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BCLA

A AMÉRICAÉ RUBRO-NEGRA

14-04-2021 | 01:52
Por Liga Nacional de Basquete

Flamengo vence final contra Real Estelí por 84 a 80 e é campeão invicto da Champions Américas

A Nação Rubro-Negra e o basquete brasileiro estão em festa. Com campanha invicta, o Flamengo sagrou-se campeão da Basketball Champions League Américas (BCLA) ao vencer o Real Estelí (NIC) na final, em pleno Polideportivo Alexis Arguello, em Managua (Nicarágua), pelo placar de 84 a 80.

A conquista das Américas pela segunda vez na história do Flamengo foi uma verdadeira trajetória de superação. Após bater na trave e ficar com o vice-campeonato da Champions em 2020, o Rubro-Negro deu a volta por cima, e, mesmo com os desfalques importantes de Balbi, Olivinha e Chuzito Gonzalez, venceu todas as partidas que disputou na BCLA 2020/2021.

Campeão da Liga das Américas de 2014, o Flamengo volta a dominar o continente em 2021 (Divulgação/FIBA)

Na sua primeira entrevista como campeão das Américas, o técnico Gustavo De Conti reservou suas palavras iniciais para dedicar o título a Franco Balbi. O armador argentino sofreu uma lesão ligamentar no joelho e não pôde viajar com o time.

“Antes de mais nada, temos que lembrar do Franco Balbi que não está aqui. Ele foi fundamental em toda nossa campanha. É um cara que faz falta em qualquer time. Seja dentro da quadra, que é o que todo mundo vê, mas também fora da quadra. Ao contrário do Olivinha e Chuzito que estão aqui com a gente, infelizmente o Franco não pôde viajar por ter feito a cirurgia recentemente. Dedicamos esse título a ele. Agradecemos demais tudo que ele faz pela gente”, disse o técnico.

 

No anúncio do elenco para temporada 2020/2021, a comunicação do Flamengo adotou a campanha “A Retomada das Américas”. Não era segredo para ninguém que o principal objetivo do Mengão era conquistar a Champions. A sensação após o título é de dever cumprido para o técnico rubro-negro.

“Estamos muito felizes de retribuir todo carinho que a gente tem da diretoria e principalmente da torcida do Flamengo. A torcida está acostumada com títulos do futebol, nos últimos anos, e precisava desse título internacional no basquete. Era um título que o FlaBasquete estava perseguindo há muitos anos. É uma sensação de dever cumprido”, afirmou Gustavo De Conti.

Nas últimas três anos, o Flamengo soma nove aparições em finais e acumula um total de sete títulos. Foram três Campeonatos Cariocas, duas Copas Super 8, o NBB 2018/2019 e agora a Champions 2020/2021. Quando perguntado sobre a receita para tamanho sucesso, Gustavo De Conti destacou dois fatores.

“Primeiro de tudo, é ter jogadores de qualidade. Nós treinadores não fazemos milagres. Se não tiver jogador bom e comprometido ao seu lado, a gente não consegue nada. E tão importante quanto ter jogador, é trabalhar forte no dia a dia. Parece um discurso feito isso, mas não é nada mais que a verdade. Eu acredito muito na preparação. E você só se prepara treinando o físico, tático, técnico e mental. No dia a dia você treina tudo isso. Não tem milagre”, declarou.

Com o título da BCLA, o Flamengo garante vaga para a Copa Intercontinental e poderá repetir o feito histórico de 2014, quando venceu o Maccabi Tel Aviv e levantou a taça do campeonato mundial.

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Campanha invicta

A jornada rubro-negra até o título foi difícil desde o começo, o que torna o aproveitamento de 100% ainda mais impressionante. O Flamengo caiu no grupo mais forte da primeira fase da Champions, junto com Minas, que terminou em terceiro/quarto melhor time das Américas, e o Instituto (ARG), semifinalista da BCLA 2019/2020. O primeiro lugar do Grupo D foi assegurado com cinco vitórias em cinco jogos.

Infelizmente, o Flamengo teve uma perda maior que qualquer derrota na fase de grupos da Champions. Franco Balbi sofreu uma lesão ligamentar na segunda partida contra o Minas, que o tirou do restante da temporada. O argentino Diego Figueredo foi contratado para o seu lugar na armação. Além de Balbi, Olivinha e Chuzito Gonzalez também desfalcaram o time carioca. O “Deus da Raça”, que tem lesão na panturrilha, chegou a viajar com a equipe mas não entrou em quadra. Já o ala argentino fraturou o dedo da mão direita nas quartas de final e não pôde disputar os dois jogos mais importantes do torneio.

Contratação providencial de Figueredo foi importante para o título do Flamengo (Divulgação/FIBA)

As ausências de peças extremamente importantes foram superadas com um jogo coletivo e intenso nos dois lados da quadra. Tanto nas quartas quanto na semifinal, o Flamengo imprimiu seu ritmo e disparou no placar logo no começo das partidas, sabendo administrar a vantagem para garantir as vitórias.

A equipe comandada por Gustavo De Conti iniciou o primeiro jogo decisivo, contra o Caballos de Cocé, com uma parcial de 16 a 4. A diferença foi mantida durante o segundo e terceiro quarto, até que a marca registrada do Flamengo apareceu no último período. Luke Martinez, Yago e Mineiro proporcionaram uma sequência de cinco bolas de 3 seguidas, encaminhando a vitória rubro-negra, por 74 a 59. Marquinhos e Luke Martinez foram os cestinhas da partida, com 14 pontos cada.

Na decisão que valia a vaga para a final da Champions, o Flamengo enfrentou o São Paulo e fez bonito. O time carioca foi avassalador no primeiro tempo, chegando a abrir uma diferença superior a 20 pontos. Já no segundo tempo, a equipe liderada por Marquinhos, cestinha rubro-negro com 14 pontos, soube administrar uma reação do Tricolor para fechar a partida pelo placar de 66 a 75.

O adversário do Flamengo na grande final da Champions foi o Real Estelí, equipe nicaraguana responsável por eliminar Sesi Franca e Minas nas fases anteriores. Os donos da casa contaram com o apoio de sua torcida e começaram a decisão com tudo, liderados pelos 16 pontos do armador Jezreel De Jesús no primeiro quarto. Do outro lado, Hettsheimeir comandou um chuva de bolas de 3 do Flamengo. Dos 13 arremessos de longe convertidos no jogo pela equipe, seis foram no primeiro período. O Mengão conseguiu encaixar uma boa defesa no segundo quarto, permitindo apenas 12 pontos em 10 minutos, e foi para o intervalo vencendo por 44 a 37.

Após um terceiro quarto equilibrado, com parcial de 23 a 23, Flamengo e Real Estelí protagonizaram um final de jogo emocionante. A equipe da América Central puxou uma corrida de 9 a 2 na metade do último quarto e assumiu a liderança com menos de quatro minutos por jogar, com 76 a 74 no placar. O pedido de tempo de Gustavo De Conti foi essencial e fez com que o Rubro-Negro voltasse para a quadra com uma defesa sólida, que permitiu apenas quatro pontos nos quatro minutos finais. No ataque, Yago foi extremamente decisivo com uma bandeja e lances livres convertidos no último minuto.

Com 21 pontos e sete rebotes, Hettsheimeir dominou o garrafão da decisão e foi eleito o MVP da Final da BCLA. O decisivo Yago terminou com 16 pontos e oito assistências. Marquinhos, com 15 pontos, três assistências e três rebotes, e Luke Martinez, com 12 pontos, oito rebotes e cinco roubos de bola, também foram peças fundamentais na decisão.