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De outroscarnavais

14-11-2018 | 10:05
Por Douglas Carraretto

Histórico de playoffs, final continental e reencontros marcantes: a rivalidade de Bauru x Mogi não é de agora

Mogi das Cruzes/Helbor e Sendi/Bauru já se conhecem de outros carnavais. O confronto entre essas duas potências do país tem história de sobra e já rendeu alguns dos maiores confrontos do basquete brasileiro atual.

Agora, nesta quinta-feira (14/11), as equipes estarão frente a frente pela 18ª vez no NBB CAIXA, no Ginásio Hugo Ramos, às 20 horas, com transmissão ao vivo do BandSports. E fique ligado: o pré-jogo começa às 19h15, no programa “Linha de 3”.

Quer saber um pouco mais sobre a história de Mogi x Bauru? Dê uma conferida e não deixe de assistir a esse jogão!

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio máster da CAIXA, os patrocínios de INFRAERO, Avianca, Nike e Penalty e os apoios de UNISAL, Açúcar Guarani, Ministério do Esporte e Governo Federal.

História de playoffs

Mogi e Bauru já protagonizaram inúmeros jogos memoráveis e históricos pelo NBB CAIXA. Alguns deles podem até ser chamados de “batalhas”.

Ao todo, foram 17 jogos, e o equilíbrio prevalece: nove vitórias do Bauru e oito do Mogi.

Uma das maiores batalhas aconteceu pelas semifinais do NBB CAIXA 2014/2015. No Jogo 4, em pleno Hugo Ramos, o Bauru venceu um duelo épico após duas prorrogações, por 98 a 91, e forçou a realização do Jogo 5.

+Histórico completo de Mogi x Bauru no NBB CAIXA

Mogi e Bauru fizeram uma série semifinal do NBB CAIXA literalmente épica em 2014/2015 (Allan Conti/Divulgação)

Essa série histórica acabou sendo fechada com vitória bauruenses na quinta partida, por 77 a 65. Com isso, o Dragão avançou à sua primeira decisão de NBB CAIXA, contra o Flamengo – foi vice-campeão (2 a 0).

Outro episódio marcante foi o W.O na semifinal do Campeonato Paulista 2015. Na ocasião, o Mogi havia vencido os dois primeiros jogos da série melhor de cinco contra Bauru, mas o Dragão acabou abdicando de jogar a sequência das partidas, pois, no mesmo período, teve dois amistosos nos Estados Unidos contra equipes da NBA: New York Knicks e Washington Wizards.

Isso caracterizou a vitória por W.O para os mogianos, que se classificaram à decisão contra o São José – ficou com o vice-campeonato.

O acontecido, no entanto, apimentou ainda mais a rivalidade entre os clubes e as torcidas, que estenderam o caso por anos e não se pouparam nas provocações.

Final do continente

No ano anterior a todos esses episódios, em 2014, Bauru e Mogi estiveram frente a frente na final da Liga Sul-Americana 2014 – a primeira final internacional de ambas as equipes.

Em jogo único no Ginásio Panela de Pressão, o Dragão, na época comandado pelo técnico Guerrinha (hoje treinador do Mogi), dominou os mogianos, do espanhol Paco García, venceu por 79 a 53. e faturou seu primeiro título continental na história.

Com 18 pontos, o pivô Rafael Hettsheimeir, hoje do Sesi Franca, foi o destaque do Dragão, seguido por Jefferson William, com um duplo-duplo de 11 pontos e 13 rebotes, e do ala norte-americano Robert Day, autor de 13 pontos.

O MVP do inédito título do Bauru foi o ala Alex Garcia, que teve médias de 13,3 pontos, 4,5 rebotes e 3,6 assistências. Na decisão contra Mogi, ele anotou 12 pontos, oito assistências e cinco rebotes.

Títulos, títulos e títulos

Mogi e Bauru são duas das maiores potências do basquete brasileiro atual. São duas cidades basqueteiras, que respiram o esporte da bola laranja e o têm como esporte principal.

Isso se deve muito ao número de resultados expressivos das duas equipes nos últimos tempos. Juntos, eles acumulam nada menos que sete títulos nos cinco anos anteriores, fora alguns vice-campeonatos.

Bauru:

2013 – Campeonato Paulista (Campeão)
2014 – Liga Sul-Americana (Campeão)
2014 – Campeonato Paulista (Campeão)
2015 – Liga das Américas (Campeão)
2015 – Copa Intercontinental (Vice-campeão)
2015 – NBB CAIXA (Vice-campeão)
2016 – Liga das Américas (Vice-campeão)
2016 – NBB CAIXA (Vice-campeão)
2017 – NBB CAIXA  (Campeão)

Mogi:

2014 – Campeonato Paulista (Vice-campeão)
2016 – Campeonato Paulista (Campeão)
2016 – Liga Sul-Americana (Campeão)
2018 – Liga das Américas (Vice-campeão)
2018 – NBB CAIXA (Vice-campeão)

Mogi e Bauru colecionam 7 títulos e diversas finais nos últimos cinco anos (Divulgação/LNB)

Reencontros

Todo bom duelo tem aquele reencontro, não é mesmo? Em Mogi x Bauru, quatro personagens já fizeram história pelo time rival.

A começar pelo técnico Guerrinha, hoje comandante do Mogi, que tem uma história de mais de uma década em Bauru (somando duas passagens) e foi responsáveis por grande parte das maiores conquistas do Dragão: o bicampeonato Paulista (2013 e 2014), uma Liga Sul-Americana (2014), Liga das Américas (2015) e o vice-campeonato da Copa Intercontinental contra o Real Madrid (2015).

Guerrinha, técnico do Mogi, tem mais de uma década de história em Bauru (João Pires/LNB)

Além disso, antes da “era NBB”, o treinador foi campeão brasileiro de 2001 pelo Bauru – o primeiro título nacional da cidade –, com a equipe que tinha o ainda garoto Leandrinho Barbosa.

Seguindo a lista dos reencontros, Gui Deodato, ala do Mogi, seguiu o mesmo caminho de Guerrinha e conquistou os mesmos títulos na nova era do Bauru – menos o Brasileiro de 2001. O jogador é nascido em Bauru (SP) e foi criado nas categorias de base do Dragão.

Quem também fez parte dessa caminhada ao lado de Guerrinha e Gui Deodato foi Larry Taylor. No entanto, a história dele é diferente.

O Alienígena, atualmente armador do Bauru, foi bicampeão Paulista, campeão Sul-Americano e da Liga das Américas pelo Dragão, mas no ano seguinte das conquistas foi para o Mogi – onde ficou por três temporadas e foi campeão da Liga Sul-Americana e vice-campeão do NBB CAIXA e da Liga das Américas.

Larry defendeu o Mogi por 3 temporadas e enfrentará sua ex-equipe pela primeira vez no NBB CAIXA desde sua saída (Divulgação/FIBA)

E por fim, o pivô Lucas Mariano, hoje do Bauru, defendeu as cores do Mogi na temporada 2015/2016. No NBB CAIXA, teve médias de 8,8 pontos e 4,3 rebotes.

Recordistas em quadra

Outro aperitivo de Mogi x Bauru é a presença de três recordistas da história do NBB CAIXA.

Um deles é Shamell, da equipe mogiana, maior cestinha da história da competição, com 6.779 pontos.

Os outros são os dois maiores garçons de todos os tempos do campeonato: Fúlvio (1.842 assistências) e Larry Taylor (1.696 assistências), ambos do Dragão.

+Todos os Recordes da história do NBB CAIXA

Momentos distintos

Os momentos das duas equipes na temporada são bastante distintos.

O Mogi ocupa a sexta colocação, com campanha de cinco vitórias em oito jogos (62,5% de aproveitamento).

Já o Bauru, que vem sofrendo com desfalques, está em 11º, com apenas três triunfos em dez oportunidades (30% de aproveitamento).

+Tabela de classificação completa do NBB CAIXA 2018/2019

Vindo de vitória sobre o Minas, Mogi, de Shamell, está na 6ª colocação e luta pelo G-4 do NBB CAIXA (Orlando Bento/LNB)

Desfalques

O Bauru entrará em quadra desfalcado do armador Samuel Pará, o ala/armador Gui Santos e o ala Alex Garcia, que se recuperam de lesão, mas têm retorno próximo.

Desfalque no último jogo devido a um desconforto na posterior da coxa direita, Jefferson William é dúvida. Já o ala/pivô Gabriel Jaú, com uma ruptura de LCA (ligamento cruzado anterior), retornará somente em fevereiro de 2019.

Por sua vez, o Mogi terá como único desfalque o ala/pivô Fabrício, que está suspenso preventivamente por motivo de doping – o jogador tem asma e usou medicamentos não permitidos.