HOJE
"Não somos sócorrer e chutar"
Por Liga Nacional de Basquete
Bolas de 3 pontos e contra-ataques não são as únicas virtudes do Paulistano: Gustavo De Conti explica o porquê
Já falamos várias e várias vezes sobre o inovador e encantador estilo de jogo que o Paulistano/Corpore apresentou na atual temporada. Defender, correr, arremessar de 3 pontos “sem dó”, mesmo com pouco tempo de posse de bola, e “castigar” o adversário.
Tudo isso ficou ainda mais nítido na incrível vitória sobre o Sendi/Bauru (por 95 a 64), em que acertou 17 bolas de 3 pontos em 39 tentativas (44% de aproveitamento), defendeu em ritmo alucinante desde o início e aplicou o placar mais elástico da história das semifinais do NBB CAIXA.
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É muito semelhante ao que vemos em diversas equipes da NBA, como Houston Rockets (um dos times preferidos do técnico Gustavo De Conti) e Golden State Warriors.
O resultado dessa inovação do CAP é altamente positivo: recorde de vitórias da temporada (22 seguidas), vice-liderança da fase de classificação, 2 a 1 na série semifinal do NBB CAIXA e um passo da grande Final.
Aliás, a oportunidade de selar a ida à sua segunda decisão de NBB CAIXA consecutiva será nesta sexta-feira (11/05), no Ginásio Panela de Pressão, em Bauru (SP), às 20 horas, ao vivo nos canais SporTV.
Mas, mesmo com excelentes resultados, Gustavo De Conti alegou que esse estilo de jogo vem sofrendo críticas, o que gera um certo incômodo no treinador dono de dois Troféus Ary Vidal de Melhor Técnico do NBB CAIXA.
Por isso, ele deu seu ponto e defendeu a peculiar estratégia logo após a histórica vitória no Jogo 3. Além disso, o treinador comentou as mudanças que fez em relação ao Jogo 2, no qual foi derrotado em casa para o Dragão. Confira:
O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, INFRAERO, Avianca, Nike, Penalty e Wewi e os apoios do Açúcar Guarani e do Ministério do Esporte.
A palavra de Gustavo De Conti
“Tenho ouvido muitas críticas de pessoas que nunca viram o Paulistano jogar. Pode não ser o jeito mais certo de jogar basquete, mas também não é errado. É só uma maneira de jogar. Não queremos que todo mundo faça como nós, mas é a nossa característica. Correr, chutar bastante de 3 pontos, atacar a cesta em um mínimo espaço.
Às vezes não dá certo, mas estamos preparados para quando não dá certo. Não deu muito certo no Jogo 1 em Bauru, mas pegamos muitos rebotes de ataque e defendemos bem, por isso ganhamos. No Jogo 2 também não deu certo e perdemos, mas com um minuto para acabar o jogo estávamos quatro pontos atrás com chances de ganhar, mesmo com aproveitamento baixo. Então não somos ‘só’ correr e chutar de 3. Temos outros meios para ganhar os jogos.
Me lembro de uma conversa com o Leandrinho na pré-temporada, ele me disse que no Phoenix Suns eles só corriam e arremessavam. Já no Golden State Warriors eles faziam a mesma coisa, mas defendiam, e por isso são o que são. É isso que o Paulistano faz. As pessoas marginalizam isso às vezes, mas não é só correr e chutar. Tem todo um trabalho ofensivo, ocupação de espaço e, é claro, o aspecto defensivo, entre várias outras coisas.
Então, posso dizer que esse estilo de jogo já deu certo nessa temporada. Não preciso ficar medindo palavras, porque realmente deu certo. Temos um elenco com muitos jogadores que, no início da temporada, outras equipes não se interessaram muito e agora estão super valorizados, estão melhorando e ajudando o Paulistano a crescer como equipe. É claro que queremos chegar o mais longe possível, mas já podemos falar que a coisa deu certo para nós nessa temporada”.
Os ajustes
“Do Jogo 2 para o 3 estabelecemos um ajuste defensivo, principalmente no Hettsheimeir. Basicamente, a grosso modo, o homem dele não ajudou em momento algum e apostamos que os outros tivessem mais volume. Mas, mesmo fazendo uma defesa dessas, ele saiu com 13 pontos no primeiro tempo, com um cara grudado nele o tempo inteiro. Ele praticamente arrancou as cestas que fez, isso mostra a qualidade dele. Um cara que faz isso mostra que está muito afim de jogo e precisamos ficar sempre atentos.
Outro ajuste foi a entrada do Jhonatan como titular, para ajudar no rebote e na defesa. Também mudamos a marcação do Elinho. No Jogo 2 ele estava marcando o Isaac e no último jogo começou no Anthony. O Fuller ficou no Isaac, porque ele estava com volume bom, além de que o Fuller defende melhor a saída de bloqueio, que era onde o Isaac estava pontuando mais.
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Mas sempre tem ajustes de um jogo para outro, mesmo depois de um jogo como esse, e principalmente quando se está jogando contra o Demétrius. Eu enfatizo o Demétrius porque ele é um estrategista e tem uma leitura de jogo diferenciada. Isso se estende, é claro, à toda a equipe de Bauru. A resposta deles sempre foi muito rápida em maus momentos do campeonato e acredito que dessa vez não será diferente. Mas também estaremos prontos para as adversidades que acontecerão lá e vamos jogar para conquistar a vitória e fechar a série”.