Jelena Todorovic é uma das figuras mais inspiradoras do basquete brasileiro atual. Nascida na Sérvia e também cidadã australiana, ela fez história ao se tornar, em 2025, a primeira mulher a comandar uma equipe masculina no NBB CAIXA, assumindo o Fortaleza Basquete Cearense.

Com apenas 31 anos, Jelena traz uma trajetória internacional sólida, construída com base em estudo, disciplina e um olhar moderno sobre o jogo, que combina o rigor do basquete europeu com uma abordagem voltada ao desenvolvimento individual dos atletas.

Ex-jogadora do Estrela Vermelha, tradicional clube sérvio, Jelena iniciou cedo sua transição para o trabalho como treinadora, apostando em um caminho ainda incomum para mulheres no esporte masculino. Com passagens por clubes e seleções da Sérvia, Rússia, Romênia, Bulgária e Austrália, acumulou experiências valiosas e uma formação de alto nível.

Sua carreira inclui participações em projetos ligados ao EuroLeague Head Coaches Board Academy (EHCB) e especialização em “player development”, área voltada ao aprimoramento técnico e mental de atletas. Essa combinação de vivência prática e estudo aprofundado ajudou a moldar sua filosofia de trabalho centrada na evolução constante e na inteligência tática aplicada ao coletivo.

Antes de chegar ao Brasil, Jelena já havia trabalhado com nomes de destaque mundial, como Giannis Antetokounmpo, Patty Mills, Josh Giddey e Nick Calathes, o que reforça seu reconhecimento internacional. Em entrevistas, ela costuma destacar que o basquete sérvio, onde cresceu, é tratado “como uma religião”, algo que influenciou diretamente sua forma de enxergar o jogo, com ênfase em cultura, disciplina e paixão.

Ao assumir o Fortaleza Basquete Cearense, deixou claro que sua chegada não se trata apenas de uma conquista pessoal ou de um marco de gênero, mas de uma oportunidade de provar competência, agregar conhecimento e deixar um legado duradouro. Ela encara o desafio de liderar um grupo masculino em um ambiente competitivo e exigente com naturalidade e confiança, afirmando que quer “deixar uma marca”, não apenas em resultados, mas na forma de pensar o basquete.