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Exemplo de vida

23-11-2017 | 03:54
Por Liga Nacional de Basquete

Em visita ao Instituto Mario Penna, atletas e comissão técnica do Minas têm tarde emocionante ao lado de pacientes que venceram o câncer de laringe: "são um exemplo"

Instituto Mario Penna atende pacientes que venceram o câncer de laringe (Orlando Bento/Minas TC)

O basquete não pode ser visto apenas como um jogo, uma sucessão de treinos, partidas e campeonatos. Não pode ser visto como dois times que disputam a posse da bola e lutam, até o último segundo, pela vitória. O basquete proporciona muito mais que isso. Permite o intercâmbio cultural, o surgimento de novas amizades, a troca de experiências. E foi justamente isso que aconteceu nesta quarta-feira (22/11). Jogadores e comissão técnica do basquete do Minas Tênis Clube estiveram no Instituto Mário Penna, que atende, por ano, mais de 300 mil pessoas com câncer.

Logo na chegada, o Minas foi recebido pelo coral do Instituto Mário Penna. Formado por pacientes que tiveram câncer na laringe, o grupo se reúne às quartas-feiras para ensaios. Nas apresentações feitas para público mineiro, o coral é acompanhado por teclado, violão e saxofone. Voluntários também fazem parte do projeto. A música é importante para o tratamento dos pacientes, já que auxilia na recuperação física e psicológica.

“O coral faz uma reabilitação física e psicológica, porque criamos um grupo aqui. Temos um senso de identidade com eles, criamos um vínculo. Existe o resgate da autoestima, o resgate emocional. Assim, eles podem retomar as vidas sociais”, contou Adriane Pedrosa, psicóloga de humanização do Instituto Mário Penna e regente do coral.

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Segundo Adriane, os pacientes que fazem parte do coral precisaram retirar a laringe, o que implicou na perda da voz. Assim, para voltar a falar, eles precisam usar uma prótese, que além de não ser permanente (precisa ser trocada a cada quatro, seis meses), tem um custo de R$ 1.980. Nas apresentações, o coral levanta recursos, que são transformados em próteses que atenderão aos pacientes do Mário Penna.

“Em 2014, tivemos a ideia de criar esse grupo com música, porque fazemos apresentações, e as pessoas doam o valor da prótese. Com o valor, conseguimos manter o banco de próteses, para estar sempre com elas. Como o SUS contribui com R$ 300, nós não teríamos as próteses sem as doações”, revelou Adriane.

Após a apresentação do coral, o técnico Flávio Espiga, emocionado, agradeceu aos pacientes pelo exemplo de força e superação. “Nós, que vivemos o basquete, estamos sempre cansados, no limite, tendo que fazer algo a mais. Viemos de uma viagem cansativa, com jogos, com a pressão da competição, com tudo isso. Às vezes, baixamos a guarda e nos desanimamos. Mas, aqui, percebemos a vontade de cantar, de botar a voz para fora. Disse aos meus atletas que faríamos uma visita, que daríamos apoio, nos socializaríamos, nos integraríamos. Mas não tem jeito, ganhamos muito mais com esse exemplo. São pessoas que veem de longe para treinar, cantar. Nós é que temos que agradecer. Isso é um exemplo que tem que ser seguido por muita gente. Queria agradecer, porque vocês abriram a porta e fizeram essa apresentação, que foi muito carinhosa”, disse o comandante.

Um dos mais emocionados na visita foi Teichmann. Quando atuava no Flamengo, o jogador descobriu que estava com câncer no testículo. Superada a doença, Teichmann voltou a jogar normalmente e, atualmente, defende as cores do Minas. Para ele, os pacientes do Mário Penna são exemplos para todas as pessoas.

“Meu padrinho, há poucos anos, o cara que me deu a primeira bola de basquete, perdi há pouco tempo. Minha mãe teve câncer há um ano e meio atrás, mas ela superou. Vocês perderam a voz e têm um coral. O simbolismo disso é muito grande. Isso nos mostra o quanto outras questões são pequenas. Vocês são um exemplo gigantesco. Parabéns a vocês, do fundo do meu coração. Obrigado”, disse o emocionado Teichmann.

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O camisa 11 entregou ao Instituto uma camisa de jogo autografada pelos jogadores e comissão técnica. Escolhido para receber o presente em nome do Mário Penna, Sebastião, membro do coral, agradeceu. “Quero agradecer, do fundo do meu coração. Muito obrigado”. Após a apresentação do coral, os jogadores conheceram a ala de quimioterapia e interagiram com os pacientes, conversaram e tiraram fotos.

Minas Tênis Solidário

Na festa de 82 anos do clube, foi apresentado ao associado a reformulação total do programa de voluntariado do Minas, o Minas Tênis Solidário, com a campanha “Quero ser Voluntário/Doador”. Mais abrangente, a ação visa convidar associados e convidados a disponibilizarem seu tempo, habilidades e/ou serviço para amparar a quem precisa. Os interessados em fazer doações em dinheiro também podem participar. A adesão à campanha “Quero ser Voluntário/Doador” é gratuita, e o recolhimento é feito por meio do boleto do condomínio do Clube, com desconto para o associado, em qualquer valor, a partir de um real. Para participar da Campanha, entre em contato: 3516-2090.

Não faltou emoção na visita da equipe de basquete do Minas ao Instituto Mario Penna (Orlando Bento/LNB)

Ação dentro de quadra

O próximo duelo do Minas Tênis Clube no NBB CAIXA, contra o Botafogo, que será no próximo sábado (25/11), às 14 horas, na Arena Tênis Clube, com transmissão ao vivo da Band, contará com uma participação especial da torcida. Durante a partida, os torcedores serão desafiados a pedalarem uma bicicleta ergométrica que estará disponível no local. A quilometragem atingida pelos torcedores será equivalente à porcentagem da bilheteria arrecadada a ser doada ao Instituto Mário Penna.

A ação faz parte da campanha Novembro Azul do Instituto Mário Penna, em parceria com o Minas Tênis Clube, e visa chamar atenção para a prevenção do câncer de próstata, segundo tipo de câncer que mais acomete homens no Brasil. Na ocasião, estarão presentes pacientes do Hospital Mário Penna, que forma convidados pelos atletas para assistir à partida. A ação tem apoio do Minas Tênis Clube e da Life Fitness, patrocinadora do time de basquete do Minas.