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Da LDB para o NBB

24-06-2024 | 01:36
Por Marcius Azevedo

Novo treinador do Pinheiros, Vitor Galvani acompanha com atenção os jogos da Liga de Desenvolvimento de Basquete no processo de alinhamento entre adulto e base

A segunda-feira (24/06) de trabalho do técnico Vitor Galvani foi no ginásio Antonio Prado Jr., em São Paulo, no primeiro dia de jogos do Grupo A da Liga de Desenvolvimento de Basquete. O novo treinador do Pinheiros acompanhou de perto o triunfo da equipe de Guilherme Giovannoni sobre o Cruzeiro Basquete e depois seguiu no local para ver Mogi Basquete x LPDG e Paulistano x IVV/CETAF.

Galvani entende o tamanho da importância da LDB. “Tenho orgulho de falar que sou uma cria da LDB. Não como jogador, mas como treinador. Tive oportunidade de participar de quatro edições com o Corinthians. É a principal competição de base do Brasil. Vi que muitas das conquistas que eu tive na minha carreira começaram na LDB. É muito bom ver como essa competição se desenvolveu. É um torneio com muitos talentos, nível elevado. A LDB é o gatilho desses jogadores para performar no adulto. A gente vê algumas coisas que tem transferência, situações que vão utilizar na equipe adulta”, afirmou o treinador de 31 anos.

Vitor Galvani (dir.), técnico do Pinheiros, com Paulinho Boracini, supervisor do Pinheiros. Foto: João Pires/LDB

Na temporada 2024/25, Galvani vai viver sua primeira temporada completa como treinador principal no NBB CAIXA. Alguns dos garotos que estiveram em quadra nesta segunda-feira (24/06) vão fazer parte do elenco adulto. “Vou avaliar quais são os garotos que vamos utilizar, quais peças vamos encaixar. A ideia é ter um elenco adulto não tão grande e contar muito com esses garotos da base”, avisou o treinador, que trabalhou com o time da LDB por duas semanas na ausência de Guilherme Giovannoni por compromisso profissional como comentarista da ESPN.

A relação próxima entre adulto e base será uma característica do trabalho do treinador no Pinheiros. “A minha ideia é aproximar todo mundo, que não sejam coisas diferentes. Adulto, sub-20 e sub-18 são todos iguais. Queremos unir. Todo mundo sabe de tudo no grupo de WhatsApp. Estou sempre vendo os jogos, participando da preleção, indo para o vestiário no intervalo, acompanhando os pedidos de tempo. A postura dos garotos é importante. A postura dele quando o time está na frente no placar? A postura dele quando toma uma corrida?”, explicou.

Na vitória sobre o Cruzeiro Basquete, Adyel foi o destaque, com 18 pontos e nove assistências. O talentoso armador de 22 anos faz parte dos planos de Galvani. “Se você perguntar para qualquer técnico que trabalhou com ele, todos vão falar sobre o talento dele. Mas só o talento hoje não é suficiente. Ele precisa liderar o time, precisa ser bom exemplo, tem de ser bom defensor, saber lidar com a comissão técnica, com os outros atletas. Tudo isso completa a característica de um atleta talentoso. A ideia é trabalhar todas essas partes do Adyel para que ele consiga colocar o talento da melhor forma possível. Hoje o atleta precisa ser completo dentro e fora de quadra para fazer um time vencer”, afirmou o treinador.

A possibilidade de trabalhar com jovens talentosos e trazer uma proposta diferente para o basquete brasileiro atraíram o treinador, que estava na comissão técnica do Capitanes, equipe da Cidade do México que participa da G-League, a Liga de Desenvolvimento da NBA. Galvani quer reproduzir um pouco do cenário que vivenciou fora do Brasil e, por isso, vai trabalhar com cinco assistentes, entre eles Guilherme Giovannoni (técnico do sub-20) e o Vinicius (sub-18), e também um profissional para cuidar do desenvolvimento individual dos atletas.

“O que me fez aceitar esse convite é esse trabalho alinhado de formação. O Pinheiros tem historicamente isso. Quando eu estava em outros clubes sempre olhava para o Pinheiros e observava como era interessante esse olhar na formação. Até tinha oportunidade de continuar na G-League, mas, quando fui conversando com os diretores, com as pessoas que estavam dentro do clube, vi que muito das ideias que aprendi e desenvolvimento neste período na G-League, eu conseguiria trazer para cá. Queria muito trabalhar em uma equipe adulta, mas queria que fosse uma equipe adulta que trabalhasse com o desenvolvimento de jogadores”, afirmou.

No NBB CAIXA, Galvani vai reencontrar treinadores com quem teve oportunidade de trabalhar em algum momento da carreira, como Demétrius Ferracciú, Léo Figueiró, Gustavinho de Conti, Rodrigo Silva e Helinho Garcia. “Aprendi muito com esses caras. Vai ser um prazer enorme enfrentá-los e um desafio muito grande também. São excelentes treinadores. Sabem muito de tática, técnica… As expectativas são muito grandes. Vou aprender muito com os erros. Se eu falasse que sei tudo com 31 anos seria muita arrogância. Vou errar, vou acertar, mas quero colocar uma ideia diferente de estilo de jogo. Acredito que possamos fazer um bom campeonato dentro da nossa realidade”, finalizou.

A LDB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e Loterias Caixas, bola oficial Penalty, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), EMS, UMP e Genius Sports.