de 1959, parece um sonho, mas foi realidade. Vá em paz, Amaury.”

No vídeo de seu depoimento, Álvaro exibe a revista da época, Manchete Esportiva. E enviou duas fotos históricas para registro de Amaury Pasos.

Amauy Pasos. Foto da Revista Manchete Esportes de 1959.

Seleção, com Amaury Pasos, perfilado, segundo da esquerda para a direita. Foto da Revista Manchete Esportes de 1959.

Homenagem do NBB CAIXA

Antes da bola subir nos jogos da rodada do NBB CAIXA neste dia 12 de dezembro, será realizado um minuto de silêncio à memória de Amaury Pasos nos ginásios. Representantes de cada time exibirão uma faixa em frente à câmera de transmissão. Também será exibida uma arte nos ginásios que tiver telão instalado e um testemunhal será lido:

“É com profundo pesar que anunciamos o falecimento de Amaury Pasos, o maior jogador do basquete brasileiro de todos os tempos. Amaury foi um ícone que elevou o nome do Brasil no cenário mundial, sendo peça fundamental nas conquistas dos Campeonatos Mundiais de Basquete. Sua história e legado permanecerão eternamente na memória de todos que amam o esporte.”