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NBB Caixa

Com vocês,o novo Mogi

13-10-2018 | 06:36
Por Douglas Carraretto

Sistema novo, jogo coletivo e precisão no final: veja as qualidades do Mogi versão 2018/2019

Mogi apresentou um jogo coletivo e bastante diferente da temporada passada (João Pires/LNB)

Antes da abertura do NBB CAIXA fizemos uma análise sobre o que esperar novo elenco do Mogi, que sofreu uma grande reformulação e mudou completamente seu estilo de jogo. Mas, mesmo com as mudanças, a situação é animadora para o torcedor, que viu o “novo time” vencer o Paulistano/Corpore fora de casa na estreia no campeonato, por 85 a 75.

Mas quais foram as maiores mudanças da equipe do técnico Guerrinha? Listaremos algumas delas e mostraremos os pontos positivos dessa nova era do basquete mogiano, que iniciou a temporada 2018/2019 com a “mão” direita.

Todos juntos

Nas últimas temporadas o ataque do Mogi era pautado basicamente pela criatividade do “Big Three” formado por Larry Taylor, Shamell e Tyrone. Mas agora, o elenco sofreu mudanças e obrigou o técnico Guerrinha a trabalhar de uma nova maneira.

O sistema ofensivo mudou e se tornou muito mais coletivo, com o ágil armador Arthur Pecos e o destruidor pivô JP Batista como criadores de jogadas e os chutadores Shamell, Gruber e Gui Deodato no desafogo. Todos jogam. Todos participam. E no duelo deste sábado, contra o Paulistano, isso foi nítido.

Mesmo com desfalques de Filipin, Fabrício e José Carlos, vetados pelo departamento médico, o Mogi contou viu seu quinteto titular registrar 81 dos 85 pontos da equipe na partida: Shamell (21), JP Batista (16), Gui Deodato (16), Gruber (15) e Arthur Pecos (13).

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“Temos que saber usar o que temos na mão. Não adianta querer que o time jogue como era ano passado, pois é um grupo diferente. Hoje temos um time mais coletivo, que assiste mais, faz a bola rodar mais rápido, pois não tem o que o outro tinha. Tivemos essa sabedoria de mudar o sistema de jogo, pois não podemos jogar sempre do mesmo jeito tendo atletas totalmente diferentes”, declarou o técnico Guerrinha.

Guerrinha confirmou o Mogi “mais coletivo” e associou a mudança à reformulação do elenco (João Pires/LNB)

O número de assistências também foi maior em relação à temporada anterior: foram 20 diante do Paulistano, sendo que a média na edição passada do NBB CAIXA foi de 17,7 por partida. Pode parecer pequena a diferença, mas quem assistiu ao jogo percebeu que o time realmente está diferente.

“No ano passado jogávamos no 1×1 e assim procurávamos alguém livre. Esse ano temos jogadas, movimentações, passe extra, um grande pivô como o JP, que para mim é o melhor ‘cincão’ do Brasil. Colocamos mais a bola nele e passamos a trabalhar de dentro para fora, e não de fora para dentro. Isso está fazendo toda aa diferença”, disse Shamell.

O motor Pecos

Em meio a essa “nova era” de coletividade do Mogi, Arthur Pecos se sobressaiu mesmo priorizando o trabalho em equipe. Titular absoluto da equipe, o armador fez de tudo em quadra e ficou a uma assistência do triplo-duplo: 13 pontos, 11 rebotes e nove servidas.

Seu estilo de jogo é um dos grandes motivos da mudança de sistema da equipe. Ele é rápido, move a bola com velocidade e joga muito bem no pick and roll (corta luz), além de ser preciso nos arremessos que tenta. Ao lado de um pivô do calibre de JP Batista, então, fica até mais fácil.


Essas características são diferentes de Larry Taylor, por exemplo, que tem como forte o 1×1. Isso certamente faz toda a diferença nessa mudança, tendo em vista que o estilo de jogo de um armador praticamente dita a forma que um time se portará no setor ofensivo.

“Vim para Mogi com outra proposta, que é de ser um dos caras que vai puxar o time. É isso que estou tentando fazer. Procuro dar meu máximo em quadra sempre e os números são uma consequência do que fazemos. Estou muito feliz por estar tendo essa oportunidade de jogar em Mogi e conseguir estrear no NBB dessa forma”, disse Pecos.

Shamell: “The dagger”

Quando falamos que o jogo do Mogi ficou mais coletivo você pode até pensar: Mas e o Shamell, perdeu a liderança? Negativo. Por mais que o estilo de jogo tenha mudado e ele fique menos com a bola nas mãos, a importância dele segue sendo enorme e este jogo contra o Paulistano foi uma prova clara disso.

Depois de ir para o vestiário com apenas sete pontos e ver JP Batista e Pecos tomar conta das ações ofensivas no primeiro tempo, Shamell chamou a responsabilidade na volta do intervalo, registrou 4/6 nas bolas de 3 pontos no segundo tempo e finalizou a partida com 21 pontos – cestinha do Mogi.

Mas o melhor de tudo foram os momentos em que ele apareceu. Além de todo protagonismo em todo o segundo tempo, o camisa 8 mogiano sacou uma bola de 3 pontos do meio da rua restando um minuto para o fim do duelo sacramentou a vitória sobre o Paulistano.

Em inglês, chamamos esse tipo de lance como o de Shamell de “DAGGER”, que em português significa punhal, adaga, ou seja, a “facada” final para matar a partida. Aos 38 anos, o gringo já foi autor de inúmeros lances como esse, mas o deste sábado foi bastante emblemático, por ser o primeiro jogo em sua “nova função” neste novo Mogi. Ou seja, por mais que o Mogi tenha novos protagonistas, podem sempre contar com Shamell.

“Gosto desse tipo de momento. Mas hoje todo mundo teve sua hora. No final do jogo eu quero ganhar sempre e acho que é a minha responsabilidade. Quero ajudar de qualquer forma, mesmo não arremessando, pode ser um passe para o JP, uma defesa, um passe extra para o Gui livre na zona morta… mesmo eu não tendo feito a cesta, fico feliz com o passe. Experiência, né? Tenho 38 já (risos)”, finalizou Shamell.

Pode acreditar

O torcedor que viu o Mogi ser eliminado pelo EC Pinheiros nas quartas de final do Campeonato Paulista 2018 pode ter ficado desconfiado sobre essa nova equipe. Porém, a eliminação, no final das contas, fez bem para o time mogiano, que pôde trabalhar com mais calma para essa estreia tão importante.

O resultado foi extremamente positivo, e o time do técnico Guerrinha bateu uma das equipes que certamente brigará pelo título do NBB CAIXA. Portanto, se havia alguma desconfiança por parte da torcida, deu para ver que o “novo Mogi” tem totais condições de chegar no topo dos campeonatos que jogar.

“No Paulista pecamos em vários aspectos e estávamos tentando acertar alguns detalhes, como trocas, defesas, rebotes, passes. A eliminação no Paulista nos deu mais tranquilidade, mais de tempo para trabalhar, corrigir os erros e melhorar o desempenho de cada um. Acho que deu certo”, disse Shamell.

Shamell analisou com olhos positivos a eliminação no Campeonato Paulista e elogiou sua equipe (João Pires/LNB)

A próxima partida do Mogi no NBB CAIXA será na quinta-feira (18/10), contra o próprio EC Pinheiros, clube que o eliminou nas quartas de final do Campeonato Paulista 2018. O duelo será no Ginásio Hugo Ramos, às 20h45, com transmissão ao vivo do Bandsports.

Será que a história do duelo contra o Pinheiros será diferente desta vez? Os mogianos já deram o “troco” no Paulistano pela última final do NBB CAIXA. Agora, será a vez de mudar a história também contra o clube que o despachou do Paulista. Se cuida, Pinheiros, o Mogi está embalado…

“Estamos muito confiantes. O NBB está muito equilibrado, o jogo contra o Pinheiros será outra pedreira. Vamos usar esse jogo como referência. Mesmo ganhando por 10 pontos, temos muito o que melhorar defensivamente. Treinamos isso todos os dias e estamos muito confiantes para o restante da temporada”, disse o pivô JP Batista.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio máster da CAIXA, os patrocínios de INFRAERO, Avianca, Nike e Penalty e os apoios de UNISAL e Açúcar Guarani.