HOJE
Live comYago
Por Liga Nacional de Basquete
De quarentena em São Paulo, o armador do Paulistano/Corpore conversou com Rodrigo Lazarini sobre a mudança de rotina e objetivos futuros
Como iniciativa para manter o basquete ativo neste período de quarentena devido à pandemia do COVID-19, a Liga Nacional de Basquete lançou a campanha #BasqueteEmCasa. Uma de suas ações é a Live no Instagram do NBB, que acontece toda segunda, quarta e sexta às 20 horas.
Conduzidas por Giovanna Terezzino e Rodrigo Lazarini, as conversas recebem personalidades do basquete brasileiro. Já participaram da Live figuras como Fúlvio, Shamell, Lucas Dias, Olivinha, Betinho, Léo Figueiró e Guilherme Maia. Nesta última quarta-feira (08/04), foi a vez do armador do Paulistano/Corpore, Yago, bater um papo sobre este período de quarentena.
Dias de quarentena
Para começar, o “monstrinho” do CAP contou como tem vivido o isolamento social na casa da namorada Manuela. “Estou ficando em casa e esperando um tempo para visitar a minha família lá em Tupã. A adaptação está sendo difícil porque eu sempre estou fazendo alguma coisa. Ter que parar de fazer, do nada, é difícil. Às vezes, eu até pergunto ‘que dia é hoje?’ de tão perdido que fico. Acordo, treino e tenho o resto do dia livre até o treino à noite”, contou.
Buscando não ficar parado neste período, Yago vem praticando os treinos montados pelo preparador físico do Paulistano, Esteban Astroven. “O Esteban acabou passando três planilhas de treinos extras, mas todo dia, em dois períodos, a gente se encontra online para poder treinar. Tenho alguns aparelhos em casa que facilitam bastante. Apesar de estar parado, eu consigo fazer exercícios que faço em época de jogo – o que eu mais faço é exercício de força. Faço muito exercício de pernas, flexão e trabalho de bola com o aplicativo (HomeCourt) que eu sempre posto no Instagram. Mas nada se compara ao trabalho com o time”, disse.
Evolução constante
Esse trabalho em equipe não é a única coisa que faz falta ao jogador na nova rotina. Ele diz ter, também, saudade do cansaço. “Além de treinar e estar na quadra, eu sinto falta de acordar cansado para ir pro treino. Quando isso acontece, eu sinto que eu estou treinando muito e evoluindo”, revelou.
A mentalidade de sempre evoluir é um dos pontos que qualificam o armador como um dos líderes do Paulistano. “Eu vejo o Yago em evolução constante. Acabei de completar 21 anos e estou na quarta temporada do NBB. Tenho muito o que evoluir e aprender ainda. Eu vejo que evoluí na liderança, no apoio ao time, na realização de um trabalho extra-quadra, como ver vídeos e aprender com o que está acontecendo”, disse.
Para ele, ser visto como uma das lideranças é uma oportunidade a mais de crescer. “Se você é o cara do time, vai se expor mais. Ter essa responsabilidade é o que eu sempre quis. Eu quero ser um jogador de basquete grande, então tenho que passar por essas coisas. Espero ter cada vez mais experiência com isso”, contou.
Seleção brasileira
A conversa abordou também o início da carreira de Yago pela Seleção Brasileira. Ele relembrou a primeira convocação, quando tinha apenas 14 anos. “Estava eu, o Didi e o Danilo. Com 14 anos, jogamos na Venezuela com o ginásio lotado, fomos campeões e eu acabei sendo MVP. De lá, joguei o sub-14 e o sub-15. Fiquei dois anos sem jogar pela Seleção por causa da minha idade e joguei a Copa América sub-18”, disse.
“Ali, a gente jogou contra jogadores que já sabiam o que seriam. Jogamos nos Estados Unidos contra o Trae Young, o Michael Porter Jr e o Markelle Fultz. Classificamos para o Mundial Sub-19 e foi uma conquista muito grande. Uma pena que a gente não pôde ir. Dois anos depois, fui convocado para a seleção principal. O Petrovic ficou encantado, me convocou e, desde ali, eu sempre me firmei na Seleção. Chegou a parte de ir para o Mundial, que, para mim, foi a minha melhor conquista até hoje. Ter vivido aqueles dois meses foi uma coisa muito grande”, continuou.
Quando disputou o Mundial pela Seleção Brasileira, Yago já estava com a sua namorada, Manuela Frediani, atleta de Judô e Jiu Jitsu. Para contar sobre como foi acompanhar o jogador nessa época, Lazarini convidou a própria Manu a participar da Live.
Ela contou que decidiu acompanhá-lo nos jogos da China no mesmo dia em que se classificaram e que foi uma experiência única. “Era um sonho de criança dele, então a primeira vez que ele estava no Mundial, eu particularmente enfrentei um medo que era viajar de avião sozinha – para o outro lado do mundo, ainda. Estar com ele foi incrível. Eu presenciei a primeira vez que ele estava vivendo esse sonho de criança, então não tenho palavras para descrever isso”, contou.
O casal ainda revelou como se conheceram no Paulistano e como tem sido a rotina de treinos e passatempos juntos. Durante o bate-papo, até o pai da Manu apareceu nos comentários e mostrou o carinho pelo genro: “o que eu acho mais importante da referência dele é ele ser grande sem ter altura”, escreveu sobre Yago, que tem 1.78m.
Inspirações e sonhos
Quando perguntado sobre em quem se inspira na NBA, Yago tinha a resposta na ponta da língua: Stephen Curry. “Não me espelho nele, mas eu vejo muitos movimentos dele que eu uso, como também os do Isaiah Thomas – como ele se protege dos pivôs grandes com o corpo mesmo sendo daquele tamanho. Olho para o Curry não só pelo chute, mas pela movimentação que ele faz sem a bola para achar os espaços livres”, disse.
E jogar ao lado desses atletas, na NBA, é um sonho – mas apenas um deles. “Meu maior sonho é jogar as Olimpíadas e meu maior objetivo é ser melhor. Eu uso essa frase porque foi uma das pessoas que eu mais admiro – o Filet, do Palmeiras – que me falou. Ele disse ‘Yago, por você ser do jeito que você é, tem que ser a sua melhor versão a cada dia’. Não só no basquete, mas ser melhor para minha família, para a família da Manu e para os meus amigos. Esse é o meu objetivo de vida. De carreira, é jogar as Olimpíadas, chegar na NBA e jogar na Espanha”, revelou.
Caminhando para o fim, a conversa abordou ainda como Yago enxerga o fato de ser tido como exemplo para crianças e adolescentes fãs de basquete. “Eu sempre gostei de me espelhar nas pessoas e sempre gostei que as pessoas fizessem isso comigo. Se eu te falar que eu planejei ter 21 anos e ser quem eu sou agora? Não. Graças a Deus, consegui aproveitar cada uma das oportunidades. Para mim, é uma alegria imensa ter essas pessoas que gostam do meu jogo e também uma responsabilidade grande que posso levar para o resto da vida”, disse.
Importante!
O momento agora é de proteção ao próximo. Por isso, a conscientização para que o COVID-19 não se espalhe ainda mais é extremamente importante.
Lave bem as mãos, higienize elas com álcool em gel e limpe o seu celular também. Não esqueça de cobrir a boca com o cotovelo se for espirrar ou tossir e evite contato físico com as pessoas, principalmente idosos. Além disso, tente sair de casa apenas para ir a locais essenciais como mercado, farmácia e hospital.
Fique em casa, mas não deixe o basquete parar. Vem com a gente na campanha #BasqueteEmCasa!