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Copa Super 8

Por mais uma conquista

31-01-2025 | 08:59
Por Juvenal Dias

Léo Costa é o único remanescente do título do KTO Minas na Super 8, Gustavinho de Conti esteve com o Flamengo no tricampeonato; treinadores querem o topo novamente

Entre tantos elementos e histórias cruzadas para a final da Copa Super 8, Léo Costa, do KTO Minas, e Gustavinho de Conti, do Flamengo, têm um ponto em comum. Ambos eram os comandantes dos mesmos times, quando levantaram a taça da competição. Um dos treinadores repetirá seu próprio feito neste sábado (01/02), às 17h, na Arena UniBH, em Belo Horizonte (MG). A partida terá transmissão do sportv, TV Cultura, FlaTV+, YouTube do NBB CAIXA e NBB BasquetPass. Com grandes respostas do técnicos, mas sem revelar os segredos que têm em suas pranchetas, resta saber, Léo iguala Helinho Garcia, do Sesi Franca, como bicampeão ou Gustavinho se isola ainda mais na liderança com o tetra no peito?

Há uma certeza ao final do duelo entre KTO Minas e Flamengo. O time campeão vai dar banho gelado no comandante no momento em que o técnico vencedor estiver dando entrevista. Essa é aquela tradicional cena que deu tudo certo ao final da jornada, que todo o elenco joga pelo objetivo e que as estratégias saíram como planejado. Acontece que não é visto tudo o que eles tiveram antes disso, todo o planejamento para a temporada, todos os desenhos táticos, todas as noites de sono perdidas com aquelas derrotas doloridas ou para elaborar um plano de parar o adversário, os xingamentos que, por vezes, vem da arquibancada, a pressão de dirigentes por resultados.

Técnico é uma profissão que precisa gerenciar egos, ensinar, transmitir tranquilidade e atenção, cobrar no treino e novamente no jogo. Isso ainda lembrando que é uma pessoa, com família e todas outras obrigações na sociedade, além de agradar muitos que vão para torcer e depositam nele a esperança de troféu. Mas, muitas vezes, não têm o devido reconhecimento ou valorização pela história que construiu e o legado que deixou para a modalidade. Léo Costa e Gustavinho podem falar com propriedade, mesmo sendo muito novos, são anos e anos vivendo à beira da quadra e do nervosismo. Mas tem momentos para compensar e a consagração pela Copa Super 8 de 2025 pode ser um desses momentos.

O francano Léo Costa já viveu esse momento com o próprio KTO Minas. Em 2022, o time mineiro, com enorme tradição no basquete, não tinha título nacional de maior expressão, principalmente, desde o surgimento do NBB CAIXA, mesmo estando presente em todas as edições. Léo foi o único remanescente da conquista por um ponto sobre o São Paulo (78 a 77), no mesmo ginásio da decisão deste sábado que tirou o estigma e virou a chave para a Tempestade se tornar, não só competitiva, mas um time de decisão, frequentadora da parte de cima da tabela, era um gigante com patente agora.

“Cada temporada tem um caminho próprio. É difícil comparar equipes, nós tínhamos muita qualidade, muito mérito naquele ano, o grupo se fechou também. O grupo tinha um aspecto de união muito forte e isso se repete agora. Essa é uma semelhança, um grupo unido, sem vaidade. Agora chegamos com um pouco mais de força defensiva, isso tem feito bastante diferença nessa temporada para nós. Claro que não será fácil parar a equipe do Flamengo, mas nossa consciência defensiva pode ser um diferencial para buscar esse título”, relembrou o treinador que está na sua sexta temporada à frente do KTO Minas.

Já o carioca Gustavinho de Conti, que teve boa parte da base de sua formação em São Paulo, é o único treinador tricampeão da Copa Super 8. Todos os títulos que o Flamengo levou nas decisões contra Sesi Franca, São Paulo e Unifacisa (uma jogando fora – 2018, uma em quadra neutra – 2021 e uma em seu ginásio – 2024) tem a assinatura do técnico que veio após o título do NBB CAIXA com o Paulistano/CORPe e que lá se vão sete temporadas à frente do Rubro-Negro.

“As características comuns desses times que conquistaram a Super 8 são a qualidade dos jogadores e a fome por vitórias e títulos. Não entramos em qualquer jogo ou campeonato para participar, entramos sempre com atitude vencedora. Às vezes não ganhamos, mas nossa gana e determinação por vitórias são sempre as mesmas”, afirma Gustavinho, que esteve em seis das sete finais com a exceção que o KTO Minas faturou. Viveu as glórias das conquistas e o amargo dos vice-campeonatos para Sesi Franca, que não há nenhum demérito, mas que entra no contexto de demonstrar que é um treinador obcecado por finais e conquistas.

Léo Costa conta com a torcida para conquistar o segundo título de Super 8 na carreira. Foto: Hedgard Moraes/MTC

A final representa um momento significativo na carreira dos dois treinadores, seja para aquele que vem implantando uma filosofia vencedora ou para aquele que intensificou essa filosofia que já existia no clube por causa de seu passado de conquistas. “É um momento muito especial, não só para mim, mas para todo o grupo e para a instituição. O KTO Minas vem a cada ano se reforçando no cenário nacional e internacional, como uma equipe que briga para estar nas primeiras colocações. Isso se consolida ainda mais com a disputa de títulos. Temos essa oportunidade novamente. Na primeira vez que definimos uma Copa Super 8 em casa, saímos vitoriosos. Espero que consigamos repetir esse feito”, exaltou Léo.

Gustavinho também reconheceu o valor da chegada em mais uma decisão. “Isso demonstra a consistência do nosso trabalho. Para ganhar o título, você tem que estar na final e o Flamengo está quase sempre, com raras exceções ficamos fora da disputa de qualquer título. Em um cenário tão disputado e equilibrado como o nosso, isso tem ainda mais valor.”

É difícil planejar uma temporada toda, principalmente, por se tratar de um esporte e que há muitas variáveis envolvidas. Por mais que haja experiência e estudo, em determinado momento as coisas podem desandar, sair do controle e degringolar em baixa no desempenho. Não foi o que se presenciou de KTO Minas e Flamengo. Os treinadores garantem que os planos iniciais estão sendo seguidos e cumpridos de acordo com o propósito de conquistas.

“Até aqui a temporada tem se desenhado muito positivamente para nós. Lideramos nosso grupo da Basketball Champions League Americas, estamos à frente do NBB CAIXA também, chegamos com a primeira decisão oficial em nossa casa, além do título do Torneiro de Abertura NBB. Então, fico muito feliz com o que estamos demonstrando, mas não satisfeito. Temos muitas coisas que queremos buscar dentro dessa temporada”, enalteceu o treinador do time mineiro.

O mesmo se dá com o treinador do time carioca. “O planejamento para a temporada é sempre disputar e ganhar títulos. Estamos bem colocados no NBB CAIXA, brigando pela liderança, em primeiro na BCLA e, agora, na final do Super 8. Tudo está indo dentro dos objetivos pré-determinados e o mais importante é que a equipe está em crescimento”, celebrou.

Entre fatores que não são possíveis controlar na plenitude é como seus comandados vão agir diante da pressão da torcida em uma final. Dá para fortalecer o psicológico e é papel do treinador fazer com que o foco se mantenha nas quatro linhas. “Claro que cada decisão, ainda mais em jogo único, é um jogo mais tenso e gera uma ansiedade natural por parte de todos. Vejo o fator casa sendo algo positivo para nós, até aqui na temporada. Isso não é definitivo, temos que executar bem as coisas dentro de quadra. Sem dúvidas, contar com o apoio de nossa torcida (espero que a Arena UniBH esteja lotada) para nos incentivar na busca desse título”, Léo falando como mandante.

Gustavinho de Conti vai atrás do bicampeonato seguido de Super 8. Foto: Paula Reis/ CRF

“Pressão sempre vai ter, por ser Flamengo, por nós mesmos, que estamos acostumados a estar em praticamente todas as decisões. Estamos muito animados por estar onde gostaríamos de estar, disputando nossa sexta final de Super 8 em sete possíveis e buscando nosso quarto título. O Minas é a grande equipe do NBB CAIXA até agora. Líder isolado, apresenta o melhor basquete, os melhores números, tem ótimos jogadores e excelente comissão técnica, altíssimo investimento, estão jogando em casa, onde estão invictos, e por isso, são favoritos dessa vez. Porém, mesmo com tudo isso, estamos preparados”, refletiu Gustavinho visitante.

Assim como Gustavinho, Léo também sustenta expectativas altas para o duelo. “Final em jogo único, uma disputa muito difícil para as duas equipes. A tendência é de ter um jogo com nível de intensidade, principalmente defensiva, muito alta. O que nossa torcida pode esperar é que deixaremos tudo em quadra. E vamos com toda essa força em busca dessa conquista.”

O jogo do primeiro turno do NBB CAIXA entre os dois times ocorreu no Rio de Janeiro e terminou 81 a 70 para os visitantes mineiros, no dia 30/11/2024. Passou dois meses. E o que mudou nesse período? “Momentos totalmente diferentes. Estávamos sem o Baralle, mais para o início da competição. Agora, uma final, momentos distintos entre fase de classificação e fase decisiva. Agora, temos que controlar ainda mais a tensão e ansiedade, entrando com muita energia e conscientes taticamente do que temos que fazer em quadra para vencer”, concluiu Léo Costa. “O último jogo com eles foi há dois meses atrás. Muita coisa mudou tanto para nós, quanto para eles. Estamos preparando bem o jogo e esperamos sair com a vitória dessa vez”, finalizou Gustavinho de Conti.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Penalty e UMP e apoio oficial Infraero, IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.